De repente doula

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Oi. Eu sou a Ana Sharp e tenho 36 anos. Sou mãe do Joaquim, de 11 anos, e boadrasta do Pedro e do João. Aquariana, bailarina, instrutora de yoga para gestantes, massagista e doula. Vou contar aqui  um pouco da minha história para vocês, os caminhos que percorri até me tornar doula, e tudo que veio depois disso!

Quero ser bailarina!

Comecei minha jornada profissional há muito tempo, quando decidi que queria ser bailarina, aos cinco anos de idade. Estudei dança minha vida toda (balé clássico, dança moderna e dança contemporânea), fiz cursos no Brasil e exterior, dancei em grupos e companhias, e dou aulas, já há 20 anos. Quando chegou o momento de fazer faculdade (2002), optei pela graduação em dança (sim, existe!). No curso, entrei em contato com outras abordagens de trabalhos corporais, como a consciência corporal e a educação somática.

No meio do caminho tinha uma… gravidez!

Aos 24 anos me descobri grávida! Uma gravidez não planejada, tomando anticoncepcional! Sim, faço parte do 1% das mulheres que engravidam tomando pílula. Isso foi em  2008, e eu não conhecia absolutamente nada do que sabemos hoje sobre gestação, parto e amamentação. Eu me preparei para um parto normal, com uma médica que confio muito, porém o Joaquim nasceu de uma cesária intraparto, por conta de uma DCP, ou desproporção céfalo-pélvica. A parte boa é que correu tudo bem com a gente. A parte ruim é que foi bem difícil lidar com isso na época. Aliás foi difícil por muito tempo! Eu me sentia triste, fracassada e até mesmo culpada por “não ter conseguido”. Mas para seguir a cronologia dos fatos, conto como superei isso já já. Vem comigo. 

Da namastreta ao namastê

Com o Joca já um pouco crescido, voltei a ter tempo de estudar, e tive o desejo de me formar instrutora de yoga. Já estava praticando há um tempo por conta de transtorno de ansiedade (quem nunca?), e me fez tão bem, que quis poder proporcionar isso para outras pessoas. Foi quando abri um espaço, dentro da minha própria casa, e passei a dar aulas de yoga para pessoas com depressão e transtorno de ansiedade, além de aulas de dança e outras atividades culturais. Então certo dia uma pessoa me marcou no facebook no post de uma mulher que estava à procura de um espaço para dar uma formação de doulas. Eu achei curioso, afinal só tinha ouvido falar nisso, e pensei: “por que não”?

Oi, pode entrar

Abri minha casa para o curso como quem abre a porta pra um desconhecido. E em um mês minha sala de aula estava cheia de vinte mulheres maravilhosas, e fizemos um curso intenso e longo, uma formação completa em doulagem. Literalmente ser doula entrou na minha vida pela porta da minha casa! Foi nesse curso que pude chorar todas as dores por não ter tido o meu tão sonhado parto normal, e pude me perdoar e curar isso em mim. Minha primeira doulanda fui eu mesma. A Ana, de 2008, que ainda mantinha de algum modo, aquela cicatriz de sete camadas aberta. Me acolhi. Me curei. E então me senti pronta e com muita vontade de estar com outras mulheres em suas travessias.

O ventre da baleia

Na jornada de herói, estudo que Joseph Campbell fez sobre uma estrutura de narrativa comum às lendas, mitos e fábulas,  na qual a personagem passa por transformações e etapas sequenciais até se tornar um herói, a etapa chamada o ventre da baleia é “a celebração da escolha cega. Não há garantias de sucesso. Nem de fracasso. Há apenas um momento solene. Um intervalo do mundo. Uma caverna de si. Uma fração de silêncio. Um segundo de escolha.”

E lá estava eu no ventre da baleia, dizendo sim para uma nova profissão, uma nova paixão, uma nova área de pesquisa e estudos na minha vida.

Assim, após o curso de doula, comecei a fazer alguns outros cursos e formações: rebozo, aromaterapia, medicinas da placenta, consultoria de amamentação, massagem para gestantes e puérperas e yoga para gestantes.

Iniciei o desenvolvimento  do meu jeito de trabalhar, unindo ao yoga a consciência corporal, abordagens somáticas de movimento, e a dança livre terapêutica como um caminho para que a mulher, nas três etapas (gestação, parto e puerpério) possa se encontrar consigo mesma, fazendo do seu corpo sua casa e seu porto seguro. Vamos juntas?

Ah, só mais uma coisa

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Referências

Características do uso de métodos anticoncepcionais em São Paulo https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S0034-89102002000300002&script=sci_arttext

Indicações de cesariana baseadas em evidências: parte I https://pesquisa.bvsalud.org/sms/resource/pt/lil-567185

Os benefícios do yoga nos transtornos de ansiedade http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1808-56872011000100009&script=sci_abstract&tlng=en

Yoga na gestação: uma proposta de conexão com essa etapa da vida http://150.162.242.35/handle/123456789/177191

Evidências qualitativas sobre o acompanhamento por doulas no trabalho de parto e no parto https://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012001000026

 

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