Segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, a depressão atinge 15% da população mundial em geral, sendo que as mulheres têm maior risco que os homens de pelo menos um momento na vida apresentar um quadro desta doença ligada à saúde mental.
Já a gestação é um período único na vida da mulher, que vem acompanhada de diversas alterações hormonais e físicas além de uma construção social de felicidade e plenitude. Como lidar quando estes dois temas acontecem ao mesmo tempo?
Nesse post você vai encontrar
Depressão: precisamos falar (mais e mais) sobre isso.
Ainda hoje, apesar de toda a campanha de conscientização e explicações sobre o tema, ainda existem pessoas que acham esta doença uma frescura (pois é), e estima-se que apenas 35% dos doentes sejam tratados adequadamente. Também chamada de Transtorno Depressivo Maior é um diagnóstico trabalhoso de ser fechado, pois diversos sintomas são parecidos com os de outras doenças (Deficiências de vitaminas e minerais, problemas na tireóide, tumor no cérebro etc.). Sabe-se, no entanto, que fatores de risco genéticos, bioquímicos, de personalidade e fatores ambientas podem desencadear o quadro.
Felizmente, é uma doença tratável com medicação (prescrita preferencialmente por um médico psiquiatra) e psicoterapia (esta é um fator decisivo no processo), promovendo uma qualidade de vida melhor às pessoas que convivem com esta doença. Também são indicados um estilo vida saudável, sem vícios, com prática regular de atividade física e realizar algum tipo de atividade que traga sensação de felicidade e compaixão como voluntariados.
Tenho depressão, posso engravidar?
Sim, pode! Fique tranquila, há medicações(antidepressivos) com baixo risco, que podem ser utilizados por gestantes. Converse previamente com seu psiquiatra e discuta as opções de tratamento possíveis. Para a mulher depressiva, planejar a gestação é interessante pois pode ser num momento em que a medicação já esteja em dosagens mais baixas ou mesmo quando o tratamento está bem estruturado com a psicoterapia.
Mas caso a gestação aconteça na surpresa, não se desespere. Marque uma consulta urgente com o seu psiquiatra e converse sobre as opções de medicação disponíveis.
Tá, mas eu já estou grávida, o que fazer?
A gestação traz além das alterações hormonais e físicas, alterações de rotina e ritmo. A mulher se volta para seu mundo interior e fica bastante sensível e vulnerável. Para diversos autores, pode ser um momento de ‘crise’ e para outros oportunidade de maturação e crescimento pessoal. Porém em ambos casos há um certo grau de estresse, ansiedade e momentos de tristeza, além de medo e da pressão social com vários ‘tem que’ que ditam desde o comportamento, até alimentação e cuidados com o corpo que a mulher deve ter neste período. Há a necessidade de um acompanhamento médico especializado e preferencialmente mais humano e empático, que trate a mulher com respeito, igualdade e confiança, num atendimento integral.
É importante que a mulher gestante tenha apoio social efetivo durante o período gestacional e não seja vista como um ser frágil e vulnerável, frequente lugares de apoio à gestação e parto como rodas de gestantes e outros grupos (procure na sua cidade um em que sinta-se acolhida), a prática de atividade física (dentro do possível) contribui para uma melhor sensação de bem-estar na mulher. Mas caso não seja possível por diversas razões, e mesmo que você esteja realizando diversas atividades que façam sentido na sua realidade e ainda sim sentir uma tristeza persistente, um medo excessivo, ansiedade e estresse contínuo, converse com seu médico, procure um especialista para que comece o acompanhamento o quanto antes e evitar possível complicação e piora da crise.
#tamojunta
Não tenha medo da reação das pessoas, procure ajuda médica especializada, procure cercar-se de pessoas com quem possa conversar livre de julgamentos e que possam ajudar de alguma forma, seja com pequenas ou grandes ações.
Um super abraço da Doula e se precisar mande mensagem.
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Referências:
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