REMÃENASCENDO, com muito prazer!

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Um pouquinho de mim

Acervo pessoal

Sou Andrea Gabech Álvares Alves, mas gosto mesmo de usar e ser conhecida como Andrea Gabech. Este sobrenome se destacou na faculdade, quando defini meu nome profissional, e me empoderei dele. Nasci em Porto Alegre/RS, tenho 40 anos, sou mãe do Artur, de 3! Sou Doula e Consultora em Amamentação, após ter vivido (sigo vivendo!) a maior experiência da minha vida: gerar, parir, puerperar e maternar; e servidora pública, desde 2006 – seguindo meu padrão familiar e pela busca da tão desejada estabilidade financeira. Há um ano encarando o processo de transição e libertação!

Vamos começar do começo?

Sou filha única de pais separados. A mais velha de duas filhas da mãe e de três filhos do pai. Eu fui criada e educada por minha mãe (ainda muito jovem) e meus avós maternos, com tio e tia adolescentes morando na mesma casa. Pouco convivi com meu pai, mas hoje isso é bem resolvido, após longos e intensos processos!

Era esperta, saudável, falante, organizada, sensível e muito observadora. A única criança da família até meus 11 anos e isso fez de mim uma ‘criança-adultinha’, responsável e criteriosa. Sempre fiz amizades facilmente, era muito extrovertida e de riso fácil. Adorava dançar e me expressava muito bem através dos movimentos corporais e da música – iniciei no ballet clássico aos 4 anos. Lembro de brincar muito na rua, bem moleca! Era muito responsável com os estudos e atividades extras (não eram poucas), perfeccionista, exigente, questionadora e desafiadora. Tinha no meu avô a figura paterna e masculina mais forte e confiável do mundo! Na minha avó materna o aconchego e a sociabilidade. E na minha mãe, o exemplo de mulher forte, guerreira e batalhadora. Acolhimento, paz, amor, força, bom caráter, justiça, disciplina, economia, ordem, respeito às regras, verdade, foram valores e conceitos que aprendi muito cedo.

Fonte: pixabay

Me formei em Direito com 22 anos e segui o fluxo padrão de quem recém entra num mercado de trabalho competitivo. Desde aquela época eu tinha fome de atender famílias, entender os seres e suas relações, buscando mediações e entendimentos diante das situações difíceis da vida, então o Direito de Família era meu campo de atuação. Paralelamente, fazia cursos e me interessava por assuntos voltados à Psicologia, com especial atenção à mulher.

Mais tarde, me pós-graduei em Psicologia Jurídica e especializei em Mediação Familiar, e ingressei com toda força no estudo profundo do ser humano. Nesta época também a meditação e os círculos de mulheres entraram na minha vida, e a sede por autoconhecimento era grande. Retiros e mergulhos internos aconteciam. Saí de casa com 27 anos e, por força das circunstâncias, após prestar muitas provas, fui chamada para assumir função pública em 2006. Por questões financeiras e pelo desafio que se apresentava à minha frente, empossei, mas hoje vejo o quão estava me afastando do meu real serviço de alma neste mundo. Tudo certo. Nesta altura do campeonato, eu já contava com 32 anos e a dança, minha grande paixão, fazia parte intensamente dos meus dias – era membro de um corpo de danças e dava aulas (quando me encontrava comigo mesma e deixava minha alma se manifestar!).

Seguindo o fluxo

Tive filho e casei. Sim, nesta ordem! Nunca tinha parado pra pensar em como eu seria como mãe. Na verdade, lembro que tive vontade de ter filho quando tinha 24 anos, mas passou! Juntei as escovas, separei, namorei, aprendi a ficar comigo mesma e adorar minha solitude e liberdade! Maaaaassss, os 35 estavam chegando e o ‘ser mãe’ voltou a fazer parte dos meus pensamentos e uma meta palpável. Confesso que nunca havia pensado em que tipo de parto eu desejava ter, até o dia em que assisti ao filme “O Renascimento do Parto” com uma amigona que estava tentando engravidar. O primeiro divisor de águas. Fiquei muuuuuito impressionada com todas as informações que ali vi e ouvi e tive uma certeza absoluta: meu filho vai nascer naturalmente. Isso foi em Novembro/2013 e em Março/2014 descobri que estava grávida!

