O caminho para amamentação

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A jornada da amamentação talvez seja um dos processos mais intensos, desafiador e rodeado de dúvidas da maternidade.

Há aquela beleza do amamentar ser um ato de amor, entrega, vínculo e ainda sem colocar em palavras todos os benefícios para saúde que o leite materno traz, de ser o alimento mais completo.

Eu poderia também citar a questão financeira, visto que os leites próprios para bebês, não são baratos. Mas para mãe, quanto custa amamentar?

A entrega que a mãe tem que fazer, é linda, mas muito dolorida. E não digo sobre os seios racharem, isso se resolve com a pega correta. É sobre o tempo, privação de sono, disposição, paciência e solidão…

Eu sinceramente queria que existisse uma fórmula mágica para deixar só flores o caminho de amamentar, mas não é possível e talvez eu perdesse também todo o aprendizado desse caminho.

Então deixo três dicas que me foram úteis e me ajudaram a persistir nessa jornada, que é amamentar.

1. A informação que nos guia

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Você sabe como se preparar para amamentar? Não, espera, eu não falo sobre passar bucha nos seios, deixar no sol ou puxar o bico do peito. Nada disso! A melhor preparação, é a da mente.

Leia sobre amamentação. Simples? Não. Quando eu estava grávida, eu li uma frase que dizia “amamentar é um processo natural, mas que precisa ser aprendido”. Eu não lembro onde eu li, mas nunca me esqueci dessa frase.

Amamentar parece completamente simples, mas não é. O binômio mãe-bebê, estão em fase de aprendizado, ambos vão aprender como fazer isso da certo.

Leia, leia e leia muito. Se possível assista vídeos também. Veja sobre a pega, sobre as posições que existem, sobre livre demanda, sobre ordenhar, sobre tudo que envolve amamentação, quanto mais você lê, mas verá que é algo bem amplo.

Entenda os mitos que cercam a amamentação. Empodere-se!

Muitas pessoas, principalmente os mais velhos, vão querer opinar (palpitar), e por isso estar informada vai te ajudar a vencer nessa batalha. Você não precisa fazer inimizade, mas pode até alinha-lós um pouco ao seu pensamento e vontade.. aliás, vamos falar deles no próximo tópico…

É importante ressaltar, que amamentação deve ser assunto discutido no pré-natal. Sabemos que infelizmente essa não é a realidade, quase não se fala sobre amamentação e ainda pode acontecer de quando for citado, ser para dar dicas que não servem para nada (esfregar os seios, puxar os mamilos..). Então, não se esqueça de cobrar o médico ou enfermeiro que estiver te acompanhando, para que fale sobre amamentação.

2. A rede de apoio que nos sustenta

Se você for um pouco parecida comigo, não gosta muito de depender dos outros e gosta de ter tudo sob controle. Senta, deixa eu te contar, a maternidade vai te ajudar a moldar isso.

Essa minha dica, não é só para amamentação. É para o maternar no geral. Tenha uma rede de apoio. Não é vergonha ou fraqueza precisar de ajuda. É necessário. A maternidade nos ensina que o controle está sem pilhas e que vamos precisar de ter alguém para nós ajudar a maternar com um pouco mais de leveza.

“Um ao outro ajudou, e disse: Esforça-te” Is 41.6

Cartilha do Ministério da Saúde

Tenha sua mãe, pai, companheirx, amigxs, vizinhxs. Resumindo, tenha pessoas perto de você, que possa confiar. Para um banho, uma louça lavada, uma cochilada, um almoço na mesa (mas não garanto que seja quente).

É fundamental que você, mãe, esteja bem, para conseguir amamentar. Amamentar é um ato de amor, e você precisa se amar e ter quem te ama cuidando de você.

Por isso, é importante não criar inimizades com as pessoas que querem dar opiniões. Principalmente quando são só pessoas que pensam diferente de você, mas que querem seu bem, você pode não aceitar, mas sem menosprezar.

