A Doula é uma profissional que presta apoio físico e emocional para a mulher durante a gestação, o parto e o pós parto. Prevista no Código Brasileiro de Ocupações, atua de forma autônoma na prestação de serviços nas áreas de saúde e serviço social [aquele momento que você percebe que a Doula é uma prestadora de serviços – óóóóóóó].
Como uma prestadora de serviços, a Doula escolhida deve estar alinhada com o que você espera para o seu processo. Existem Doulas de diversas personalidades e que oferecem os mais variados serviços. A seguir darei algumas dicas sobre como escolher a Doula ideal para você e o que esperar dela no seu parto.
Nesse post você vai encontrar
Escolhendo a Doula
Provavelmente, você vai pegar indicações com mulheres que tiveram Doulas em seus partos – seja com amigas, conhecidas ou nos grupos presenciais e virtuais de apoio ao parto.
Pense que você vai fazer uma obra na sua casa. Você vai definir o que e como você quer que seja feita. A partir daí você vai atrás de profissionais que te ofereçam o serviço de acordo com suas necessidades.
Assim também é com a Doula. Você precisa se identificar com ela e ver se ela atende suas expectativas para o parto.
Geralmente a Doula propõe um primeiro encontro para que vocês possam se conhecer. Aproveite esse encontro para tirar todas as suas dúvidas sobre o serviço, perguntar o que ela oferece, como será o acompanhamento, quantos encontros, qual a disponibilidade dela para o parto, o que é feito em caso de emergências – como se ela trabalha com Doula backup caso não possa ir no dia do parto -, os termos do contrato, formas de pagamento, etc.
Expectativa x realidade
A gente sabe que a expectativa idealizada é a predecessora da frustração. Por isso, tudo deve ser combinado e conversado antes para minimizar o risco de acontecer algo que não agrade uma das partes.
Muitas mulheres [equivocadamente] imaginam que a Doula pode protegê-las de sofrer violência obstétrica ou que a Doula pode garantir um parto vaginal/respeitoso, ou até pior, que não precisa arcar com os custos do acompanhamento caso o parto vire uma cesariana. Grande parte das Doulas são também ativistas, atuando em associações e na construção de políticas públicas voltadas para a melhoria na assistência ao parto. Porém, quando uma Doula acompanha uma mulher enquanto profissional e prestadora de serviços, o ativismo fica de fora do cenário o parto. A função da Doula é com a mulher e para a mulher que ela acompanha, em hipótese alguma a Doula vai questionar ou discutir conduta com o profissional que está atendendo o parto – essa é função da própria mulher, com base nas informações que adquiriu durante a gestação e de seu acompanhante. A Doula também não pode garantir que a mulher terá um parto vaginal, em muitos casos a cesárea será necessária, ou, ainda que não seja, muitas vezes a mulher será encaminhada para uma cirurgia devido a limitações da assistência e contexto do cenário obstétrico em que essa mulher está inserida e nem a mulher nem a Doula têm controle sobre isso.
Há de se considerar que a Doula é uma pessoa que não faz parte da sua família e que você escolheu para estar ao seu lado nesse momento tão peculiar e especial na vida de uma família. Durante o parto a Doula vai sugerir a aplicação de várias técnicas de que ela tem conhecimento para as situações que forem se colocando no cenário do parto e você deve ter a liberdade de dizer o que te agrada ou não naquele momento.
Além disso, é importante compreender que a Doula é humana, é passível de erros também. É essencial dar o feedback sobre o atendimento para que os acontecimentos fiquem claros e, em caso de algo ter saído do combinado, que a profissional possa aprimorar seu trabalho.
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Referências
Apoio contínuo para mulheres durante o parto – Crochrane Library