Será mesmo que ele “faz” parto normal?

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Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjX5LqTl7jlAhU-H7kGHW9-DgsQjB16BAgBEAM&url=https%3A%2F%2Fwww.vix.com%2Fpt%2Fbdm%2Fbebe%2Fgravida%2Fmateria%2Fprimeiros-3-meses-de-gravidez-duvidas-comuns&psig=AOvVaw0Btcb1i-6viyYP4sEA_wmD&ust=1572119341269280

Após o positivo no teste de gravidez, adentramos num mundo totalmente novo. Nele temos de escolher um médico obstetra que se preze, fazer exames e mais exames, pensar em como esse neném vai nascer e… opa! Parto Normal?! “Vamos ver… está cedo para falarmos sobre isso, se estiver tudo bem, podemos tentar. Doula? Se ela ficar no canto dela e eu no meu, tudo certo”. Ou “não trabalho com doulas, não são necessárias”. Isso te lembra alguma coisa?! Venho, por meio deste post, trazer algumas dicas e perguntas muito práticas para que você teste seu médico e descubra de uma vez por todas se ele é ou não aquele profissional massa, atualizado e humanizado que apoiará o seu tão sonhado Parto Normal Humanizado.

Parto Normal no Brasil é normal?

É fato que parir aqui no Brasil é resistir. Resistir ao sistema, ao medo de violências obstétricas, ao que a maioria das famílias brasileiras acha normal. É resistir até ao que o plano de saúde oferece, já que uma enorme parcela dos obstetras que atendem pelos planos não acompanham partos normais (ou pelo menos não de maneira humanizada, e isso quer dizer que não respeitam seu protagonismo, costumam intervir bastante nos partos e que não trabalham em equipe multidisciplinar com assistência atualizada em evidencias científicas).

No nosso país, 55% dos partos são via cesariana, e na rede privada o número é muito maior: 84,6%. Você sabe quanto a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda? 15%. Somente 15% dos partos deveriam acontecer pela via cirúrgica, mas algo acontece nesse Brasilzão para que esse número seja muito superior ao recomendado. Eu não estou aqui hoje para falar das razões disso, mas quero lhes ajudar, de modo muito prático, a “burlar” o sistema e parir como você deseja e merece (caso essa seja sua escolha, claro. E caso não seja, que possa repensar através do conhecimento).

Vamos ao que interessa

Primeiramente é preciso algum estudo da sua parte, porque a informação e o conhecimento são chaves que abrem muuuuuitas portas. E isso se estende a tudo, não é mesmo? Estou sempre falando isso: arregace suas mangas, mãos a obra, protagonize, não espere tudo de bandeja, o corpo é seu, o parto também é pra ser. Saia da zona de conforto e avante! A boa informação está aí para quem buscar! (Olha nós aqui no blog por vocês)

oiiii, estamos aqui por vocês!

Não sei em que fase você está. Se no inicio da gestação, meio ou fim, mas sei que enquanto houver bebê na barriga, há tempo de correr atrás. Pergunte ao seu médico coisas como:

-Até quando ele costuma esperar pelo parto natural (um profissional humanizado e atualizado sabe muito bem que 40 semanas não é um prazo final para uma gestação);

-Quanto tempo ele espera pelas contrações após o rompimento da bolsa (se for um médico cesarista, ele te mandará a maternidade assim que isso acontecer e muito provavelmente vai te assustar falando que seu bebê vai ficar sem liquido, asfixiar ou alguma coisa do tipo); salvo em caso da bolsa romper com mecônio, a orientação é aguardar as contrações iniciarem em casa. Sobre o tempo, isso dependerá do protocolo de cada maternidade. Se é plantão ou se é uma equipe particular. Tudo isso deve ser esclarecido antes de acontecer pra quando e se chegar o dia, você não ficar feito louca sem saber o que fazer.

-Pergunte se você poderá escolher a posição que deseja parir; qual a taxa de partos normais que ele acompanha (inclusive você pode solicitar isso ao próprio plano de saúde. Eles têm obrigação de lhe fornecer essa informação); cheque também se ele aceita a presença do acompanhante de sua livre escolha, se trabalha e respeita o trabalho da doula; se ele(a) realiza parto normal em mulheres que já tiveram uma cesariana; se ele(a) acha que você deve participar de cursos preparatórios para o parto. Observe que para saber que as respostas desse profissional serão legais, você tem que ter claro o que é uma assistência humanizada, ou seja, já tem que ter uma noção das coisas!

Você pode também perguntar às outras pessoas sobre esse médico. Pedir indicações de quem já pariu ou foi atendida por ele, participar de grupos virtuais e presenciais de apoio ao parto da sua cidade. Tem alguns grupos bem bacanas no Facebook.

Dê uma de Sherlock Holmes e investigue os perfis nas redes desse profissional. Veja as publicações, as fotos dos partos que acompanha, se tem só fotos de cesarianas. Isso é só uma coisa a se observar tá? Não tome uma decisão baseada somente nisso.

Por fim, tenha na sala de espera desse médico ótimos aliados para entender o tipo de assistência . Use suas colegas buchudas como amostragem para o seu estudo e troque uma ideia com elas. Elas ja pariram com ele? Como ele as tratou?o que falam desse profissional pra essa mulher? E uma outra dica chave é: esse obstetra já desmarcou consultas com você para atender partos? Se sim, isso é ótimo! Se não…

Caso você se dê conta de que esse não será um caminho legal pra parir com respeito, desvia dele e corre atrás de outras possibilidades! Não perde tempo e nem se apega a médicos. Doulas são ótimas aliadas nessa busca, já que faz parte do nosso trabalho conhecer e indicar bons profissionais e boas maternidades.

Espero que tenha gostado e se você tiver mais dicas, só comentar! Vamos ajudar umas as outras para que cada vez mais tenhamos partos dignos. Lembrando que a demanda faz com que os profissionais busquem mudança de conduta e atualizações. Vamos à luta?

Foto: Roberta Martins

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Referências

Parto é Normalhttp://www.ans.gov.br/parto-e-normal

O Parto é da Mulher – Cristina Balzano. 2019.

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