Meu amor saiu: ali eu renasci

Compartilhe:

Dia 18/12 acordei as 05:30 da manhã, fui ao banheiro e pela primeira vez vi tampão marrom! Fiquei muito feliz e fui voltar a dormir.. 06:30 começaram as contrações, levantei, fui preparar café da manhã e começar a ritmar. estava latente. Continuei fazendo minhas coisas normalmente durante o dia, sempre cronometrando e observando a saída do tampão. estava saindo pouco e marrom. por volta de 14:30h saiu um tampão grande muuuuito vermelho, mas nada de pegar ritmo nas contrações!

Sobre esse parto

Parto da Leoa aluna PNP:  Evelyn Torres

Bebê nasceu com: 39 semanas e 3 dias, 3,160kg e 50cm

Nascimento foi: Hospitalar

Cidade/País: Imperatriz – MA, Brasil

Como tudo começou

Minha doula chegou 16h pra ver como estava o processo e me colocar pra fazer alguns exercícios. 17h ela fez chá de canela pra mim (SANTA RECEITA da Sam!) e fomos caminhar aqui pelo bairro…No meio da rua uma contração forte me pegou e eu me agachei kkk pensei: agora vai! A fase continuou ao longo da noite sem ritmar até 21h! A partir desse horário as contrações começaram a ficar menos espaçadas, mas curtas ainda. fui jantar uma macarronada sentada na bola e o bicho começou a pegar assim que terminei de comer. 21:30h já não tava mais aguentando ficar em casa e quis ir para o hospital!! eu não estava acreditando que já estava acontecendo, mas estava sempre tentando manter a concentração ao máximo! Dei entrada na internação 22h sentindo muita contração e fiquei aguardando minha obstetra chegar pra me avaliar. Eu ainda estava conseguindo fazer alguns exercícios na bola durante as contrações pra ajudar na descida do bebê. eu não estava nem um pouco preocupada com dilatação. estava o tempo todo pedindo pra doula observar em qual lugar na barriga ouviam o coração do bb! minha cabeça só pensava: preciso ajudá-lo a se posicionar!

A obstetra chegou as 23h e me avaliou: 4cm, colo fino, bebê cefálico e bolsa intacta. falou: você tá indo bem, ainda vai caminhar um pouco mas vai chegar lá! me animei. então deixei meu corpo trabalhar e fui indo na onda.. cada vez ficando mais doloroso. fui pro chuveiro, fiquei na bola, fiquei agachada, fiquei de 4 apoios na cama sempre durante as contrações a doula mandava eu fazer uma posição pra ajudar na descida do bebê. mas não é fácil. dói. dói demais, meu Deus! eu fazia tudo com muita dificuldade.. cheguei a ter devaneios algumas vezes, pedi comida em pleno parto ativo rs, só conseguia mesmo um pouco de lucidez durante alguns intervalos. Muita luta até 2h da manhã. parecia uma eternidade! Muitas vezes achei que não daria conta.. mas meu esposo e minha doula sempre me ‘aterravam’ e me ajudavam a não desistir.

Avaliada novamente, já estava com 8cm!! todos me incentivando muito o tempo todo! Obstetra admirada com a evolução.. chegou a hora da covardia. na fase de transição eu me entreguei nas emoções. Chorei, chorei muito no ombro do meu esposo.. o apoio dele foi crucial nesse momento. ele não demonstrou pena de mim! ele me deu forças, me lembrou do porquê eu estava lá. Não pedi analgesia. Não pedi cesárea. Mergulhei. Pouco tempo depois (2:30h) a obstetra pediu permissão para romper minha bolsa e eu concordei. Começou a ficar tudo mais intenso ainda!! comecei a sentir vontade de fazer força! Mas o bebê estava alto! Eu ainda não estava conseguindo fazer da forma correta pra ajudar ele a descer. Mas eu estava tentando.

