Hoje o assunto que vamos entrar é sobre a episiotomia, mais conhecido como o famoso pique, precisamos falar mais sobre esse temido assunto.
Muitas mulheres revelam que sentem medo da laceração. Aqui no blog relatei que a episiotomia tive no primeiro parto, me trouxe muitos problemas futuros, então queria trazer uma observação pra cada leitor, você se sujeitaria a fazer algo (cortar uma parte do membro do seu corpo, por exemplo) que talvez poderia acontecer algo com ele, mesmo que as chances sejam tão pequenas que os riscos do tal procedimento se sobressaiam?
Cabe a nós estudar e refletir os prós e os contras de cada conduta que será realizada. Precisamos de emponderamento para utilizarmos as ferramentas que temos.
Mas infelizmente muitos obstetras ainda usam esse procedimento com a desculpa de facilitar a saída do bebe ou que protege o assoalho pélvico materno e que reduz o dano que será causado ao períneo.
Então baseado nos estudo, será que ela é realmente necessária? O que os estudos baseados em evidências cientificas dizem sobre a episiotomia é bem diferente e restrito mediante as práticas que acontecem nos dias de hoje.
Sabemos que o uso desta intervenção tem sido na maior parte do tempo de forma equivocada e desnecessária, mas muitas mulheres acham que a episiotomia realmente foi precisa, pois foram instruídas que o fato de se fazer o corte no períneo vai trazer algum benefício e até mesmo que a episiotomia deve ser feita independentemente da situação.
Nesse post você vai encontrar
Entendendo a episiotomia.
O que é episiotomia?
A episiotomia é uma incisão cirúrgica, na região do períneo (entre a vagina e o ânus), que na teoria sua função é facilitar no momento do parto e com a finalidade de reduzir a possibilidade de ocorrer lacerações perineais graves. Mas para essa afirmação, não existe evidências científicas que comprovem tal precisão.
Há muitos anos atrás, o nascimento passou a ser hospitalar e assim o parto começou a ser tratado como processo patológico, demandando indispensavelmente, a realização de intervenções obstétricas para prevenir ou reduzir a incidência de complicações.
A taxa que a OMS aceita para o uso do procedimento é de 10% dos casos, mas a taxa do Brasil excede 50%, vários profissionais ainda a usam como procedimento de rotina.
Segundo o obstetra e Conselheiro da Rede pela humanização do parto e do nascimento (REHUNA), Braulio Zorzella, a episiotomia pode causar dor, infecção e formação de hematoma na região que são consequências em curto prazo do procedimento. Em longo prazo, pode ocasionar cicatriz ou fibrose [aumento das fibras do tecido], que às vezes deixa dor na relação sexual ou muda o aspecto estético da vulva.
Violência obstétrica
A episiotomia feita sem o consentimento da parturiente é considerada violência obstétrica. Muitas mulheres se sentem violentadas quando pedem para não fazer o corte e simplesmente fazem, mesmo sabendo que o desejo da parturiente é que não fizesse o procedimento.
E alguns obstetras ainda usam como pretexto para se fazer o ponto a mais, que é mais conhecido como ponto do marido.
A episiotomia é uma escolha segura?
Primeiramente, antes de decidirmos é preciso compreender como a laceração pode acontecer e quais são as suas probabilidades.
Mas então o que é a laceração? É uma lesão orgânica que pode acontecer espontaneamente no corpo durante o parto vaginal. Existem vários graus de laceração, com consequências diversas.
Quando perguntamos para uma mulher que está gravida ou que pretende engravidar sobre laceração no períneo a primeira coisa que acontece é delas se assustarem e pensam que vai acontecer uma tragédia, que vai ocorrer uma laceração enorme. Mas de acordo com a tabela abaixo, essa possibilidade é muito pequena ou até quase nula. A probabilidade da laceração ser tão pequena que não precise de sutura é muito alto.
E existe prevenção para a laceração?
Existe siiiim, existem diversas formas que ajudem nessa finalidade, como a fisioterapia pélvica no fortalecimento do períneo. E a posição no momento do parto, interfere muito também. A posição de cócoras aumenta em 30% o tamanho da abertura vaginal, aumentando as chances de períneo íntegro.
Referências:
Estudando Episiotomia http://estudamelania.blogspot.com/2012/08/estudando-episiotomia.html
Episiotomia http://www.ostetrichemilano.it/download/EPISIOTOMIA.pdf
Relação entre posição adotada pela mulher no parto, integridade perineal e vitalidade do recém nascido
http://files.bvs.br/upload/S/0104-3552/2008/v16n4/a472-476.pdf