Quando a gente pensa em uma gestante nas últimas semanas antes do parto, inevitavelmente vem aquela imagem de uma mulher fazendo mil e uma atividades para o início do processo.
O que faz uma mulher entrar em trabalho de parto? Pouco se sabe exatamente sobre esse “gatilho”. O que a ciência já comprovou é que quando o pulmão do bebê está pronto é liberado um hormônio chamado surfactante. Esse hormônio funciona como um “arame” que torna os alvéolos pulmonares prontos para receber o oxigênio.
Sendo assim não há muito o que fazer além de acreditar na plenitude da máquina que a natureza testou por milhões de anos.
Dito isso, aí vai a dica mais preciosa que eu tenho para você, elaborada depois de acompanhar mais de 500 partos: durma!
Você não sabe quando o parto vai começar e nem quanto tempo vai demorar até parir. Por isso começar essa jornada descansada é um ganho gigantesco.
Eu sei que o final da gestação a gente consegue dormir pouco: acorda mil vezes para fazer xixi, fica sem posição na cama – acredito que já é um treinamento para lidar com recém nascido.
Por isso dormir cedo é ouro a partir de 37 semanas (se possível). Tirar cochilo à tarde e não cair na tentação de “só essa noite vou dormir de madrugada”.
Grande parte dos partos em que vejo a mulher pedir anestesia, na maioria das vezes, o que pesa mais não é a dor e sim o cansaço.
Uma dica que dou para todas as gestantes que acompanho: percebeu uma contração diferente (mais forte, com cólica) coma (seja a hora que for) e tente dormir (nem que seja no intervalo das contrações).
Deixe para ficar ativa quando o trabalho de parto estiver de fato ativo e mesmo assim procure descansar. Um corpo descansado tem receptores de ocitocina, tem menos adrenalina e o parto é muito melhor.
Referência
Para quem deseja aprofundar-se neste tema, não deixe de ler o relatório completo elaborado pela Childbirth Connection no final de 2015 sobre a Fisiologia Hormonal do Parto, evidências e implicações para Mulheres, Bebês e Cuidados de Maternidade.