Eu sou a Mari, tenho 26 anos e 3 filhos, Yasmin, Melissa e Enzo. Mãe feminista, ativista da humanização ao nascimento, assessora em babywearing, facilitadora de dança de mães e bebês, empreendedora e doula.
Hoje faço aquilo que amo, doular e admirar.
Na gestação do meu ultimo filho, houve uma intensa transformação na minha maternidade. Onde busquei um nascimento com respeito e reconheci o quanto tinha perdido não vivenciando o trabalho de parto no nascimento das minhas duas filhas mais velhas.
Nesse post você vai encontrar
O reconhecimento dos partos não vividos…
Ambas nasceram de cesarianas eletivas e desnecessárias.
Foi um processo duro e muito intenso confirmar que tinha tido partos roubados pelo sistema obstétrico que vivemos e enxergar o quanto isso impactou no meu ser mãe.
Procurei por grupos de apoio e estudos que comprovassem que era possível ter um parto normal após duas cesarianas, foi quando me vi mergulhada na humanização e conheci doulas e como era o trabalho delas.
Abandonei minha antiga atuação no mercado de trabalho durante a gravidez e comecei a enfrentar as dificuldades que surgiram ao longo da gestação.
Pesquisei, estudei, assisti documentários e lutei com as informações que tinha para vivenciar o trabalho de parto da maneira mais natural e respeitosa que imaginei.
Confesso que não imaginava o quanto isso mudaria a minha vida.
O trabalho de parto
Enzo nasceu após 66 horas de bolsa rota, em um trabalho de parto que me transformou e me fez ver a mulher forte e o tamanho da potência que existe em mim.
Passei 24 horas com pródromos dolorosos, 27 horas em fase latente, quando escolhi fazer 2 sessões de acupuntura e 2 doses de homeopatia para ajudar na dinâmica das contrações e mais 15 horas em fase ativa. Numa decisão muito difícil, já com a dilatação avançada e bebê muito alto, fui transferida para a maternidade do SUS da minha cidade onde me submeteram a uma cesariana intra parto por protocolo hospitalar. Vivenciei inúmeras violências obstétricas, e tive meus direitos negados. Realizaram praticamente todas as intervenções desnecessárias com meu filho e só me permitiram conhece-lo após 4 horas no berçário.
Puerpério do meu renascimento
Toda a dor física não se comparava a dor emocional que eu passei.
Tive suporte da minha doula e minha parteira do coração. Juntei forças no auge do meu puerpério e tive a certeza que eu seria também doula, e estaria auxiliando outras mulheres.
Minhas cesarianas me ensinaram muito, mas o trabalho de parto do Enzo abriu meu coração e me fez entender que eu vivi aquilo que dava conta, que me provou o quanto eu poderia ter resiliência.
Formação de doula
Quando meu filho iria completar 1 ano de idade, fiz o curso de doulas que tanto desejava e iniciei minha jornada.
Fiz um curso de consultora em aleitamento materno e reiki para agregar na minha atuação.
Hoje atuo na preparação para o parto, durante o trabalho de parto e no pós parto e sou coordenadora do Coletivo Rede de Apoio Materno. Agradeço a vida pelos ensinamentos e confio que em tudo existe propósito!
Se você está a procura de um nascimento respeitoso, saiba que uma doula pode te auxiliar nesse propósito. Te guiando e sendo quem indica o caminho que apenas você pode trilhar.
Referências
The doula: an essential ingredient of childbirth rediscovered
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1651-2227.1997.tb14800.x
Estudando VBAC: metassíntese das experiências femininas
http://estudamelania.blogspot.com/2012/08/estudando-vbac-metassintese-das.html?q=vbac
Methods for labor induction
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72032005000800010&script=sci_arttext&tlng=es