4 da manhã meu bb já estava descendo e eu comecei a sentir puxos, eu ainda estava na sala de pré parto e minha doula pediu pra minha obstetra me levar logo para a sala do centro cirúrgico. Lembro de ouvir a obs falar: “Vamos ver como ela está fazendo força, se tiver evoluindo rápido levo ela, se não, só com 10cm.” Nesse momento meu esposo chegou no meu ouvido e falou: “Vida, você precisa mostrar pra ela agora que tá fazendo certo, na próxima contração coloque força como a doula orientou, precisamos sair dessa sala, a outra é melhor” eu só concordei, fechei o olho e esperei vir. Quando veio a contração e o puxo, coloquei força direcionada para baixo, segurei a respiração e nesse momento a obstetra fez toque pra tentar sentir o baby (que dor, meu Deus) e aí ela falou: isso!!! muito bem garota, tá dando certo, ele tá descendo! continua assim!” aquilo me animou. Logo depois me levaram então para a sala do centro cirúrgico e já subi na maca pra começar de verdade o expulsivo!

Os puxos estavam mais fortes e eu já tinha pegado o jeito de fazer a força mais direcionada para baixo. eu me empenhei. Muito incentivo da equipe, do meu marido segurando minha mão, cada contração eu me empenhava mais na força direcionada. Começou o círculo de fogo.. lembro de falar “doutora eu não consigo, tá ardendo muito!” Nesse momento ela só pegou minha mão e colocou pra eu sentir a cabeça do bebê e falou: Olha ele aqui, esquece a dor, ele é loirinho, ele já tá vindo, esquece a dor, vai ser rápido!” Nesse momento eu falei comigo mesma “eu não posso enrolar agora! eu preciso ir com tudo se não só vai demorar mais e doer mais, meu filho tá chegando!!” Tentei ignorar aquele ardor e direcionei minha força na hora dos puxos! meia hora depois (que pareceram 2 horas kkk) meu bebê saiu! O que eu ainda não tinha gritado naquela sala, eu gritei naquele exato momento! o grito mais alto que pude dar. o grito da vida.

Meu amor saiu e veio pros meus braços, ali eu renasci. Lucca chegou de parto natural, medindo 50cm, pesando 3,160kg. Uma fase latente demorada, fase ativa muito intensa, transição de muito choro e expulsivo de muita força. 6 horas de trabalho de parto. Tive laceração, peguei alguns pontos mas a recuperação está tranquila. Gratidão a Deus, ao meu esposo, minha doula e minha mentora Sam ❤️

Se prepare também para seu parto

Você sente seu corpo mudar todos os dias para viver esse dia. Agora terá a oportunidade de também preparar sua mente para se sentir mais confiante, segura e consciente da força que tem para viver esse momento tão especial.

Ao longo dos meus 8 anos de trabalho encontrei muitas mulheres pelo caminho, algumas cheias de dúvidas e arrisco até em dizer que mesmo rodeadas de pessoas que as amavam muitas vezes se sentiam desamparadas no final da gestação. Eu não sei se você vai se identificar ou não com elas. Essas mulheres são pessoas maravilhosas que no inicio da gravidez queriam muito um parto normal lindo porém conforme a barriga crescia esse desejo ia se tornando algo distante e assustador. Quase uma segunda ou terceira opção “se tudo desse certo”.

E se eu não perceber que estou em trabalho de parto? E se eu não aguentar?

E se minha família não aceitar ou apoiar? Vou encarar isso sozinha?

Eu sei que é difícil pensar tudo isso e continuar na busca pelo seu parto dos sonhos. Também já me senti assim, essa é a primeira grande dor na maternagem.

Minha dor transmutou, me fez ser a profissional que sou hoje, com olhar treinado em mais de 100 nascimentos e capaz de facilitar sonhos de mulheres de todo o mundo. Pensando nesse turbilhão que ninguém mais vê, mas que eu SEI que existe dentro de muitas gestantes que eu desenvolvi o curso Parto na Pratica. Assim, em cada aula gravada, e-book e encontro on-line você pode se SENTIR PARTE de um grupo de mulheres empoderadas genuinamente comprometidas em conhecer o próprio corpo, seus limites e possibilidades de forma respeitosa. Suporte essencial desde a gestação até os primeiros meses pós parto.

Um método de preparo ao parto desenvolvido com <3 e evidências científicas


Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.