“Paciência,
Confiança,
Coragem,
Motivação,
Empoderamento,
Tempo.”
Sabe-se que para que o trabalho de parto possa fluir de forma natural e espontânea é necessário alguns fatores:
- Maturidade do bebê e da placenta
- Hormônios do parto em equilíbrio
- Contrações uterinas efetivas e regulares
- Mobilidade da pelve
Porém, em determinados casos, o trabalho de parto pode se prolongar um pouco e ocorrer alguma distócia de origem fetal e/ou materna. Ok Mariane, mas o que significa isso?
De acordo com a Febrasgo, “pode-se definir distócia como qualquer perturbação no bom andamento do parto em que estejam implicadas alterações em um dos fatores fundamentais do parto.”
Nesse post você vai encontrar
Elas podem ser divididas da seguinte forma
- Motor: é a força que impulsiona o feto (objeto) através do canal do parto (trajeto). Esta força é gerada pelas contrações uterinas.
- Trajeto: é o canal do parto. Envolve a parte dura (pelve e suas articulações) e a parte mole (segmento inferior do útero, colo uterino, vagina e região perineal.
- Objeto: é o feto que irá atravessar o canal do parto (trajeto).
Distócias psicoemocionais tem explicação fisiológica
O ambiente externo também influencia, já que a mulher precisa estar segura e sentir-se acolhida para que possa se entregar ao trabalho de parto. Medo, preocupação, raiva, stress, tudo isso contribui para o aumento da produção de adrenalina (antagonista da ocitocina) e noradrenalina, diminuindo a circulação sanguínea ao útero e placenta. Ocasionando contrações não-efetivas e reduzindo a oxigenação para o feto.
Quando estamos com medo ficamos tensas e a essa tensão faz a dor aumentar. Por exemplo: contraia o braço e dê um tapa. Agora deixe o braço relaxado e faça o mesmo movimento. Percebe a diferença? Este é o ciclo MEDO – TENSÃO – DOR.
A dor do parto é diferente de qualquer outro tipo de dor, por várias razões. Primeiro porque não é contínua, a contração começa fraquinha e aumenta até atingir o pico, quando começa a diminuir e desaparece completamente. No intervalo entre as contrações não há dor, pressão ou incômodo algum, é como se nada tivesse acontecido momentos antes. Existem mulheres que até dormem entre os intervalos.
De acordo com uma recente pesquisa da Unicamp, “penumbra torna o parto mais tranquilo.”
Segundo a pesquisadora, alguns estudos reportam que a iluminação ativa o neocórtex, que é o lado do raciocínio, da inteligência. Essas interferências estimulam o neocórtex, exigindo a presença cognitiva da mulher, inibindo a produção de outros hormônios mediadores do processo fisiológico do parto. Durante o parto é preciso que ocorra justamente o contrário: desativar o neocórtex e ativar o córtex primitivo, ou seja, aquele do lado animal, para que a gestante consiga parir o bebê. Consequentemente, a mulher não consegue entregar-se de forma instintiva a “partolândia”.
As mulheres chegam com muito medo ao hospital e isso inibe a ativação do córtex primitivo. Acabam liberando adrenalina, ao invés de liberar a ocitocina (hormônio natural do parto), ficando em estado de vigilância, prontas para reagirem. “Constatamos que, quando as luzes são apagadas, é possível resgatar o córtex primal, ativá-lo e liberar mais ocitocina, permitindo que o parto flua mais naturalmente”, disse.
E como podemos evitar as distócias?
- Dando a mulher liberdade de movimentos (quanto mais prolongado o parto, mais ela deve movimentar-se);
- Acolhimento aos seus desejos e necessidades, que seu plano de parto possa ser respeitado;
- Protegê-la de interferências externas não expondo a gestante;
- Facilitar um ambiente privativo a agradável à gestante;
- Informá-la de todos os procedimentos que deverão ser realizados;
- Encorajar, elogiar, afirmar sua capacidade de parir por meio de palavras, gestos, toques, carinhos;
- Utilizar técnicas de relaxamento, respiração, vocalização (se desejável), musicalização;
- Métodos não-farmacológicos de alívio da dor;
- Não privar sua alimentação e hidratação;
- Utilizar de linguagem simples e objetiva com a gestante, evitando que ela precise raciocinar demais;
- Deixar o ambiente mais escurecido.
Leia mais em:
Distócias – Febrasgo
Hormônios do parto – Blog Casa da Doula
O tamanho da pelve importa? – Blog Casa da Doula