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Contração é gerada por pulso do “hormônio do amor”
No final da gestação, há um aumento gradual da liberação de ocitocina e nos dias que antecedem o parto há o aumento dos receptores deste hormônio no topo/fundo do útero. Durante o trabalho de parto a ocitocina é liberada na corrente sanguínea e levada até o útero. Cada pulso de ocitocina gera uma contração. Para dar uma mãozinha na produção de ocitocina, abrace, beije, pratique generosidade e afeto (tudo isso vindo do fundo do coração, ok?!).
Nem toda contração é sinal de trabalho de parto
No final da gestação você pode notar (ou não) uma maior atividade do útero, com alguns episódios em que a barriga fica dura, ou sensações de “pressão”. Com a aproximação do parto, você pode notar (ou não) que esses episódios tornam-se mais frequentes. Porém, você também nota que todas essas sensações somem depois de um tempo. Essas são as contrações de treinamento e não indicam que a mulher está em trabalho de parto. Esse “aquecimento” aperta o útero e pressiona o bebê para baixo.
Contração é responsável pela dilatação
A pressão provocada pela cabeça do bebê no fundo do útero provoca a secreção do hormônio prostaglandina, responsável pelo amolecimento do colo do útero. Sim! O famoso colo que a gente tanto escuta durante a gestação. Ao longo do trabalho de parto, os níveis de ocitocina vão aumentando e as contrações vão ficando mais longas e os intervalos entre elas, menores. Todas essas atividades de contrações vão puxando as fibras musculares do colo do útero para cima, criando condições para que o colo se abra e atinja a dilatação máxima esperada de 10 cm.
As sensações das contrações são únicas
Uma coisa é comum: o início do trabalho de parto se dá quando as contrações são regulares, ou seja, acontecem em um ritmo, com intervalos entre elas. Imagine uma onda do mar, vindo em direção à praia e voltando em direção ao mar. Imaginou? Pois é, cada contração é como uma onda: começa leve, vai crescendo em intensidade até atingir um pico. Em seguida vai diminuindo e passa. Porém, a percepção dessas ondas será diferente para cada mulher ou mesmo pelo mesma mulher em partos diferentes. As sensações podem acontecer em diferentes partes do corpo: região lombar, baixo ventre, partes internas das coxas. As primeiras contrações podem ser incômodas ou então tão sutis que a mulher pode nem perceber. Mulheres em trabalho de parto ativo (veja aqui) podem estar serenas e sorrindo. Algumas podem estar agoniadas. Outras, em êxtase.
Então, se liga: nada de encanação quando ler e/ou ouvir relatos de parto, pois as experiências são pessoais e por isso, únicas.
Você pode passar pelas contrações de forma tranquila
Não há regras para as sensações. Porém, há dica: desligue sua mente e procure abrir mão do controle do seu corpo e daquilo que estiver ao seu redor, no ambiente. Permita que as contrações façam o trabalho necessário para o nascimento. Ter em mente que a contração é passageira e que ela vem com a intenção de abrir nosso útero é uma maneira de ressignificá-la. Do tipo, de vilã para heroína, entende? Há muitas possibilidades para passar pelas contrações de maneira mais suave, como por exemplo: relaxar o corpo entre as contrações, se movimentar livremente, utilizar água (compressas, chuveiro, imersão na banheira), estar cercada por pessoas que te apoiam e te trazem segurança, que a mantenha hidratada e nutrida (contração=gasto de energia) e que contribuem para que você esteja focada na sua respiração, em algo tranquilo ou alegre.
Estou aqui para apoiá-la e orientá-la no caminho em busca de uma experiência positiva de parto. Para saber mais sobre o meu trabalho, me chama aqui. Vamos juntas?
Referências
Parto Ativo. Janet Balaskas. 3ª edição. Editora Ground. 2017.
O parto é da mulher: Guia de preparação para um parto feliz. Cristina Balzano. Gutenberg, 2019.
Parto Normal Ou Cesárea? Carmen Simone Grilo Diniz e Ana Cristina Duarte. UNESP, 2004.
Efetividade de estratégias não farmacológicas no alívio da dor de parturientes no trabalho de parto.” Rejane Marie Barbosa Davim, Gilson de Vasconcelos Torres e Janmilli da Costa Dantas. Revista da Escola de Enfermagem da USP 43: 438-445. 2009.