Eu natureza, eu casulo – transformação de uma doula!

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Olá, sou Luciane Melo, gaúcha nascida em 1977, advogada de formação, doula de formação e coração, casada com o Alexandre, e mãe de dois guris, o Miguel Irineu e o José Inácio.

Tive duas gestações bem diferentes e comprovei, na prática, aquilo que todos falam: ah, uma gravidez é diferente da outra!  Sendo assim, vou contar pra vocês um pouco da minha história e do meu caminhar até ser doula.

Quando fiquei grávida do meu primeiro filho (Miguel Irineu) eu já sabia que queria muito parto normal, e, sendo assim, resolvi, dentro outras inúmeras coisas, me conectar com a natureza! Eu realmente me senti muito bem e consegui uma conexão ao tão falado sagrado feminino, o que contribuiu muito para o meu parto normal.Eu fui totalmente natureza, referenciei o sol, lua, estrelas, mar, plantas e por aí vai…fiz uma imersão nesse universo, foi uma gestação toda ´pra fora´, digamos, porque aquilo explodia dentro de mim e saia pro exterior, aquela magia da gestação, aquele novo por vir…eu fui totalmente natureza!

Toda natureza no meio do mato!
Toda felizona dançando na areia!

Depois, em 2018,  veio o gestar do José Inácio. Como eu já tinha um filho a minha segunda gestação foi mais introspectiva, eu pensava muito em como seria criar dois filhos tão pequenos, e pensava se eu daria conta. Dessa forma pude vivenciar na prática a frase tão falada: uma gestação é diferente da outra! Na primeira, eu fiquei totalmente natureza, na segunda, totalmente casulo! Fiquei muito introspectiva, senti a necessidade de um recolhimento, senti a necessidade de SENTIR mais a gestação, na primeira eu li todos os livros, todas as teorias que existem sobre todo o universo materno, tudo sobre parto, assisti mil filmes, documentários, toda as informações possíveis (na teoria), já na segunda gestação as leituras e teorias não eram a prioridade, pois eu já sabia que ´não se preocupe em entender, viver ultrapassa todo o entendimento ´ (Clarice Lispector), no meu segundo gestar eu já sabia que o viver é mais forte e necessário que o entender das teorias….e essa foi a grande lição dos meus gestares: sinta e viva! Não importa se você está natureza, casulo, ou sei lá o que for: permita-se sentir tudo!

Eu casulo simplesmente sentindo de forma muito introspectiva o meu segundo gestar!
Respira, respira que é grátis!

Passadas as gestações, vieram os meus partos, a vivência dos partos, as dores, as alegrias, as superações, os nascimentos (dos dois filhos e de uma nova mulher), veio o meu partejar!

Tive meus dois filhos de parto normal (como eu sempre quis)! O meu primeiro filho ganhei aos 38 anos, e o segundo aos 40 anos. O primeiro foi um parto pelo SUS, e contrariando todas as estatísticas, pois sabemos da precariedade do serviço público, tive um parto maravilhoso, sem nenhuma violência obstétrica, e com minhas vontades respeitadas.

Já o segundo filho o parto foi pelo plano de saúde, um trabalho de parto rápido (4 horas ao total), tsunâmico, assim como a chegada das crianças na minha vida. Eu gosto muito do termo ´dar à luz´, porque realmente o nascimento dos meus filhos foi dar à luz, foi clarear no meu coração o caminho que eu deveria traçar, foi clarear e mostrar o que realmente tem importância na vida! Foi confirmar o que eu já vinha pensando: tenho que ser doula! Preciso ajudar outras mulheres nessa caminhada!

Assim, considero o parto um ritual de passagem, algo espiritual, é realmente um dar à luz no sentido de trazer um outro esclarecimento para a vida, é algo muito profundo…mas, passado o nascimento, chega o puerpério…

Mas, nascidos os bebês, chegou o puerpério….então lá vou eu pro mergulho do puerpério e, com dois filhos, pro entendimento da expressão: ´pintinhos debaixo da asa da galinha´, ou ´não sai debaixo da asa da mãe´, ou ´galinha protegendo os pintinhos´ ou ´galinha não tem olheiras´(essa última inventada por mim, acho que vou patentear – risos). Vamos lá:

Galinha não tem olheiras

Após meus partos normais transformadores vieram os puerpérios, e ai, bem, e ai, o ´bicho pegou´, de natureza, casulo, empoderada eu virei sabe o que? Uma galinha!

