Perda gestacional: uma visão sobre o invisível

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Muito se fala sobre a gestação, os bebês, o parto, mas pouco se fala sobre o que acontece quando perdemos o tao esperado bebê.

A perda gestacional tem muitas causas, e é mais comum no primeiro trimestre da gestação. Digo mais comum, pois, qual seja a idade gestacional da perda, ela é dolorida e cansativa, física e psicologicamente.

Caso a gestante esteja trabalhando, em regime de CLT, ela tem direito a duas semanas de descanso remunerado (art. 395 da CLT) e salário-maternidade de duas semanas (art. 93§ 5º, do Decreto nº 3.048/99 – Regulamento da Previdência Social).

É importante ressaltar que, segundo o INSS, se o óbito fetal foi antes de 20 semanas de gestação é considerado aborto; após as 20 semanas de gestação, o bebê já é considerado natimorto.

 

É muito mais fácil superar o luto com a presença de uma doula: ela poderá indicar profissionais habilitados para fazer o acompanhamento no luto gestacional, como psicóloga, psiquiatra ou algum profissional da área de terapia complementar.

Perder um bebê é perder um pouco o futuro: se vão todos os planos feitos, o nome já pensado com muito amor e carinho, muitas vezes até alguns presentes ganhos ficam num espaço-tempo de limbo.

Limbo sim: somos, enquanto gestantes, obrigadas pela sociedade a superar o que aconteceu, e, muitas vezes, escutamos dos profissionais de saúde que acompanham nosso caso como “mais um”, “entrou para estatística”, “melhor perder agora do que vir a ter algum problema de saúde”.

Muitas vezes estamos dilaceradas pelo acontecido. Só buscamos paz e acolhimento, mas é o que menos encontramos. Pessoas pedem o tempo todo do bebê que já não está aqui, e o medo de outra gestação toma conta do nosso ser.

Porém, depois de toda tempestade vem o arco íris, e é assim que os bebês que vem depois de uma perda gestacional são chamados: bebês arco íris.

Um bebê arco íris é sempre uma grande alegria, porém a gestação vem acompanhada de medos e angústias, pois o sentimento de perda está sempre conosco.

Um bebê não vem para substituir o outro; o bebê que foi deve ser incluído na família com o nome que pensaram para ele.

E você não precisa ter medo: confie. Apenas confie. Vai dar certo. Nossa vida sempre tem um propósito maior!

Busque uma boa doula para acompanhar sua gestação, e conte a ela todo medo que você tem. Explique todo processo já passado. Ela vai entender, vai te apoiar e vai te ajudar a passar pelo processo da nova gestação de forma mais leve e tranquila!

(Em memória de Miguel e Clarice, minhas estrelinhas)

Referências Bibliográficas:

http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983249/consolida%C3%A7%C3%A3o-das-leis-do-trabalho-decreto-lei-5452-43 – Lei trabalhista sobre perda gestacional

http://www.scielo.br/pdf/pe/v19n2/10.pdf – A maior dor do mundo: luto materno

http://www.periodicos.ufc.br/rene/article/viewFile/20048/30699 – Luto materno: dor e enfrentamento da perda de um bebê

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