Doula: por amor e fé!

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Foto: Carla Lima

Oi, eu sou Thamyres, mas pode me chamar de Thamy. Sou cristã, tenho 25 anos, casada com o meu melhor amigo (Esdras) e tenho uma Valentina (das milhares que você pode chegar a conhecer no futuro).

Assim que me formei no ensino médio, comecei a fazer fisioterapia, eu via na fisioterapia uma forma das minhas mãos ajudar a curar as pessoas através do toque. Uma profissão que eu realmente acho muito linda. Porém, no quarto período tranquei a faculdade e fui cursar Teologia.

Talvez, ao ler você pense que eles não têm nada a ver, mas para mim sim, em ambos eu via uma forma de cuidar das pessoas.

Hoje, eu sou doula. Pretendo terminar fisioterapia e me especializar em saúde da mulher. E, através da fé, mostrar e dar autonomia para as mulheres; acredito que fomos criadas por Deus, e tudo que Ele faz é bom. (Gn 1.31). Então fomos feitas para parir e nosso corpo é sim, muito capaz, ele é perfeito. E se você não acredita em nenhum Deus (ou acredita em outros deuses, forças e energias) tudo bem, só não deixe de acreditar na força e poder do seu corpo.

É importante ressaltar que como doula, eu respeito e apoio suas escolhas, sendo elas sobre parto ou suas crenças. Minha missão é apoiar, incentivar, encorajar, ser empática, não só por ser doula, mas é uma meta de vida mesmo e acredito que é o que todas as pessoas deveriam buscar ser – e demonstrar – para com as outras.

 

Quando tudo começou…

Foto: Gustavo Cardoso (@fotoemotion)

Em 2016, descobri a minha gravidez ainda no início, com 5 semanas. Como a maioria da mulheres, eu queria e pensava no parto normal, pela recuperação que todos sempre disseram que era mais fácil. Mas, também existia o medo da dor.

Então acreditei que o parto era a última coisa que eu deveria pensar, afinal eu pensava que não poderia fazer muita coisa a respeito.

Quando compartilhei em um grupo de amigas (virtuais) que eu estava grávida, minha amiga Jenniffer, do RJ (obrigada amiga), ela já muito apaixonada por esse mundo da humanização, me perguntou se podia me colocar em um grupo sobre parto natural, pra que eu pudesse ler relatos e aprender mais. Também comentou comigo que eu tinha perto de mim o hospital referência na humanização, Sofia Feldman. O qual eu sempre tinha ouvido falar coisas absurdas e que ele era um açougue.

No início, me assustei bastante com o que eu lia no grupo. Comentava com o Esdras e achava um tanto quanto radical as mulheres do grupo, mas permaneci nele. E, isso me instigou a procurar ler mais, pesquisar e 90% do dia eu falava sobre partos e os outros 10% procurando quem falasse sobre parto comigo rsrs. 

Com 34 semanas, encontrei uma roda de gestante bem pertinho de mim e frequentei até parir. Conheci doulas, EO’s, psicólogos e varias outras gestantes que estavam alinhados na humanização. Era uma verdadeira rede de apoio.

O parto

Minha família e a do Esdras, tinham muita resistência em relação ao Hospital Sofia Feldman, pelas histórias horríveis que ouviam de lá, pois bem foquei em ter certeza do que eu queria e deixar o meu marido alinhado a mim.

Visitamos o Sofia Feldman e nos apaixonamos, eu tive ainda mais certeza que era lá, que eu queria parir. Assistimos o documentário O Renascimento do parto e depois do documentário, meu marido mostrou ainda mais que me apoiaria (hoje ele é super defensor da humanização e sempre fala sobre na roda de amigos). Fizemos o plano de parto. Eu acabei não tendo doula, porque conheci uma doula mais no final da gestação e estava sem $$$.

Pari!! No dia 23/11/2016. Cheguei ao Sofia já com 6cm de dilatação às 09h30, minha filha nasceu ás 20h13. Eu acredito que se eu tivesse tido uma doula, meu parto poderia ter sido um pouco mais rápido, porque eu acabei ficando muito tempo deitada e essa posição deixa um pouco mais lento o processo. Ou talvez não, já que na primeira gestação o parto pode ser mais demorado e tá tudo bem. São várias possibilidades, e o importante é não deixarmos de acreditarmos em nós mesmas.

A amamentação

Arquivo pessoal – primeira vez que consegui colocar Valents pra mamar sem ajuda e sem dor <3

Apesar de ter lido muito sobre amamentação, eu enfrentei muita dificuldade. Meus mamilos feriram, eu acabei ficando com medo de colocar minha filha para amamentar.

Graças a roda de gestante, eu conhecia uma consultora de amamentação e mesmo a chamando para vim me ajudar, eu ainda continuei tendo dificuldades, porque eu estava com crise de ansiedade e medo, chorava toda vez que minha filha chorava para mamar (não dava para saber quem chorava mais).

Meu pai ficava comigo na parte da manhã e fazia comida, meu marido trabalhava o dia inteiro e quando dava, minha mãe vinha a noite. (bendita rede de apoio que me salvou). Meu marido conseguiu algumas folgas no trabalho e ele me levava todos os dias no banco de leite do Sofia, como um incentivo para eu não desistir da amamentação. Quando ele não conseguia ir, ia minha mãe comigo.

Passei por uma psicologa no Sofia e foi fundamental no processo para que eu conseguisse amamentar sem medo. Não foi fácil, mas vencemos. 1a6m de amamentação, sendo 6 meses de amamentação exclusiva.

Enfim, doula…

Arquivo Pessoal

Como eu ficava muito tempo sozinha com Valents, e ela ficava horas mamando. Eu lia bastante sobre parto, amamentação e puerpério.

Mesmo já tendo parido, eu gostava de ler os relatos e sempre me emocionava e sentia saudades do meu parto. Lia sobre amamentação que era um momento que eu estava vivendo e me acalentava.

Então, eu comecei a escrever textos contando sobre minhas experiências, como uma forma de alertar outras futuras mães e encorajá-las. Eu sabia, como recém parida, que a gente só precisa de alguém que acredite em nós e nos encorajem quando pensamos em desistir.

Eu já conversava com amigas que engravidaram um pouco depois de mim, colocava elas nos grupos que me ajudavam. Queria fazer mais pelas mulheres, queria que todas tivessem uma experiência tão linda ou ainda melhor que a minha. Que conseguissem amamentar.

E, por isso nasceu em mim a vontade de me tornar doula, para conseguir ajudar e servir mulheres no caminho para o respeito, protagonismo, autoconfiança, autoconhecimento e então, parir sem medo.

O medo da dor, o medo do desconhecido é algo normal, mas acredito que com informações baseadas em evidências científicas, conseguimos vencer esse medo. Conseguimos ouvir e entender o nosso corpo, o processo fisiológico que é parir.

Foto do primeiro parto que acompanhei como doula, no Sofia Feldman, de  grandes amigos. <3

Foto: Leticia Zózimo (@leticiaszozimo)

Agora que você já me conhece um pouquinho, deixa eu te conhecer também? Podemos conversar melhor e tirarmos suas dúvidas por aqui.

Referências Bibliográficas:

Sobre os benefícios da doula no Trabalho de parto:

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