Estava com 4 semanas de gestação
Arquivo pessoal – 2014

Vivi uma gestação muito saudável e tranquila! Lancei a ideia do parto natural e humanizado para meu parceiro e ele comprou sem pestanejar! Assistimos juntos àquele mesmo documentário e estudamos muito durante a gestação todinha. Participamos de grupos de pais gestantes, rodas da humanização, escolhemos uma doula e tivemos apoio médico com olhar e atuação nesta mesma linha, e o empoderamento foi se agigantando dentro de mim assim como a barriga que crescia com a evolução do meu filhote! Aquilo tudo fazia muito sentido para mim e para o que viria pela frente na minha caminhada. Nosso filho era muito desejado e esperado, mal eu sabia que ele já estava sendo o meu maior mestre.

Mudando a rota: Remãenascendo!

Lembram quando eu disse que era uma criança questionadora e desafiadora? Não agi diferente em relação ao meu parto. Li, aprendi, perguntei muito, lancei ideias, levantei hipóteses, contrariei e, acima de tudo, em momento algum duvidei de que eu e meu filho seríamos capazes; acreditei principalmente, que teria comigo a força de toda a minha linhagem feminina. Quebrei padrões familiares, rompi barreiras do medo que estavam arraigadas de muitas gerações, afirmei piamente que meu corpo era sim capaz de gerar, parir e nutrir um novo ser, minha cria!

No final de 2014, Artur nasceu lindamente, num parto hospitalar

Arquivo pessoal – 2014. Conhecendo meu pequeno grande Mestre!

natural e humanizado! Um parto sem analgesia, sem lacerações, com respeito ao meu plano de parto, atuação do papai, trabalho de parto domiciliar com acompanhamento de doula (e participação de minha mãe e irmã) e recuperação ótima! Foi o portal mais avassalador que ultrapassei até hoje! O segundo divisor de águas.

O puerpério? Ah, este não fugiu à regra. Tive babyblues, dificuldades com a amamentação, mastite, muito cansaço, choro e solidão doída. Mas tive também muito apoio! E isso fez toda a diferença. Senti no meu coração, vinha da minha alma, um chamado muito forte para seguir neste caminho, ao encontro e ao lado de outras mulheres, apoiando suas transformações no momento mais sublime da vida de uma família! Eu queria espalhar aos quatro ventos para TODAS as mulheres que “sim, é possível!”, “dêem-se a oportunidade de vivenciar e serem donas de si”, “confiem no seu processo”, “se informem, questionem, e enfrentem seus medos”, “nosso corpo foi feito para abrir-se para dar a vida”, “conectem-se consigo mesmas”, “não entrem na roda viva e cega que é o sistema que nos impõem”… eu precisava servir, eu queria encorajar tantas mais mulheres que surgissem no meu caminho a partir da minha experiência! Vivenciar a chegada de um ser neste mundo terreno é valoroso, é honroso e, acima disso, é ato de profunda gratidão por tudo o que vivi e senti, e pelo que me tornei desde que me reconheci como mãe.

Enfim, em sintonia com meu propósito

Fonte: pixabay

Após o período de licença maternidade, entrei em licença interesse por 2 anos e decidi seguir o que minha alma clamava mais do que nunca: trabalhar com mulheres e com o reconhecimento da nossa força e dons. Eu não me via mais fazendo o que fazia antes, naquele local e com aquele público. Dizem que quando vivemos uma expansão de consciência não há como voltar atrás. A pura verdade. Pra mim, parir foi ultrapassar por um portal gigantesco de abertura não só do corpo, mas mental, emocional, energética e espiritual também. Eu não era mais a mesma Andrea. E nem queria ser!

Na cara dura, comecei a participar dos encontros de doulas, reuniões públicas para estudo e votação de Lei que permitisse a entrada nos hospitais, frequentava várias rodas de gestantes e puérperas (era uma delas né?!) e fui convidada para co-facilitar as rodas do Grupo Partolândia, em Porto Alegre/RS. Em 2015 mergulhei nas formações como Doula Pós-Parto, Consultora em Aleitamento Materno e Doula Parto, outros fortes divisores de águas na minha trajetória. De lá pra cá tenho vivenciado muitos cursos complementares, workshops, palestras, seminários, encontros e reciclagens. Amparada pelo meu círculo de mulheres – Clã do Sagrado Feminino – em constante evolução espiritual e também engajada na equipe de coordenação da Associação de Doulas do RS – ADOSUL.

