Quando se está para viver algo novo, é importante saber o que pode acontecer.
Então, se você está se preparando para o parto normal, senta aqui e vamos conversar, porque hoje vou te dizer sete coisas que não te contaram sobre o parto normal – e o pós-parto normal!
Pode ficar tranquila, a lista abaixo são possibilidades dentro da normalidade.
Vamos lá?
1. Se mexer é bom, mas não é fácil
Essa dica é importantíssima: quanto mais movimento, melhor!
Caminhar, agachar, rebolar, dançar e ficar quicando na bola suíça são um diferencial no desenrolar do parto.
Mas quando as contrações começam, é difícil manter o foco e querer se movimentar. Por isso, saiba que não-é-fácil-se-mexer-em-trabalho-de-parto.
É preciso, é bom, ajuda demais, mas não é fácil.
2. O que ajuda uma, nem sempre ajuda outra
As posições que se você aprende não são universais. Elas podem funcionar para muitas mulheres e em você não fazer nem cócegas! Por exemplo, você pode detestar ficar debaixo do chuveiro quente – algo aclamado por muitas mulheres. Do mesmo modo, você pode adorar ficar de quatro apoios, coisa que sua amiga pode ter detestado.
O segredo é tentar as posições, mas permitir que seu corpo trabalhe e se movimente livremente. Para isso se escute e se permita!
3. A dor tem níveis
O parto tem dor e isso é um fato. Não é fácil colocar uma bolotinha de 3 kg e 50 cm por um canal estreitinho, né? Mas essa dor não é insuportável. Você pode sentir as contrações como ondas, que vem aos poucos, chegando a um ápice e depois aliviando suavemente.
Normalmente, uma contração fortíssima é seguida de uma mais amena. É como se o corpo se adaptasse a um nível de dor e, aos poucos, fosse aumentando sua intensidade de modo que você consiga aguentar.
Detalhe: quando a dor estiver insuportável e você achar que não aguenta mais, segura as pontas porque está muito perto de seu filho nascer.
4. O bebê nasce, mas a dor não passa
Apesar dos relatos sobre o alívio imediato da dor assim que o bebê nasce, nem sempre é assim. É comum alguns incômodos continuarem, como ardência no canal vaginal, dor nas pernas, cóccix e costas. Da mesma forma como a continuidade varia de acordo com cada mulher, a sua duração também é volátil: pode passar em alguns minutos, horas ou dias.
5. Amanhã parece dia de perna em academia
A recuperação do parto normal tende a ser mais rápida e suave, mas não é necessariamente indolor. Em especial, o dia após o parto parece incomodar mais: o corpo esfria e você pode começar a sentir dores, inclusive se você saiu do parto sem sentir absolutamente nada. É como o dia seguinte ao treino na academia: na hora você sabe que fez o esforço, mas a fadiga só chega depois do descanso.
6. Bebês parecem gripados
Eles espirram e ficam com o narizinho obstruído. Isso porque o sistema respiratório dele estava cheio de líquido amniótico e a saída total disso pode levar alguns dias. O espirro é um mecanismo natural do corpo para limpar as vias respiratórias, então mantém a atenção, mas não precisa achar que ele adoeceu.
7. Amor instantâneo não é regra
É, sei que você não esperava ler isso. Você espera olhar para aquele serzinho todo sujo de vérnix em seus braços e chorar e/ou sorrir sentindo-se cheia do amor mais puro do universo.
Sim, isso pode acontecer, afinal é seu bebê! Porém, as vezes não é esse amor de cinema que acontece. As vezes é só um alívio por ter acabado, ou querer ficar de olhos fechados esperando passar. E as vezes… As vezes não é amor a primeira vista mesmo! Não significa que você seja uma mãe ruim. Você é só uma pessoa que passou por algo intenso e que está conhecendo outra pessoa.
E tem mais
Além dessas sete possibilidades, existem várias outras. O importante é que você esteja ciente que muito do que você planejou pode não ser exatamente assim e que está tudo bem.
O parto é lindo e intenso, é físico, é emocional, é psicológico. É uma questão social, de apoio e empatia, é uma questão psicológica de lidar com todos os medos plantados e as expectativas criadas. É muito louco viver um parto. Mas vale a pena.
Lembre: a contração é seu corpo ajudando o seu bebê a nascer. Ela não está contra você, ela é você. Reconheça sua força e desfrute de sua própria potência.
Te desejo uma boa hora.
Referências:
Assistência ao primeiro período do trabalho de parto baseada em evidências, por Ana Maria Feitosa Porto, Melania Maria Ramos Amorim eAlex Sandro Rolland Souza. Disponível em: http://bhpelopartonormal.pbh.gov.br/estudos_cientificos/arquivos/artigo_femina_assistencia_ao_parto_parte_I.pdf
Parto Ativo: Guia Prático para o Parto Natural, por Janet Balaskas, tradução Adailton Salvatore Meira. 2012. [Disponível em PDF]
Massa Malu!!!! Parabéns!!
Obrigada❤️