Não tive um puerpério fácil do primeiro filho, pois eu não tinha rede de apoio, morava longe dos familiares, fiz 02 mudanças de residência, amamentação, sono, muito sono e cheguei à exaustão! Nesse exato momento eu percebi a importância de uma doula pós-parto, pois se eu tivesse uma com certeza não chegaria à exaustão! Mas com o tempo tudo se ajeita e o puerpério vai tomando outras formas, a transformação de mulher pra mãe, apesar de ser abrupta fisicamente (o bebê nasce, você é mãe), ela é devagar psicologicamente (ao menos essa foi a minha vivência), e aos poucos fui me tornando mãe e deixando o caos do puerpério pra traz…

O puerpério do segundo filho já foi mais fácil, pois eu já era mãe, era uma questão de adaptar a rotina, embora também tenha sido muito desafiador, pois eram dois filhos pequenos, e foi nesse momento que eu pensei: vou voltar a ser natureza: assim passei boa parte do puerpério do meu segundo filho: amamentando um e com o outro ´debaixo das minhas asas´. Sempre que olho essas fotos da ´maternidade real´ penso em galinhas, mas, pensando bem, galinha não tem olheiras…

literalmente debaixo das ´asas´da mamãe!
Era um na barriga e o outro sempre ´empoleirado´.

Passada a fase da galinha resolvi ser borboleta, vamos lá:

Borboleta sai do casulo

Então passou as minhas gestações, meus partos, meus puerpérios e chegue até aqui!

A minha transformação começou lá em 2016, pois quando estava grávida tinha medo de sofrer algum tipo de violência obstétrica, então, para evitar tal situação, eu adentrei no universo dos direitos das gestantes, pois queria estar muito bem resguardada, informada e empoderada (uma das ´palavras da moda´, mas que significa muito para uma gestante que deseja um parto normal sem violência obstétrica).

Assim, descobri direitos que eu nem sabia que vocês – nós – temos. Descobri que o acesso a um nascimento humanizado é direito (sim, direito), não é um ´favor` como alguns pensam…e compreendi que temos muito a caminhar ainda em relação à efetivação dos direitos das gestantes, sendo que a partir daí resolvi me dedicar ao estudo dos direitos das gestantes.
Também senti a necessidade de me tornar doula! Percebi que além do fato das mulheres não conhecerem os seus direitos, elas também tem muita dificuldade em encontrar apoio para realizar um parto humanizado. Elas estão empoderadas, mas muitas vezes, sozinhas, o que faz com que desistam de seus objetivos. Assim, nasceu uma ADVOGADA DOULA trabalhando pelas gestantes!

Quer ser borboleta?TENHA AUTONOMIA!

Quer ser borboleta? Tenha autonomia para voar! Quer uma gestação, parto  e puerpério respeitosos e com auxílio? Procure ajuda, converse com uma doula! Eu convido você a vencer os seus medos e adentrar nesse universo da maternidade, a passar pela transformação de um trabalho de parto! Eu trilhei todos esses caminhos e digo: vale a pena!

Através do meu trabalho de doula auxilio você em todos esses processos, ofereço uma assessoria on-line para empoderar você, dar autonomia, confiança, esclarecer dúvidas, se empoderar!

Como advogada assessoro você em termos práticos, por exemplo, você sabe fazer um plano de parto? Sabia que esse documento é super importante? Sabia que nesse documento podem constar todas as suas vontades?

Assim, aconselho você a procurar ajuda profissional em todo o seu gestar, parto e puerpério, pois uma conversa on-line pode mudar todo o rumo da sua história! Eu estou à disposição para essa conversa!

Me despeço de você com uma foto dos meus avós maternos, essa imagem significa muito pra mim, ela diz: ter alguém caminhando junto conosco, segurando a nossa mão, auxilia e facilita a nossa jornada!
Conte comigo!

Referências bibliográficas:

BRUGGEMANN OM, Parpinelli MA, Osis MJD. Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura. Cad Saude Publica.[on-line] 2005 set/out; [citado 03 jun 2005]; 21(5). Disponível em: <http: //www.scielo.br/scielo.php

SABATINO, Hugo. Analise crítica dos benefícios do parto normal em distintas posições. Tempus Actas de Saúde Coletiva, v. 4, n. 4, p. 143-148, 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.18569/tempus.v4i4.841.

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2 respostas para “Eu natureza, eu casulo – transformação de uma doula!”

  1. Lu que linda sua descoberta!!! que possas empoderar muitas mamães. Juntas somos mais fortes. Quando transborda significa que chegou a hora de tocar pessoas. Gratidão pelo teu despertar!!❤

  2. Linda caminhada! Belas experiências vividas na prática! Que tu possa inspirar e auxiliar muitas mulheres com teu conhecimento, acolhimento e amor. Beijos. Parabéns pela família maravilhosa e pelo blog.
    Beijos!!!

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