Assoalho Pélvico na Gestação e no Parto

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O QUE É O ASSOALHO PÉLVICO?

O assoalho pélvico é o grupo muscular entre o púbis e o cóccix, responsável pela sustentação dos órgãos abdominais e pélvicos (bexiga, útero, intestino), pela manutenção da continência urinária e anal (através dos esfíncteres) – portanto pela eliminação, pela função reprodutiva e sexual (nele que estão os músculos que se contraem involuntariamente durante o orgasmo), além de sustentar a coluna, estabilizando o tronco. E, ainda, auxiliam no parto.

Musculatura do assoalho pélvico feminino. Imagem Creative Commons CCO

Ou seja, o assoalho pélvico apresenta funções essenciais – por isso é tão trabalhado pelo yoga (onde reside a energia sutil) e pilates (onde está o core ou power house).

Alguns dos sintomas de sua fraqueza ou alteração são incontinência urinária (e/ou fecal), redução no prazer sexual ou prolapso (“queda” de alguns órgãos, a exemplo da famosa “bexiga caída”).

 

DURANTE A GESTAÇÃO

Alterações hormonais (como o incremento da relaxina), aumento do peso corporal materno, peso e volume do útero gravídico aumentam a pressão sobre a musculatura do períneo durante a gestação – e no pós-parto. Ou seja, as mudanças anatômicas e fisiológicas que ocorrem com o organismo

O assoalho pélvico deve ser cuidado regularmente como qualquer outra musculatura do corpo, mas principalmente durante a gravidez. Foto Creative Commons CCO

materno, afetam diretamente a musculatura do assoalho pélvico, podendo se manifestar como incontinência urinária. Mas isto não ocorre somente durante a gravidez. Aumento de peso, menopausa, envelhecimento e o próprio parto podem afetar o tônus muscular dessa região.

 

ENTÃO O QUE FAZER PARA EVITAR A PERDA DO TÔNUS MUSCULAR?

O ideal seria realizar uma fisioterapia pélvica preventiva! Uma fisioterapeuta pode avaliar se existe alguma disfunção do assoalho pélvico, verificando a capacidade de contração e relaxamento muscular, força, resistência e rigidez da musculatura. Com isso, indicar exercícios individualizados nas gestantes para prevenir o desencadeamento de sintomas urinários durante a gravidez e no pós-parto, além de manter a função sexual e consciência corporal da região. Assim, se prepara a musculatura para o parto, pois para a passagem do bebê pelo canal vaginal durante o período expulsivo, sem lacerações e lesões do períneo (região entre a vagina e o ânus), os músculos precisam ser alongados e relaxados.

Exercícios para fortalecer e alongar o assoalho pélvico, aliados à massagem perineal, ajudam na prevenção de problemas da região durante e após a gestação. Foto Creative Commons CCO

Para complementar os exercícios perineais, que podem ser realizados a partir da 12ª semana de gestação, a massagem perineal a partir da 34ª semana também auxilia na flexibilidade muscular, desde que liberada pelo obstetra.

Essas ações evitam danos ao períneo e facilitam o parto, podendo evitar inclusive a episiotomia (o corte em geral feito rotineiramente na região do períneo para facilitar a passagem do bebê).

 

CESÁREA PARA EVITAR BEXIGA CAÍDA

Com determinação, é possível vivenciar essa fase tão intensa da vida, que é a gestação e pós-parto, com tranquilidade e força! Foto Creative Commons CCO

No Brasil é comum se indicar cesárea eletiva com a justificativa de comprometimento do assoalho pélvico no pós-parto vaginal. Porém não há consenso na literatura científica sobre a influência da via de parto. A gestação em si já é um fator importante para a alteração do assoalho pélvico, uma vez que durante 40 semanas ocorre uma progressiva pressão na região. Assim, se seu medo é a famosa bexiga caída e incontinência urinária, não precisa fugir do parto normal! Basta se preparar para a gestar e parir!

 

Leia Mais:

Angélica Mércia Pascon Barbosa et al (2005) – Efeito da via de parto sobre a força muscular do assoalho pélvico. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/12093/S0100-72032005001100008.pdf?sequence=1&isAllowed=y

 

Claudia Pignatti Frederice (2010) – Assoalho Pélvico e sintomas urinários na gestação e após o parto”. Disponível em: http://www.feminafisio.com/noticias/10005/livro_10005.pdf

 

Kátia Pary Scarpa et al (2008) – Sintomas do trato urinário inferior três anos após o parto: estudo prospectivo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032008000700006

 

O’Boyle et al (2005) – Pelvic organ support in pregnancy and postpartum. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15647966

 

Silmara Menta e Janine Schirmer (2006) – Relação entre a pressão muscular perineal no puerpério e o tipo de parto. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/rbgo/v28n9/04.pdf

 

Dados sobre episiotomia em http://estudamelania.blogspot.com/2015/07/serie-videos-numero-1-episiotomia.html

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