Relato de parto da Joyce: Nascimento do Eduardo

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Hoje resolvo compartilhar minha experiência por aqui, assim como outros relatos me ajudaram, espero que possa contribuir também. Lembrando que cada parto é único ❤️

Joyce amamentando o Eduardo logo após o parto, realizado na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda (SUS-RJ). Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.
Joyce amamentando o Eduardo logo após o parto, realizado na Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda (SUS-RJ). Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

DPP 08/07/2018
DP 04/07/2018
Bebê : Eduardo
Peso: 3.640kg
Comprimento: 52cm
Tipo de parto: normal, humanizado, induzido.
Bolsa rota: 30 horas.
Idade gestacional: 39 + 4

Tudo começou no dia 03/07/18

Acordei bem cedo, pois tinha consulta com a GO, fui à consulta, e de lá fui para o trabalho, trabalhei bem durante o dia inteiro, e no fim do expediente, exatamente as 15h eu fui ao banheiro fazer xixi e quando vesti a calcinha, continuou jorrando bastante líquido. Nesse momento caiu a ficha… a bolsa rompeu (confesso que eu sempre desconfiei que isso aconteceria no trabalho, dito e feito). Liguei imediatamente para minha querida Doula Bia Ventapane (que parecia que estava esperando a ligação ?) e informei o ocorrido, mas que por enquanto estava tudo sobre controle e ainda não sentia nenhuma dor.

Daí eu falei, eu preciso me alimentar primeiro… rs. Ainda com o líquido escorrendo aos poucos eu fiz meu prato de comida (coloquei frango grelhado, batata doce e salada, afinal eu iria precisar de bastante energia). Comi e fui para casa.

Em casa a Bia pediu para que eu descansasse enquanto não entrava em trabalho de parto. Logo tomei meu banho e comecei escutar algumas músicas que havia selecionado para a hora do parto. Mas nada de conseguir dormir.

Quando foi umas 20:00h eu ainda não tinha nenhum sinal de contrações, falei com a Bia e ele falou que talvez seria a hora de tomar um banho bem quentinho para tentar acelerar o processo. Foi o que eu fiz. A partir daí comecei a perder o tampão mucoso, no começo foi apenas um ”catarrinho” transparente, depois começou a sair um pouco de sangue, a partir daí eu fiquei um pouco mais preocupada. Quando foi aproximadamente umas 21:30h a Bia chegou lá em casa, nesse momento apenas um lado da barriga ficava dura, nada muito doloroso.

Começamos a fazer chá (a base de canela, cacau, alecrim, etc), com intuito de estimular as contrações, fizemos escalda pés, e algumas manobras com o rebozo, as contrações começaram a ficar ritmadas. Vinham a cada 4-5 minutos e duravam 40segundos. Consegui cochilar um pouco entre as contrações.

Joyce, Cristiano e Eduardo chegando na Maternidade Maria Amélia. Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

Quando foi 2:30h da manhã eu achei que era o momento de irmos para o hospital, pois até chegarmos lá daria 12 horas de bolsa rompida, quando completasse 18h de Bolsa rota eu sabia que deveria entrar com antibiótico caso não engrenasse.

Chegando ao hospital, fui examinada e apenas 2cm de dilatação, quase um banho de água fria, mas vamos lá, isso vai engrenar, mas as contrações começaram a perder o ritmo, fui para o carditoco (estava tudo ok) e ali eu fiquei na triagem até que pudesse subir, fui ativa, caminhei, rebolei, agachei, tomei chás, vamos lá, isso vai ajudar, tudo com muito apoio do meu marido e da Bia.

Trabalho de parto começando a engrenar após a indução. Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

Quando completou as 18h de Bolsa rota, um novo exame, 3,5cm de dilatação, ou seja, seis horas após o primeiro exame e dilatou apenas 1,5cm, desanimador. Porém a médica orientou começarmos a indução com o Miso, segundo ela, embora não estava dilatando, eu tinha um colo fino, bem favorável para a indução. Subi para enfermaria onde já entraram com o antibiótico e com o Miso, a partir daí o parto não poderia mais ser acompanhado por enfermeira obstetra, apenas por médico, devido à medicação, não me deixei abalar, vamos conseguir…

Na enfermaria fiquei por algumas horas (não consigo ter muita noção do tempo, nessa hora estava completamente sob efeito do trabalho de parto). Confesso que foram horas difíceis, contrações eram dolorosas, com a indução elas vinham a cada 1-2minutos, mas duravam em média 40segundos, como elas duravam pouco, a dilatação estava acontecendo muito lentamente.