Sua mãe, avó, podem ter só aprendido de forma diferente e quando falam, querem realmente ajudar. Tente direcionar a ajuda delas de uma forma que seja bom para você e não as descartem. Toda ajuda é bem-vinda.

É também interessante participar de rodas de conversa (procure uma perto de você) onde tenham mais mulheres vivendo a mesma experiência ou que já tenham passado por vivências parecidas com as suas. Alivia e tira um peso enorme das costas falar e ouvir as outras!

Porém, se for uma pessoa que só te coloca pra baixo, ou te gera mais culpas intencionalmente, pode descartar sim.

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3. A culpa que nos prende. Se liberte!

Quando cai a ficha de que somos mães, e temos agora que cuidar, educar e criar um pequeno serzinho que depende totalmente de nós, vem uma responsabilidade enorme que costuma dar a mão para a culpa, porque elas chegam juntas.

Mande a culpa embora!! Mas não é fácil fazer isso. A sensação e o medo de estar errando a todo tempo nos persegue e chega a sufocar as vezes.

Se informe, mas não para se culpar se algo for diferente do planejado. Não se cobre pelo que não funcionou para você.

Talvez você não tenha consigo todas as informações antes e acreditado em mentiras. Ou você tinha as informações, mas não tinha uma rede de apoio. E ainda pode ter tido os dois e teve aquele puerpério de cair os cabelos. Tudo bem, você fez o seu melhor.

Toda vez que minha filha chorava para mamar, eu chorava junto por meus seios terem ferido, por eu não conseguir fazer a pega. E eu pensava que se eu não conseguia nem amamentar, como eu seria uma boa mãe. A gente acaba se cobrando muito, seja por nós mesmas ou pela pressão dos outros.

Em uma das conversas com a psicóloga ela me disse “está tudo bem se você não quiser mais amamentar, isso não define a sua maternidade e nem o amor que sente pela sua filha”

A frase parecia – e era- tão óbvia, mas veio de um conforto imenso. E naquela mesma semana, depois da conversa eu consegui amamentar minha filha sem ajuda. (E seguimos até hoje)

Você consegue entender? Eu tinha tanto medo de estar errando por não ter conseguido amamentar de primeira perfeitamente, eu me cobrava tanto por ter precisado de ajuda, que eu não conseguia amamentar. Quando deixei a culpa para trás, quando olhei para mim mesma com mais amor e carinho, eu consegui!

O caminhar pode ser leve

A maternidade chega e nos transforma!

Amamentar deve e pode ser prazeroso para a mãe também. Muitas vezes, focamos apenas no bebê e esquecemos que nós, mães, também precisamos de cuidados e atenção.

Amamentar é entrega, amor, cuidado, dedicação, cumplicidade, onde todos podem sair ganhando. Só você sabe os seus limites, não deixe e não aceite que os outros o definam para você.

Na jornada da amamentação, se guie pelas informações e faça as escolhas baseadas na sua realidade. Mantenha a rede de apoio e tenha por perto pessoas que irão cuidar de você. E, não carregue o fardo da culpa, você pode ser livre.

Você tem feito o seu melhor!

E lembre-se, amamentar é um ato de amor. O maternar também!

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E ai, como foi amamentar para você? Ou quais são as suas expectativas? Você pode compartilhar por aqui mesmo, no blog. E também, pode falar comigo por aqui.

Um abraço e um queijo (como boa mineira) e até a próxima <3

Referências Bibliográficas:

1. Manual de Aleitamento Materno

2.Amamentação natural como fonte de prevenção em saúde

3. Amamentação – visão das mulheres que amamentam

4. A importância da orientação à gestante sobre amamentação: fator para diminuição dos processos dolorosos mamários

5.Participação paterna no período da amamentação: importância e contribuição 

6. ALEITAMENTO MATERNO: UM ENFOQUE NAS PRÁTICAS POPULARES DE CUIDADO

 

 

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