Arquivo pessoal: arte gestacional
Arquivo pessoal: doulando

Nesta nova caminhada pós-maternidade e no auge dos 4.0, me mudei para Gravataí/RS – região metropolitana da capital – e, seguindo o que faz bater mais forte meu coração e brilhar meus olhos de tanta satisfação, a advogada concursada escolheu atuar como Doula, acompanhando a gestação e o parto de muitas mulheres, em âmbito hospitalar e domiciliar (com equipes capacitadas para tal apoio)! Também ofereço suporte no pós-parto, como Doula Pós-Parto (apoio emocional) e presto consultoria em amamentação (olhar mais técnico). A massagem ayurvédica para gestantes e puérperas, meditação direcionada, uso básico da aromaterapia, organização de chá de bênçãos, arte gestacional/pintura de barriga e as rodas de gestantes e puérperas fazem parte da minha doulagem e, em breve, o encapsulamento de placenta (já andei me experimentando nesta arte e amei!), o uso da homeopatia na gestação, parto e pós-parto (ando fascinada lendo sobre) e também orientações às adolescentes e mulheres com base na ginecologia natural, focando no Sagrado Feminino – formação em andamento. Além disso, tenho planos (já acontecendo) de trazer e organizar cursos e formações aqui na minha região (RS).

Arquivo pessoal: Logo do meu projeto!

E, pela fluidez que me mostra que estou no trilho certo, finalmente, acabo de parir o Remãenascer, nome através do qual ofereço meus serviços hoje, a semente de tudo o que ainda vem pela frente nesta minha jornada! Ainda não foi possível abandonar o cargo público. Mas sim, estou em fase de transição e este será o próximo grande passo! Tudo como deve ser, com respeito ao tempo e ao fluxo da vida! Engajada na causa pelo direito das mulheres de protagonizarem seus partos com mais respeito, autonomia e amor!

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Estamos e seguimos juntas!

Doula Andrea Gabech – Remãenascer 

REFERÊNCIAS:

1 – Doula – O que é ? – www.despertardoparto.com.br/o-que-eh-doula.html

2 – Evidências científicas do trabalho da doula – http://www.queroumadoula.com.br/ver-artigo/1/evidencias-cientificas-do-trabalho-da-doula/

3 – Evidências científicas sobre o suporte contínuo da doula durante o trabalho de parto e parto – http://www.queroumadoula.com.br/ver-artigo/12/evidencias-cientificas-sobre-o-suporte-continuo-da-doula-durante-o-trabalho-de-parto-e-parto/

4 – Recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde)
no atendimento ao parto normal – http://www.despertardoparto.com.br/recomendaccedilotildees-da-oms-para-o-parto-normal.html

5 – Evidências qualitativas sobre o acompanhamento por doulas no trabalho de parto e no parto – www.scielo.br/pdf/csc/v17n10/26.pdf

6 – Importância das doulas: evidências científicas – https://doulandoamor.wordpress.com/tag/importancia-das-doulas-evidencias-cientificas/

7 – AMAMENTAÇÃO – evidências científicas de sua superioridade – http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=2090

8 – Aleitamento Materno SBP – http://www.sbp.com.br/departamentos-cientificos/aleitamento-materno/

9 – Métodos não farmacológicos para alívio da dor no trabalho de parto: uma revisão sistemática – http://www.scielo.br/pdf/tce/v19n4/22.pdf

10 – Aromaterapia baseada em evidências: alívio do estresse e muito mais – https://essentialnutrition.com.br/conteudos/aromaterapia-beneficios/

11 – VAMOS FALAR SOBRE DOULAS E VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA? – https://imprensafeminista.wordpress.com/2015/01/28/vamos-falar-sobre-doulas-e-violencia-obstetrica/

12 – Associação de Doulas do RS – https://pt-br.facebook.com/adosul/

13 – Linkedin Remãenascer – https://br.linkedin.com/in/remaenascer

14 – Fanpage Remãenascer – https://pt-br.facebook.com/remaenascer/

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