Doula: presença fundamental na gestação, no parto e no puerpério

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Doula é aquela que serve mulheres em todo o processo gravídico-puerperal. São mulheres treinadas para oferecer cuidados contínuos e individuais, bem como informações, apoio físico e emocional para outras mulheres e suas famílias.

Se antigamente o parto e nascimento ocorria no ambiente domiciliar e era marcado pela presença experiente de parteiras e mulheres da família, atualmente esse processo acontece no ambiente hospitalar e é rodeado por especialistas, tendo o médico como figura central. O cuidado deu lugar para a cura e o bem estar emocional da mulher acabou ficando perdido nesse ambiente impessoal dos hospitais.

Doula: presença fundamental na gestação, no parto e no puerpério
Foto: Alquimia / Fabricio Mendes

Neste cenário, a doula tem o papel fundamental de acolher a demanda de emoção e afeto das mulheres e apoiá-las nesse processo de intensa importância e vulnerabilidade, tendo a crença irrestrita nas suas capacidades.

Minha história se cruza com a de outras mulheres

Foi com O Renascimento do Parto que eu descobri o Movimento de Humanização do Parto e Nascimento no Brasil. Até aquele momento, em 2013, eu acreditava no nosso sistema obstétrico:

  • acreditava que bastava querer um parto normal para ele acontecer;
  • acreditava que o médico era o melhor profissional para acompanhar a gestação e o parto;
  • acreditava que o hospital era o único local seguro para parir.

Daí que percebi que meus conhecimentos, minhas experiências e expectativas em relação ao processo de gestar, parir e nutrir estavam muito distantes da nossa realidade obstétrica brasileira, que é marcada por muita violência obstétrica, epidemia de cesariana e prematuridade iatrogênica.

Mas o documentário me apontou uma outra possibilidade. Mais amorosa, cuidadosa e principalmente mais respeitosa de vivenciar todo esse ciclo. Fiquei profundamente tocada! Se eu queria fugir da experiência fria e cruel que muitos hospitais nos oferecem, queria buscar esse outro caminho para uma experiência mais rica e positiva pra mim e minha família, também queria que essa possibilidade estivesse disponível para todas as mulheres e queria fazer a diferença na vida delas.

Doula: presença fundamental na gestação, no parto e no puerpério
Foto: Alquimia / Aline Teixeira

Depois disso eu mergulhei no universo da humanização, me tornei ativista pelos direitos das mulheres e crianças e me formei doula. (Leia um pouco mais sobre mim nesta apresentação aqui na Casa!)

A importância da doula

Durante todo esse processo de descobertas, a doula foi a figura central da minha atenção. Uma presença feminina afetuosa no cenário obstétrico, capaz de acolher, apoiar e fortalecer outra mulher em um momento tão significativo da vida.

Doula: presença fundamental na gestação, no parto e no puerpério
Foto: Alquimia / Fabricio Mendes

As evidências científicas apontam que a atuação de uma doula pode trazer diversos benefícios importantes para as mulheres, seus bebês e suas famílias. Os resultados positivos estão associados especialmente com as alterações na percepção do parto, entendendo-o como um evento social, saudável e restituindo esta dimensão que envolve o seu processo. Um importante papel para proporcionar o bem estar da mulher e sua maior satisfação com a experiência do ciclo gestação, parto e puerpério.

O trabalho da doula vem sendo sistematicamente endossado pela literatura científica e recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde (MS) e pelas equipes humanizadas de assistência ao parto e nascimento.

Doula: presença fundamental na gestação, no parto e no puerpério
Foto: Alquimia / Fabricio Mendes

No entanto, para que a doula possa assumir o seu papel, é fundamental que ela seja de livre escolha da mulher,  não da equipe de assistência. Só assim ela realmente terá autonomia para servir aos desejos e às necessidades da mulher.

Quem sou eu nessa história?

Atuo em Belo Horizonte/MG e região desde 2013. Primeiro como ativista pelo parto humanizado (tudo “culpa” de O Renascimento do Parto!), quando também comecei a frequentar os encontros do Ishtar (mesmo sem estar grávida. Como isso foi importante pra mim!). E depois como doula, quando me formei na primeira turma do Mulheres Empoderadas – Revelando Doulas (2014).

  • Entre 2014 e 2015 vivenciei a experiência de gestar, parir, nutrir e (re)construir minha identidade enquanto mulher, mãe e profissional;
  • Em 2015 comecei a coordenar o Ishtar, auxiliando nos encontros de preparação para a gestação e o parto e na elaboração de novos projetos;
  • Tive uma experiência fantástica na equipe da exposição Sentidos do Nascer em 2016;
  • Neste mesmo ano inauguramos o encontro pós-parto do Ishtar, do qual sou coordenadora;
  • Daí por diante fiz alguns cursos sobre parto, amamentação, puerpério e violência contra a mulher;
  • E também organizei e ministrei outros cursos;
  • Desde 2018 faço parte do time de coautoras da Casa.

Ofereço atendimentos antes e após o parto, acompanhamento durante o trabalho de parto/parto e suporte à amamentação.

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