Não é segredo para ninguém o quanto a gestação modifica o nosso corpo, né. Mas com certeza uma modificação que nenhuma mulher quer ter são as temidas estrias. O que mais incomoda é o fato das estrias não sumirem completamente. Claro que ter estrias não define o qual bonita você é. Todos os corpos são lindos do jeito que são. Somos bombardeadas por padrões ideais de beleza todos os dias, mas o verdadeiro padrão de beleza é se sentir bem com a gente mesmo. Nesse texto, são dadas algumas informações para quem ainda está grávida e considera importante não ter estrias.
Nesse post você vai encontrar
O que são estrias?
As estrias são atrofias da pele adquiridas devido ao rompimento de fibras elásticas e colágenas que aparecem quando há uma sobrecarga na capaci-dade elástica da pele.
Durante a gestação a nossa pele estica muito para acompanhar o crescimento do bebê dentro do útero, por isso, nossa pele fica mais propensa ao surgimento de estrias.
Quando a pele está se rompendo, antes da estria aparecer, é comum a pele coçar ou ficar irritada. A coceira em excesso pode indicar outros problemas, então é importante avisar ao médico que te acompanha no pré-natal.
No início, as estrias são mais vermelhas ou arroxeadas e com o tempo vão ficando esbranquiçadas. Em mulheres grávidas, as estrias surgem com mais frequência no abdômen, e com menos frequência nas coxas, glúteos e seios.
Como as estrias surgem?
São vários os fatores que podem levar ao surgimento de estrias, mas alguns estudos realizados sugerem que, durante a gestação, 3 fatores são determinantes. São eles:
- Mulheres com menos de 25 anos.
- Ganho de peso acima de 15 kg.
- Bebês com mais de 3,5 kg.
O surgimento de estrias é predominante em mulheres mais jovens, pois “as estrias ocorrem somente na pele em que o tecido conectivo é parcialmente maduro, com determinada quantidade de colágeno com ligações cruzadas e colágeno maduro.” Dessa forma, em mulheres entre 25 e 35 anos, cujo colágeno está amadurecido, a resistência da pele é maior, evitando o surgimento de estrias.
Além disso, os estudos afirmam que se não houver ganho de peso excessivo e se os bebês não forem grandes, a chance de ter estrias reduz em 50%.
Outro fator associado ao surgimento de estrias é a produção do hormônio Relaxina que , produzida em níveis menores, interfere na redução da elasticidade da pele. “Relaxina é denominação genérica de um grupo de hormônios produzidos durante a gestação, relacionados ao amolecimento da sínfise púbica e inibição das contrações uterinas, além de interferir na síntese de colágeno.”
Embora, seja super comum as grávidas gastarem rios e rios de dinheiro com cremes antiestrias, não foi encontrado nenhuma relação significativa entre o uso de cremes e a prevenção das estrias. Mas isso também não quer dizer que os cremes não devam ser usados. Visto que a capacidade de elasticidade da pele também influencia no surgimento de estrias.
A pergunta mais importante: como prevenir?
Bem, se os cremes não são suficientes para prevenir as estrias, o que fazer, então?
Calma! Calma! Não é bem assim. Apesar de não haver estudos conclusivos sobre a eficácia ou não dos cremes na prevenção de estrias, as gestantes devem manter a pele hidratada para melhorar a elasticidade da pele. Para isso, é importante comprar produtos com formulação a base de ureia, vitamina E, lanolina entre outros ativos recomendados por um dermatologista.
Além dos cremes, é importante: beber bastante água, não tomar banhos quentes e não fazer uso excessivo de sabonetes. Tudo isso ajuda na hidratação da pele.
Mas não adianta nada besuntar a pele de creme e levar uma vida sedentária. O ponto chave para a prevenção das estrias está no controle do aumento de peso e a realização de atividade física moderada. Consumir alimentos que contenham vitaminas C, E e B5 que aumentam a produção de colágeno também ajuda a manter a pele mais firme.
Eu já tenho estrias e agora? O que eu faço?
Durante a gravidez não há muito o que fazer, já que a maioria dos procedimentos estéticos podem afetar a gestação. Mas existem vários procedimentos estéticos que podem ser realizados para amenizar a aparência das estrias após a gestação.
Atualmente, a técnica mais utilizada é o microagulhamento. “O microagulhamento induz a produção de colágeno na pele a partir de um estímulo mecânico, por meio de um rolo composto por microagulhas.” Uma das vantagens desse procedimento é que ele pode ser realizado durante a gestação ou amamentação. E, no caso de estrias, quanto antes puder tratar, melhores são os resultados.
Além do microagulhamento, existem diversas outras técnicas, mas é importante consultar um dermatologista para avaliar o caso e indicar o tratamento mais adequado.
Estria é apenas um problema estético?
A maior preocupação em se ter estrias é o fator estético, mas não é apenas isso. O surgimento de estrias está associado à elasticidade da pele. Essa elasticidade não é importante apenas para o crescimento da barriga, mas também para o relaxamento do períneo no período expulsivo, evitando a laceração vaginal.
“Wahman, Finan e Emerson (2000) consideram as estrias de distensão como indicativas de pouca elasticidade da pele e atribuem sua presença como marcador de laceração vaginal no parto. Em estudo observacional prospectivo com 168 gestantes submetidas ao parto vaginal de bebês acima de 2,0 kg, observou que a presença de estrias abdominais foi estatisticamente significante como fator preditivo de lacerações vaginais durante o trabalho de parto (p= 0,00002).”
Então, vale cuidar da elasticidade da pele como um todo, não apenas nas áreas predispostas ao surgimento de estrias, mas também na área do nosso querido períneo. Afinal, gestar e parir é bom, sem estrias e laceração é melhor ainda!
Referências
Estrias de distensão na gravidez: fatores de risco em primíparas: https://www.researchgate.net/profile/Carolina_Marcon/publication/41623751_Striae_distensae_in_pregnancy_risk_factors_in_primiparous_women/links/55ae2a0708aee079921f1247.pdf