Tive muito apoio, recebi massagem, carinho, palavras de apoio. Isso me fez conseguir seguir em frente. 

Ainda na enfermaria, fizeram outro exame e 6 de dilatação.

Hora de ir para a sala de parto

Apoio do acompanhante na fase ativa do trabalho de parto. Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

Dei graças a Deus. Pois não via a hora de entrar no chuveiro, tomar um banho bem quentinho e utilizar outros recursos que iriam me ajudar (bola, banqueta, música, massagem, etc). Fiquei um bom tempo embaixo do chuveiro, realmente alivia a dor da contração.

Encontrei um posição sentada na bola rebolando e encostada no meu esposo, nesse momento conseguia cochilar nos intervalos das contrações. A Bia, querida selecionava as músicas, fazia massagem, colocava óleos essenciais, tudo para eu me sentir o mais confortável possível.

Meu esposo estava ali, forte, presente, parecia que estava sentindo as contrações junto comigo. Sem ele nada disso seria possível, ele sabia o quanto eu desejava um parto normal humanizado e abraçou a ideia comigo.

Joyce já na partolândia, aguardando a chegada do Eduardo. Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

Já se passavam mais de 25 horas de bolsa rompida e eu estava lá na sala de parto, iria ocorrer a troca do plantão (que por sinal eu peguei três plantões incríveis), a médica entrou na sala para me examinar e… 8,5cm de dilatação. Eu fiquei horas na sala de parto para dilatar apenas 2,5cm, foi aí então que ela com toda delicadeza me ofereceu a ocitocina, ela sabia que eu não queria, pois haveria lido meu plano de parto. Naquele momento eu já não estava respondendo por mim, até anestesia já estava querendo, qualquer coisa que fizesse aquela dor passar por alguns minutos para recompor minha energia eu estava aceitando.

Foi aí que ela explicou… minhas contrações estavam ritmadas, porém elas não duravam o suficiente para dilatar, com a ocitocina a dor aumentaria, mas ia dar uma acelerada no processo, meu esposo ali do meu lado me pergunta, se era realmente o que eu queria, então aceito, minha energia estava acabando, eu sabia que não iria aguentar muito tempo.

Foi aí que o bicho pegou

Realmente a ocitocina faz a dor aumentar consideravelmente. Às 19:30h foi feito a indução com a ocitocina em uma dosagem bem pequena. Eu aproveitei aquele momento para agachar, em cada contração por mais dolorosa que era, eu agachava segurando os braços do meu esposo e fazia força (nem sabia que ainda teria aquela força), dessa forma eu fiquei durante bastante tempo. A cada momento entrava alguém para examinar e estava tudo ok, pressão normal, coração do bebê normal, vamos continuar…

Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

Mais um toque e nove de dilatação, vamos começar o expulsivo, nesse momento eu já estava sob supervisão da médica que acabara de entrar no plantão… ela me deixou a vontade e falou que eu poderia ficar na posição que fosse o mais confortável, e eu deveria fazer força, sempre que a contração viesse. Era justamente o que eu estava fazendo.

Então eu prefiro ir para banqueta, meu esposo sentado na poltrona me escorando e segurando minhas mãos, a médica agachada observando o expulsivo e Bia ajudando através do apoio emocional, carinho e selecionando a melhor play list. Ainda consigo lembrar das músicas do momento do expulsivo, sem dúvidas a música ajudou.

Ao som de ”Aleluia” Eduardo veio ao mundo, após 30horas de bolsa rompida. Em um lindo parto normal humanizado do jeito que eu planejei e sonhei.

Chegada do Eduardo ❤ Fonte: acervo pessoal da Joyce. Reprodução proibida.

Sem dúvidas nós não estávamos sozinhos naquele momento, Deus se fez presente ??

Eu só tempo a agradecer aos meus pais que me apoiaram desde o início, à Bia, minha Doula, que foi uma peça fundamental nessa conquista, ao meu esposo que foi excepcional, sem ele nada disso seria possível, e à equipe do hospital Maria Amélia Buarque de Hollanda, onde fui muito bem atendida.

Aquela frase realmente faz todo sentido: ”Mães sabem parir e bebês sabem nascer”.

Hoje me sinto realizada e agradecida.

Relato e fotos originalmente publicados pela Joyce, e reproduzidos aqui com autorização dela. Permitida a divulgação desse link, mas não a reprodução do texto ou das fotos em outros sites.

 

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