Cólicas no bebê

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O bebê nasceu, os primeiros dias foram passando e apesar de ser tudo muito novo você parece ter tirado a sorte grande! Seu bebê dorme a “noite toda”, acorda apenas algumas poucas vezes para mamar, durante o dia é o bebê mais calmo que poderia e você agradece aos céus por não passar pelas horas incessantes de choro dos bebês que tem cólica, mas, quando o bebê chega por volta da segunda semana de vida você percebe que aquele bebê calminho foi substituído por um gremlin e talvez você tenha agradecido cedo demais.

gremlin
gremlin por flickr.com

Qual a causa?

Por volta da segunda semana de vida, o bebê começa a ficar horas chorando e você tem certeza que não é fome ou fralda suja, nada parece acalma-lo, ele se contorce, dobra as perninhas, é um choro de que algo não está bem, é a temida fase das cólicas se instalando e ela costuma durar até próximo dos 4 meses.

Não se sabe ao certo qual a causa exata da cólica do recém nascido, mas, sabe se que na maioria dos casos a cólica está muito mais relacionada à imaturidade gastrointestinal do que a alimentação da mãe (daqui a pouco falaremos mais sobre a alimentação).

Outra coisa que pode estar acontecendo é a má interpretação do choro do bebê, muitas vezes o bebê está em um choro inconsolável e até se acalma quando é colocado no colo, mas é só encostar no berço que o chororô volta com força total, nesse caso talvez o problema não seja a cólica, talvez o bebê só precise de um pouco de contato físico.

por wikipedia.com

Dr. Carlos González

O Pediatra Carlos Gonzáles diz que “a cólica do lactente parece ser quase exclusiva da nossa cultura.

Alguns a consideram uma doença da nossa civilização, a consequência de dar aos bebês menos contato físico do que necessitam. Em outras sociedades o conceito de cólica é desconhecido.”

…“A nossa sociedade custa muito a reconhecer que os bebês precisam de colo, contato, afeto; que precisam da mãe. É preferível qualquer outra explicação: a imaturidade do intestino, o sistema nervoso… Prefere-se pensar que o bebê está doente, que precisa de remédios.”

Ainda sobre dar colo aos bebês o Dr. Carlos Gonzáles tem uma fala que nos faz refletir sobre o mito do “colo estragar o bebê”

…” Não existe nenhuma doença mental causada por um excesso de colo, de carinho, de afagos… Não há ninguém na prisão, ou no hospício, porque recebeu colo demais , ou porque cantaram canções de ninar demais para ele, ou porque os pais deixaram que dormisse com eles.

Por outro lado, há, sim, pessoas na prisão ou no hospício porque não tiveram pais, ou porque foram maltratados, abandonados ou desprezados pelos pais. E, contudo, a prevenção dessa doença mental imaginária, o estrago infantil crônico , parece ser a maior preocupação de nossa sociedade. ’’

por pixabay.com

Alimentação x Cólica

Durante o período de amamentação a mãe precisa de uma ingestão maior de calorias (cerca de 30% a mais), mas, no momento a maioria está preocupada em quais alimentos devem cortar da sua dieta para que seu bebê não sofra com as temidas cólicas, a questão é que não se tem nenhum estudo que comprove que determinado alimento sem sombras de duvidas vai causar esse desconforto no bebê, o que se sabe é que alguns alimentos podem sim “passar” para o leite materno e isso pode ser a causa de gazes e consequentemente cólicas.

Então quais alimentos evitar? Não existe uma fórmula mágica, é certo que evitar a ingestão de alimentos possivelmente alergênicos (leite de vaca, soja, amendoim etc.) é interessante para diminuir os riscos de o bebê desenvolver alguma alergia alimentar, mas, quanto aos alimentos “causadores de cólica” você só terá como descobrir testando, tirando da sua alimentação os alimentos que suspeita serem os “culpados” do chororô e introduzindo aos poucos de volta a sua alimentação e observando a reação do seu bebê.

por flickr.com

O que fazer?

Depois de tudo isso você chegou à conclusão que o seu bebê tem cólica e que nem sempre mudar a sua alimentação vai resolver então o que pode ser feito para aliviar? Mais uma vez tudo é questão de testar o que vai se encaixar com você e seu bebê, mas algumas dessas coisas podem funcionar:

  • Muito colo (deixar o bebê em contato pele a pele e em posição vertical costuma fazer mais efeito)
  • Muito peito ( mamá nunca é demais e ajuda o bebê a se acalmar e relaxar)
  • Sling (alguns carregadores/sling podem ser usados desde recém nascido e isso aumenta o tempo de contato físico, deixa o bebê quentinho e relaxado e a mãe ou o cuidador com as mãos livres)
  • Banho de balde/ofurô (pode se acrescentar chá de camomila ou erva doce ao banho de balde, luzes baixas e silêncio ajudam muito nesse momento de relaxamento)
  • Compressa térmica (existem no mercado algumas bolsinhas térmicas de sementes e ervas que tem um cheirinho gostoso por causa das ervas e são ótimas para colocar na barriguinha do bebê para aliviar a cólica, mas qualquer bolsa térmica ou até mesmo uma fralda de pano dobrada e aquecida ajuda nesse momento)
  • Massagem (mais uma vez o contato físico com o bebê ajuda e muito nessa situação, massagear o bebê utilizando óleos ou não é sempre uma boa pedida)

A única coisa que sabemos ao certo é que essa como toda as outras fases da maternidade também passa e para saber o que funciona com você e o seu bebê é necessário ir experimentando.

 

alimentação da mãe – relação entre a alimentação da mãe e a cólica do bebê

Carlos Gonzáles – a cólica por Carlos Gozáles

Massagem – uso de massagem para alivio da cólica

 

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