Minhas contrações se intensificaram no dia 05/12 (sim no dia do jogo do Brasil contra a Coreia e que goleamos ), enfim, neste dia era uma mistura de alegria e dor , MUITA DOR! Comecei então a me movimentar, por que parto é movimento não é Sam? =D E as contrações só se intensificaram, virei a noite com contrações, porém não estavam ritmadas, fui para o chuveiro e as contrações se intensificaram cada vez mais, sem ritmo ainda e pouco tampão, nada muito significante, então consideramos ir a maternidade no outro dia pela manhã após uma belo café da manhã porque merecia, afinal, nem dormi.
Nesse post você vai encontrar
Sobre esse parto
Parto da Leoa aluna e leão PNP: Catherine Abreu e Jefferson Ramilo
Bebê nasceu com: 41 semanas e 2 dias, 2.945Kg e 47cm
Nascimento foi: Hospitalar
Cidade/País: Campinas-SP, Brasil
Como tudo começou
Uma observação que é bem válida, eu e meu esposo tínhamos dois planos a seguir que combinamos quando chegasse o grande dia, porque a maternidade que escolhemos possui um protocolo de internação com 41 semanas:
Plano 1: Caso chegássemos na maternidade e tivesse com pouca dilatação, onde consideramos menor que 5 cm de dilatação, não iríamos internar, iríamos a um hotel que já havíamos escolhido antes próximo a maternidade, porque moramos longe e não queríamos mais estresse, e continuaríamos nas movimentações e exercícios específicos.
Plano 2: Ficar na maternidade caso estivesse com 5cm ou mais de dilatação e nos concentrar para termos o parto planejado.
Chegamos na maternidade por volta das 9:00hrs da manhã do dia 06/12 e estava lotado, Campinas literalmente renasceu aquele dia, chegava emergência a cada 1 hora kkkk. Fui ser atendida as 11:30hrs, o médico fez o exame de toque e estava com 5cm de dilatação, fiquei super feliz e só pensei: “agora só falta a metade”, não sei porque pensei dessa forma, ilusão total. Lembra sobre as emergências? então, elas não pararam e como estava sendo atendida pelo SUS, os atendimentos de emergências passavam na minha frente e do convênio também, conclusão mesmo já passado pela consulta esperei mais duas horas para realmente ir a sala de trabalho de parto, durante essas duas horas eu estava sozinha rebolando feito doida em pé, andando, agachando, porém jamais parada, e meu esposo precisou ficar lá fora porque só podia entrar mulheres nesta ala.
Quando subi, logo colocaram o cardiotoco para monitorar o Vince e a enfermeira pediu para que eu me deitasse e ficasse de lado, no começo concordei, porém as contrações não haviam passado, pelo contrário, elas estavam se intensificando cada vez mais e ficar parada para mim não me ajudou em nada! Mas só pensava “é para ver como meu filho está então vou esperar o quanto eu conseguir”, fiquei por uma hora e meia naquela posição e meu esposo nada de subir, foi então que gritei para uma enfermeira que não conseguia mais ficar naquela posição e perguntei sobre meu esposo, ela me informou que ele já tinha sido chamado, porém não subiu. Achei muito estranho, conhecendo meu esposo ele com certeza estaria lá fora com todos os sentidos ligados para subir, então juntei minhas forças e tentei levantar, logo a enfermeira veio e me disse que havia uma pequena alteração no cardiotoco, quase faleci quando ela me disse isso, ela levou o exame para a enfermeira chefe e não me deu nenhuma satisfação! Foi então que juntei minhas forças e levantei da cama e fui atras de informações, conversei com a enfermeira chefe e a mesma me disse que não havia nenhum problema, estava tudo normal e que a outra enfermeira havia se equivocado, aproveitei e perguntei sobre meu esposo, ela pediu o número de celular dele e ligou direto, foi então que ele subiu, finalmente!
Já paramentado meu esposo estava comigo, e isso me acalmou demais porque treinamos muito cada posição e o que fazer em cada situação e sem ele eu me sentia perdida! Quando fiquei em paz mesmo já eram 17:00hrs. aproximadamente, e eu estava morrendo de fome, tomei café da manhã e levei apenas pouca coisa para beliscar durante a espera em ser atendida, realmente não estávamos esperando esse holocausto até subir para sala de parto. Pedimos a uma enfermeira algo para comer e o que ela podia trazer eram bolachinhas salgadas e geladinha, apenas, ou seja, minhas dores estavam aumentando e EU ESTAVA COM FOME!!
