Parto normal: que experiência avassaladora!

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Dia 26/09/2022 tinha tudo pra ser mais uma segunda-feira comum. Estava com 39+3. De manhã tive consulta com a obstetra e ela me explicou que seria nossa última consulta e que a partir de sexta-feira (40s) eu passaria direto no hospital dia sim dia não. Chegamos em casa, trabalhei um pouco, almoçamos e ficamos de bobeira no sofá no fim do dia. As contrações de treinamento já eram parte da minha rotina ?, mas sempre indolor.

Sobre esse relato

Parto da Leoa aluna PNP: Suellen e o leão Felipe

A bebê nasceu com:  39semanas e 4dias, com 3.200kg e 46,5cm

Nascimento foi: Hospitalar

Cidade/País: São Paulo – SP, Brasil

Como tudo começou

À noite, por volta das 20:30, eu terminei o jantar e veio mais uma contração só que dessa vez com uma colicazinha (do tipo que se sente quando está menstruada). Olhei pro meu marido e falei “Acho que dessa semana não passa, hein”. Ele riu, olhou de canto e falou “Não brinca não que meu coração não aguenta” e eu respondi “É verdade… Tô sentindo algo diferente”.

Corta pra 22:30. As cólicas começaram a me incomodar. Deitei pra dormir, mas não consegui. Às 23:00 resolvi fazer o teste do chuveiro (como aprendi com a minha doula maravilhosa @samdoula) e ver se eram pródromos ou se estava iniciando o trabalho de parto. Fiquei lá por 70 minutos e nada das contrações passarem. Durante todo o tempo debaixo do chuveiro, quando a contração vinha eu vocaliza aquele “aaaaaaa” longo e grave e também fechava os olhos e me concentrava na minha respiração, igualzinho aprendi no curso. Saí do chuveiro e tentei dormir – sem sucesso.

À 01:30 mais ou menos eu acordei meu marido e disse:

“Levanta que o negócio aqui é pra valer. Acho que hoje teu filho nasce”. Ele acordou e começamos os exercícios que havíamos treinado por semanas. Eu sabia quais posições e movimentos me traziam mais conforto. Começamos a monitorar as contrações usando um app e já havíamos decidido que se as contrações engrenassem bem, iríamos pro hospital mais perto de casa assim que as contrações de 3 em 3 minutos surgissem.

Lá pras 02:00 eu decidi jantar de novo. Garanti o estômago cheio ainda na fase latente, além de água o tempo todo. Rebola na bola, chacoalha o quadril com o rebozo, massagem nas costas, posição de 4 apoios usando a bola… Foi quando eu tive uma contração bem forte que me fez vomitar.

Voltei do banheiro com contrações bem mais intensas. Entrei em trabalho de parto ativo ?! A dor começou a apertar e o medo veio algumas vezes. Olhava as afirmações de parto na parede do meu quarto.

Algumas vezes a dor me fez achar que não conseguiria. Disse pro meu marido que estava com medo e que achava que precisaria ir pro hospital tomar analgesia. Nesses momentos ele me ajudava a “aterrar” e enfrentar o processo, conforme havíamos combinado. Continuamos monitorando as contrações, esperando que elas ritmassem de 3 em 3 minutos, mas elas estavam em intervalos de 1 minuto e meio, dois minutos, quatro minutos… 

Desci pra sala, comi 2 chocolates Bis (era o que eu conseguia comer) e me mantinha em movimento o tempo todo. Lembrava da @samdoula dizendo “Parto é movimento”. A cada contração eu sentia meu bebê descendo e mergulhando na pelve, literalmente. Andava pela sala vocalizando e balançando a cabeça – era o que me ajudava a regular a dor. Após uns 35 minutos de contração forte achei que não dava mais e resolvemos ir pro hospital.

Por volta das 05:30 saímos de casa. Sentei no carro e enquanto meu marido trancava a casa veio uma contração muito forte e uma vontade incontrolável de gritar! Ele saiu correndo de casa kk. Em um horário “comercial” o trajeto até o hospital leva uns 40 minutos. Ele deve ter feito o caminho em uns 25 minutos ?.

Tinha contrações que eu conseguia me controlar e vocalizar, mas em outras eu urrava, mas o tempo todo de olhos fechados. Faltando uns 5 minutos pra chegar no hospital eu falei pro meu marido “Eu tô querendo empurrar” e ele desesperado, coitado, pediu pra eu segurar um pouco. Ainda no carro, quase no hospital, minha bolsa estourou e senti o líquido quente.

Por volta das 06:00 da manhã, chegamos no hospital. Na recepção abriram minha ficha correndo porque eu tinha muita vontade de empurrar (os famosos puxos) e o restante do líquido escorreu lá no chão da recepção mesmo.

Eu na cadeira de rodas e Felipe correu comigo pro elevador.

4° andar. 

“Entra aqui com ela.”

“Deita aqui pra eu ver sua dilatação.”

Na minha mente:

“Meu Deus, só falta estar com uns 8cm. Não é possível, eu quero empurrar.”

“Tá nascendo!”

Correria. Entram várias profissionais.

“Fica deitada assim, querida.”

“Não, eu não quero parir assim. Me ajuda a virar.” – respondi.

4 apoios. Não me sinto confortável.

“Quer tentar deitada de lado?”

Tentamos.

“Não, não quero assim.” – falei.

“Vamos tentar na banqueta?”

“Sim!”

Felipe me apoia por trás. A enfermeira obstetra – Camila, ñ me esqueço dela- me ajudando a me concentrar no momento do puxo.

1° puxo.

“Faz força quando sentir vontade. Tenta concentrar sua força aqui embaixo porque ele já está saindo.”

2° puxo 

“Parte da cabeça dele já saiu. Mais uma força longa e ele sai. Concentra. Quando der vontade você empurra.”

3° puxo.

E às 06:22 da manhã do dia 27/09/2022 eu ouvi o som mais lindo da minha vida. Era o choro forte do meu menino. Eu trouxe meu filho pro mundo. Eu consegui trazer essa vidinha aqui pra fora. Ele veio direto pro meu peito e eu orei ao Senhor agradecendo e pedindo que ele fosse um homem bom, justo, gentil, honesto. Que ele fosse um homem de Deus.

Que experiência avassaladora! ?

Se prepare também para seu parto

 

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