Como me tornei doula
A descoberta de uma nova paixão
Sou Itamisse, jornalista de formação e doula por paixão. Mãe de duas lindas crianças ambas nascidas de parto normal sendo uma em hospital e uma em casa num lindo parto normal planejado.
Descobri a importância da doula durante o parto do meu primeiro filho, em 2012. Ele foi um bebê muito desejado e esperado. Passei um ano tentando engravidar e mesmo assim quando peguei o resultado de positivo desabei a chorar de medo. Medo do desconhecido, medo das mudanças e tudo o mais que estava por vir.
Tive uma doula voluntária e recém-formada. O acompanhamento durante o pré-parto foi rápido, confesso que não sabia bem do que se tratava e foi muita sorte o destino ter nos juntado. A conheci já no final da gestação e por eu não saber exatamente do que se tratava (e ela inexperiente) não a procurei muito. Mas seu suporte durante o parto foi essencial para que eu tivesse parido.
A meia noite do dia 20 de agosto, ao deitar pra dormir depois de um dia longo com direito a sushi de despedida da barriga, minha bolsa “estourou”. Por falta de informação meu marido ficou apavorado e me levou quase que imediatamente pro hospital. Chegando lá a dilatação não era suficiente para a internação e fui transferida para outro hospital. Neste fui aceita e por ser SUS fiquei desacompanhada até que uma mulher da família pode ir ficar comigo. Minha mãe estava doente e eu não liguei para a doula, apenas lhe enviei uma mensagem (não façam isso).
![Doula, Itamisse, Recife, Olinda, Parto natural, Parto normal, Doulas Recife](https://blog.casadadoula.com.br/wp-content/uploads/2019/02/1-2012-primeiro-hospital-225x300.jpg)
No tempo em que fiquei só as dores foram aumentando até ficar quase insuportável. Quando, já de manhã, minha doula chegou foi um total alívio. Menos de 5 minutos após sua chegada a maca para me levar pra cirurgia chegou também. Sem acompanhamento especializado não é fácil passar por isso. Nesse momento fomos transferidas para um quarto particular (hospital misto SUS e plano de saúde). A partir daí tudo foi mais tranquilo e eu sentia meu filho vindo suave a cada contração. Infelizmente minha GO nada fofinha apareceu ao meio dia já dizendo que me levaria pra uma cesárea e foi aí que minha doula me salvou pela segunda vez de ir pra cirurgia. Conseguiu que a obstetra fizesse um toque e visse que já estava perto, assim me levando pra sala de parto e não pra cirurgia. Nesse momento quase me desesperei porque a pessoa que eu menos queria ver ali havia chegado. Mas graças a Deus e a minha doula tudo foi contornado.
Na sala de parto minha doula ajudou a fazer valer, mais uma vez, minhas vontades. Infelizmente nem todas, mas conseguimos que eu não recebesse anestesia desnecessária. Afinal já tinha aguentado umas 8 horas ou mais de contração dolorida. Aguentaria mais o tempo que fosse preciso. E foi aí que me apaixonei pela profissão de doula. Sentindo na pele.
![Doula, Itamisse, Recife, Olinda, Parto natural, Parto normal, Doulas Recife](https://blog.casadadoula.com.br/wp-content/uploads/2019/02/3-2012-Danilo-nasceu-300x225.jpg)
No ano seguinte fiz minha formação de doula e fiz parte de uma equipe de parto domiciliar bem conhecida aqui na cidade. Tive minha segunda filha de um lindo e rápido parto domiciliar com essa mesma equipe em 2015. E, um tempo depois senti a necessidade de andar por conta própria. Atualmente atendo muitos partos hospitalares e, em 2018 em parceria com uma amiga também doula, começamos a promover uma roda itinerante de apoio e informação a gestação e parto. As rodas são gratuitas e acontecem cada mês em um lugar diferente. (Para ficar sabendo em primeira mão clique aqui ou me siga no Instagram).
![Doula, Itamisse, Recife, Olinda, Parto natural, Parto normal, Doulas Recife](https://blog.casadadoula.com.br/wp-content/uploads/2019/02/6-2015-Maria-ja-no-quarto-e-Danilo-com-a-gente-300x145.jpg)
De lá pra cá fiz alguns cursos para agregar ao trabalho de doula. De aromaterapia, massagem relaxante, Shiatsu, reiki e acupuntura. Me encantei pelo cuidar, principalmente dessa mãe que está gestando. Cada parto que acompanho é um renascimento, um aprendizado. Cada mulher que auxilio me faz sentir um prazer e uma satisfação indescritível. É um momento muito intimo e saber que fui escolhida para está ali e auxiliar essa nova mãe e vê a diferença que fiz no parto dela é de uma satisfação enorme. Sou grata a cada uma delas.
Acredito na força da mulher, que podemos parir sim. E que informação de qualidade ajuda nesse processo. E por isso estou aqui. Para dar informação e confiança a elas, de que elas são capazes sim. De que o parto é delas e não do médico. Que elas são as protagonistas e o médico apenas assiste. E que não é preciso aceitar tudo o que o GO fofinho diz, porque muitas vezes o que ele diz é pra te enganar.
O papel da doula na assistência à parturiente http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/380