Ser doula: um caminho de cuidado

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Olá, sou Juliana da Silva Bespalec e neste texto vou contar um pouco da minha trajetória até chegar a ser doula e atuar nesta linda profissão. Foi me conhecendo mais e em contato com minha essência que pude perceber meu desejo de trabalhar com mulheres.

Arquivo pessoal

 

Ser profissional de saúde…

O cuidar do outro sempre foi dos meus maiores talentos. Tenho uma caminhada como profissional da saúde, sou terapeuta ocupacional, graduada em 2008. Escolhi ser profissional de saúde porque queria trabalhar com pessoas, tinha um ideal de fazer um mundo melhor. Ainda tenho! Sim, sou idealista! Mas não, não acho que posso fazer isso sozinha e também não pretendo, mas vamos fazendo pequenas mudanças em pequenos espaços que possam contribuir para esse mundo melhor…

Grandes decisões da minha vida passaram muito mais por intuição e ouvir minha voz interna do que racionalizações dos motivos. E foi assim também que percebi que tinha um chamado para a doulagem.

Atuei em vários serviços de saúde do SUS como terapeuta ocupacional durante todos esses anos, desde a pós- graduação em Saúde Mental que fiz em 2009. Atendi e acompanhei de perto diversas histórias de vida, pessoas e famílias. Pude compartilhar processos de construção e ampliação de autonomia, inclusão social e empoderamento. Todo esse contato com uma diversidade de pessoas me engradeceram e me fizeram uma pessoa melhor. O trabalho como profissional de saúde é um trabalho ético e político e acredito na defesa dos direitos de cada pessoa e inclusão social de minorias.

Formação de doula

Arquivo pessoal. Com minha irmã, Paula, e Letícia (no ventre).

A formação como doula veio para me complementar profissionalmente. A gestação da minha irmã, de minha sobrinha Letícia me aproximou mais desse universo de parto, nascimento e humanização. Junto a isso estava fazendo um curso de formação (Teser Juntas) na busca de me conectar mais comigo mesma, e fui percebendo o quanto gostaria de focar mais meu trabalho com mulheres.

Formei-me doula em 2018 no curso do coletivo Multiplicando Doulas, em duas semanas intensivas e um clima de colaboração com outras nove mulheres maravilhosas.  Após o curso, acompanhei algumas gestantes voluntariamente em um hospital do SUS, porém apenas no momento que chegavam para parir ou mesmo para a cirurgia cesariana.

Arquivo pessoal. Turma XIII do Multiplicando doulas.

A primeira gestante que acompanhei desde o pré-natal foi uma amiga, colega de profissão, também terapeuta ocupacional. Ela me contatou quando soube que eu havia me formado como doula. Dei a mão para essa mulher, a Ana Flávia, que também segurou a minha e minhas inseguranças de recém-formada, me disse: vamos aprender juntas! E foi assim que nasceu Pedro, em junho de 2018, em um parto lindo, rápido, com uma mãe forte, um pai coruja e uma equipe maravilhosa. Sou muito grata a essa experiência e a essa família, que me permitiram, em seu renascimento como família, estar junto ao meu renascimento de novos caminhos profissionais.

Doula: mulher que serve

Como doula me vejo como uma mulher que pode ajudar outra mulher a realizar seus sonhos. E isso está completamente junto a também realizar os meus! Percebo que é no contato com rede de mulheres que a gente se fortalece e se cuida muito mais!

Arquivo pessoal. Com Ana Flávia e Pedro (no ventre).

Toda mulher merece ser respeitada em todos os momentos de sua vida, inclusive em seu parto. A doula é papel fundamental neste momento de vida, ajuda na informação e empoderamento, é apoio emocional, dá suporte físico e para alívio da dor e diminui a ocorrência de intervenções desnecessárias no parto.

Acredito que todas as mulheres têm direito a ter seu parto respeitado, singularizado e que suas escolhas são as mais importantes. Cada mulher e cada família são únicas, assim como cada nascimento, deve ser olhado nessa singularidade. Sigo na defesa dos direitos das mulheres e das pessoas que por algum motivo não tenham acesso a eles.

Se você leu esse texto e quiser me escrever algo, fique à vontade para entrar em contato. Se quiser conhecer mais o meu trabalho, acesse meu Instagram: @juliana.doula. Agradeço!

Referências

Aqui estão algumas referências de trabalhos sobre parto humanizado e sobre o papel da doula na redução de intervenções desnecessárias.

Brasil, Ministério da Saúde. Humanização do parto e do nascimento/Ministério da Saúde. Universidade Estadual do Ceará. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 465 p.: il. (Cadernos Humaniza SUS; v. 4).

Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais de assistência ao parto normal: versão resumida – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 51 p. : il.

O que é parto humanizado http://www.despertardoparto.com.br/o-que-e-parto-humanizado.html

Evidências qualitativas sobre o acompanhamento por doulas
no trabalho de parto e no parto http://www.scielo.br/pdf/csc/v17n10/26.pdf

 

 

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2 respostas para “Ser doula: um caminho de cuidado”

  1. Hj entendo pq parir é ” dar a Luz “. Mas essa luz só é capaz de iluminar e brilhar , quando temos apoio e muito afeto envolvido. Gratidão por ter sido amparada e cuidada por esse ser iluminado que é a Ju, com toda sua delicadeza e dom de cuidar ela ajudou a permitir que eu fosse protagonista do meu parto e a realizar um sonho. Obrigada pela parceria e por estar ao meu lado remando contra a maré. Hj o Pedro cresce forte e saúdavel e eu sou só gratidão.

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