A cesárea tem sua razão de existir. Sabemos que é uma cirurgia de grande porte e como qualquer outra cirurgia tem seus riscos. A OMS – Organização Mundial da Saúde afirma que a cesárea é uma intervenção efetiva para salvar a vida de mães e bebês, porém apenas quando indicada.
Ela pode causar complicações significativas e as vezes permanentes, assim como sequelas ou morte, especialmente em locais sem infraestrutura e/ou capacidade de tratar complicações pós operatórias. A OMS preconiza ainda que os esforços devem se concentrar em GARANTIR que cesáreas sejam feitas nos casos em que realmente são necessárias.
Nesse post você vai encontrar
Mas como saber quando uma cesárea é realmente necessária?
As taxas de cesárea vem aumentando desde os meados dos anos 80 e junto com as taxas tem aumentado também a preocupação, principalmente em países em desenvolvimento. Inicialmente, a cesárea trouxe diminuição nas taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal, porém com o passar do tempo a cirurgia passou a ser utilizada indiscriminadamente chegando à taxas de 80% em alguns países da América do Sul, como exemplo o Brasil.
Sabe-se por meio de estudos, que taxas de cesáreas maiores do que 10% não estão associadas com redução de mortalidade materna e neonatal e estudos indicam quais são as indicações absolutas e relativas de cesárea. Vamos lá?
Indicações absolutas de cesárea
Em alguns casos ocorre a indicação absoluta da cesárea, casos esses que são indiscutíveis quando se trata da vida da mãe e do bebê:
· Placenta Prévia
Placenta prévia é uma condição em que a placenta se apresenta sobre o orifício cervical interno, ou seja, o colo do útero, impedindo a passagem do bebê pelo canal vaginal.
· Descolamento prematuro de placenta
O descolamento prematuro da placenta constitui risco elevado de mortalidade fetal e materna, portanto sendo uma indicação absoluta de cesárea.
· Ruptura de vasa praevia
Vasa prévia é uma condição obstétrica rara que resulta da ruptura de um de vasos sanguíneos fetais desprotegidos, que passam pelo orifício interno do colo. Se a mulher entra em trabalho de parto e a membrana com os vasos se rompe, existe um alto risco de morte fetal por hemorragia fetal grave.
· Placenta Acreta
Condição não rara em que a placenta se adere ao útero. Pode ser diagnosticada por ultrassonografia com doplervelocimetria e posterior ressonância magnética caso surja a suspeita no primeiro exame. A placenta acreta geralmente acaba com histerectomia após o parto, ou seja, na retirada do útero.
· Herpes genital com com lesões ativas
O risco de transmissão de mães com herpes genital e lesão ativa durante o trabalho de parto é elevado. Portando a cesárea é indicada por reduzir o risco de transmissão e infecção neonatal.
· Prolapso de cordão
Ocorre quando o cordão umbilical passa pelo canal vaginal antes da cabeça do bebê. Se a cesárea ocorrer em um curto intervalo de tempo, as chances de salvar o bebê aumentam. Caso o prolapso ocorra com o colo uterino completamente dilatado e a cabeça fetal insinuada, o parto vaginal pode acontecer por fórceps.
· Ruptura uterina
A distensão segmentar/ruptura uterina sintomática trás altas taxas de mortalidade materna e perinatal. A cesárea é indicada exceto se o diagnóstico é feito durante o período expulsivo do parto, com a cabeça fetal insinuada e com boas condições da aplicação de um parto instrumental.
· Bebê em apresentação córmica
Ocorre quando o bebê está transverso no útero da mãe, ou seja, “deitado”, impossibilitando o parto vaginal DESDE QUE seja uma condição intra parto, não é indicação absoluta de cesárea fora do trabalho de parto pois o bebê pode virar a qualquer momento, não sendo indicada a cesárea eletiva.
Informação é vida!
O parto natural/normal pode ser o sonho de muitas mulheres, mas o bebê e a mãe com certeza são mais importantes quando tratamos de condições que podem vir à colocar a vida de ambos em risco. Aqui está apresentada a Cesárea do Bem, que surgiu para salvar vidas!
Ter um acompanhamento pré-natal de qualidade vai identificar possíveis anormalidades durante a gestação e evitar complicações posteriores, faça o acompanhamento médico regular. E quer saber um pouco mais sobre esses e outros assuntos de gestação, parto e pós parto? Procure uma Doula! Você pode falar comigo por aqui.
No próximo post da série, você conhecerá mais sobre Indicações Relativas de Cesárea! Leia aqui!
Referências Bibliográficas:
- Declaração da OMS sobre Taxas de Cesáreas
- Melânia Amorim – Indicações reais e fictícias de cesariana
http://estudamelania.blogspot.com/2012/08/indicacoes-reais-e-ficticias-de.html
- Alex Sandro Rolland Souza, Melania Maria Ramos Amorim e Ana Maria Feitosa Porto – Indicações de cesariana baseadas em evidências: parte II
https://www.dropbox.com/s/3arvh5klobo63jz/cesariana_baseada_em_evidencias_parte_II.pdf
Informações valiosas e muito importantes para que não sejam feitas interpretações radicais a respeito da necessidade ou não de uma intervenção cirúrgica.
Obrigado por compartilhar!
Obrigada pelas informações, muito esclarecedor. Parabéns pelo lindo trabalho.
Parabéns Júlia,belo texto.
Parabéns Julia Deus abençoe vc ….belo trabalho esclarecedor
Parabéns!! 😘
Parabéns Julia, aprendi coisas que não sabia sobre o parto.
Júlia Parabéns pelo texto maravilhoso!!! Já te admirava por fazer um belo trabalho como mãe, como participante no nosso grupo de alérgicos e agora mais ainda como Doula e escritora! Sucesso! Aguardo seus próximos conteúdos! 👏😍😘💗