Dieta vegana e vegetariana no ciclo da vida: gravidez e amamentação

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A gravidez é uma fase única, permeada de sutilezas em transformação. É um portal de passagem que se abre para um novo olhar.

A alimentação na gravidez integra essa percepção de que fazemos parte do universo juntamente com todos os seres que pulsam e sopram cores a esse mundo.

Segundo a American Dietetic Association (ADA), dietas vegetarianas bem planejadas são apropriadas em todas as etapas do ciclo da vida desde a infância até a idade adulta, inclusive na gravidez e enquanto você está amamentando. São saudáveis, nutricionalmente adequadas e podem fornecer benefícios à saúde no tratamento e na  prevenção de doenças como menor risco de desenvolver diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer, patologias vasculares e obesidade.

Dieta vegana ou vegetariana ?

Fonte: Giphy

A alimentação sem a ingestão de carne, de modo geral, pode ser definida em:

  • Dieta vegana: sem alimentos animais ou derivados de animais, como carne, ave ou peixe, ovos, laticínios e mel.
  • Dieta vegetariana: inclui alimentos derivados de animais como ovos, mel, leite e laticínios.

É comum a suplementação de alguns nutrientes durante a gestação mesmo para grávidas que não possuem a dieta vegana-vegetariana. Alguns nutrientes são essenciais para formação dos tecidos, órgãos e sistemas do bebê, sendo importante se atentar durante a gravidez para se certificar de que a ingestão de tais componentes estão em quantidades adequadas para vocês.

Os nutrientes que merecem uma atenção especial, de modo geral, são o ferro, cálcio, vitamina D, vitamina B12, ômega 3 e ácido fólico.

Para ter uma alimentação saudável durante a gravidez, em especial à dieta vegana-vegetariana, é preciso ter planejamento e preparo, desintoxicando o corpo que vai nutrir dois seres que estarão conectados.

Cuidar antes do princípio

Foto: George Jr Kamau no Pexels

No pré natal é comum os médicos estarem despreparados para esse olhar em relação a ingestão de nutrientes na gravidez. E consequências como parto prematuro, aborto, retardo de crescimento intra-uterino, hemorragia pós parto, baixo peso ao nascer (que influencia no desenvolvimento e crescimento durante a infância), predisposição de enfermidades crônicas não transmissíveis como diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e depressão pós parto podem ser causadas pela falta de nutrientes e passarem de forma despercebidas.

O grande desafio de manter dietas vegana-vegetarianas está na adaptação em ingerir alimentos variados, saindo do arroz-feijão de cada dia, tendo acompanhamento com um nutricionista, realizando exames laboratoriais que certifiquem que há um aporte dos nutrientes essenciais, suficientes para você e para o bebê e suplementação das substâncias que não podem ser absorvidas apenas através da alimentação.

É importante combinar os alimentos dentro dos grupos, evitando xenobióticos como agrotóxicos, ultraprocessados (alimentos que passaram por técnicas e processamentos com alta quantidade de sal, açúcar, gorduras, realçadores de sabor e texturizantes) e industrializados para ter uma dieta vegana-vegetariana planejada adequadamente na gravidez e se mantendo depois, com a amamentação.

Fórmulas prontas

Fonte: Giphy

A suplementação alimentar com fórmulas prontas podem não ser adequadas para alguns nutrientes e o corpo vai responder jogando fora o que está em excesso e o que não é suficiente acaba faltando. Como cada pessoas é um ser único no mundo, o ideal é fazer uma análise individual e ir ajustando os níveis de ingestão dessas substâncias ao longo da gravidez e durante a amamentação, acompanhando esse aporte através de exames laboratoriais.

Diversidade e equilíbrio

Foto: Pixabay no Pexels

Está liberado tudo o que está disponível na natureza e não é alterado pelo ser humano como frutas, legumes, verduras, cereais integrais, suco verde, leite vegetal, compondo um cardápio variado não processado e nem ultraprocessado. É importante ingerir as gorduras boas (fontes de ômega 3 e 6) para absorver vitaminas lipossolúveis que reduzem o colesterol ruim (LDL) e aumentam o colesterol bom (HDL), auxiliando na prevenção cardíaca, através do coco, abacate, azeite, sementes oleaginosas e castanhas.

Será que precisa comer carne na gravidez para suprir a falta de nutrientes? A única vitamina presente na carne é a B12 e esta pode ser suplementada assim como as outras substâncias, sem problemas!

Siga seu instinto alimentar!

Foto: Pixabay no Pexels

Muitas vezes temos vontade de comer certos tipos de alimentos sem uma razão aparente. Pode ser que você sinta vontade de comer frutas cítricas e não sabe que sua ingestão diz que seu corpo precisa de vitamina C que é essencial para o desenvolvimento inicial do bebê ou então você sente vontade de comer melado, que possui mais ferro. Estar conectada, ouvindo o que o corpo sente, seguindo seu instinto e tendo uma alimentação saudável com acompanhamento e suplementação específica se necessário é o segredo para o seu corpo nutrir a vida que se forma no seu ventre e estar em equilíbrio para o desenvolvimento de vocês dois.

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Referências Bibliográficas:

Vegan–vegetarian diets in pregnancy: danger or panacea? A systematic narrative review. PICCOLI, Giorgina Barbara et al.(autores). BJOG: An International Journal of Obstetrics & Gynaecology, v. 122, n. 5, p. 623-633, 2015 – https://obgyn.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/1471-0528.13280

Vegetarianismo e suas consequências durante o período gestacional – Bárbara Manuela Ferreira da Silva et al. Projeto apresentado à disciplina Introdução à nutrição. Departamento de nutrição. ICB. UFJF. Juiz de Fora. 19 páginas. 2010 – http://www.ufjf.br/renato_nunes/files/2010/08/Vegetarianismo-e-suas-consqu%C3%AAncias-durante-o-per%C3%ADodo-gestaci.pdf

Dieta vegetariana y vegana durante embarazo y lactancia materna – Soliveres Higuera, Irene. 2017 – https://repositori.upf.edu/bitstream/handle/10230/28194/Soliveres_2016.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Nutrindo a vida – nutrição consciente – https://nutrieducadora.com.br/

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