Quando deu 18:00hrs houve a troca de plantão e parece que Deus colocou essa equipe este dia, porque a enfermeira Solange, mais conhecida como Sol foi meu anjo durante meu parto. Assim que a Sol chegou, se apresentou e pediu para fazer o toque, e para minha surpresa estava com 7cm, porém a minha bolsa não havia estourado ainda, foi quando ela deu a opção de romper a bolsa manualmente, porém não iria fazer isso sem o meu consentimento, eu e meu esposo optamos por não estourar, até cheguei a falar com a Sam na hora, e ela nos orientou que não havia a necessidade, nos orientou para continuarmos com os exercícios e respiração. A maternidade nos fornecia bola, chuveiro e podia andar por um corredor que possui barras para agachamento, fui fazendo todos esses exercícios com maior frequência, porém estava exausta e meu esposo falava para eu deitar, mas impossível simplesmente deitar e dormir, as contrações vinham fortes, já eram quase 22:00hrs e minhas contrações se intensificavam cada vez mais e meu útero começava a trabalhar mais e mais, porque saia muito tampão e esses fatores me animavam demais para seguir em frente, porém nada da bolsa estourar e isso me preocupava.
Por volta das 22:30 chegou mais algumas bolachinhas com chá de camomila e gelatina, comi como se fosse uma pizza de 8 pedaços kkkk Quando deu 00:30 do dia 07/12 eu realmente entrei na partolandia e não estava raciocinando, minha bolsa não havia se rompido e eu estava exausta, perguntei a Sol o que poderia fazer e ela me disse chuveiro, fui pela ultima vez ao chuveiro e as contrações se intensificaram muito mais, consegui ficar por 50 minutos e olhei para meu esposo e falei: “ não aguento mais”, minha bolsa não estourou e minha dilatação já estava com 9cm , mas eu estava realmente exausta, contabilizando já estava com quase 30 horas de trabalho de parto ativo e pedi a analgesia, a Sol foi muito humana e falou que eu era muito guerreira e estava tudo bem, e isso me motivou a ver que naquele momento estava fazendo a escolha certa!
O processo no centro cirúrgico não foi fácil também, o anestesista precisou aplicar duas vezes a analgesia porque estava com muita adrenalina no corpo, e isso fez com que eu não sentisse muito as contrações, e eu precisava sentir um pouco para ter força no expulsivo, então a Sol solicitou que colocasse um pouco de citocina no soro, ela estouro minha bolsa e percebeu no monitor que os batimentos cardíacos do Vince havia caído, ela chamou o medico plantonista e ele percebeu que a cabeça do Vince não estava encaixada no centro da pelve, estava parado a esquerda e por isso os batimentos caíram. A Sol fez então uma manobra com minha perna esquerda, cruzando ela para o lado direito e depois de quatro tentativas, Vince encaixou no centro de minha pelve e os batimentos voltaram ao normal, porém o expulsivo estava por vir e eu precisava de força para que acontecesse, lembrando que faziam dois dias que não dormia e estava exausta, o que me motivava era que estávamos a poucos passos de conhecer nosso Vicente, então a Sol gritava pra mim: “ faz força como se você fosse fazer coco”! Eu não conseguia fazer a força no local certo, por alguma razão não forçava o períneo, forçava meu quadril, enfim, depois de N tentativas a Sol pediu para que meu esposo me ajudasse e as 03:13hrs da manhã do dia 07/12 meu Vince nasceu e foi o momento mais feliz da minha vida e só tenho gratidão a Deus, aos plantonistas, em especial a enfermeira Sol que me motivava o tempo inteiro me dizendo que eu era guerreira e que eu iria conseguir, a Sam por compartilhar seu conhecimento e que aplicamos até o fim deste capitulo e por último, porém não menos importante agradecer ao meu esposo que sem ele literalmente não iria conseguir. Gratidão!
Se prepare também para seu parto
Você sente seu corpo mudar todos os dias para viver esse dia. Agora terá a oportunidade de também preparar sua mente para se sentir mais confiante, segura e consciente da força que tem para viver esse momento tão especial.
Ao longo dos meus 8 anos de trabalho encontrei muitas mulheres pelo caminho, algumas cheias de dúvidas e arrisco até em dizer que mesmo rodeadas de pessoas que as amavam muitas vezes se sentiam desamparadas no final da gestação. Eu não sei se você vai se identificar ou não com elas. Essas mulheres são pessoas maravilhosas que no inicio da gravidez queriam muito um parto normal lindo porém conforme a barriga crescia esse desejo ia se tornando algo distante e assustador. Quase uma segunda ou terceira opção “se tudo desse certo”.
E se eu não perceber que estou em trabalho de parto? E se eu não aguentar?
E se minha família não aceitar ou apoiar? Vou encarar isso sozinha?
Eu sei que é difícil pensar tudo isso e continuar na busca pelo seu parto dos sonhos. Também já me senti assim, essa é a primeira grande dor na maternagem.
Minha dor transmutou, me fez ser a profissional que sou hoje, com olhar treinado em mais de 100 nascimentos e capaz de facilitar sonhos de mulheres de todo o mundo. Pensando nesse turbilhão que ninguém mais vê, mas que eu SEI que existe dentro de muitas gestantes que eu desenvolvi o curso Parto na Pratica. Assim, em cada aula gravada, e-book e encontro on-line você pode se SENTIR PARTE de um grupo de mulheres empoderadas genuinamente comprometidas em conhecer o próprio corpo, seus limites e possibilidades de forma respeitosa. Suporte essencial desde a gestação até os primeiros meses pós parto.
Um método de preparo ao parto desenvolvido com <3 e evidências científicas