Exame de toque é o toque vaginal que a parturiente recebe durante a gestação e trabalho de parto. Ele é utilizado para avaliação de alguns fatores como dilatação, comprimento e consistência do colo do útero, posição fetal, características da bacia óssea materna, entre outros fatores.
Sabemos que os obstetras costumam fazer repetidos exames de toques vaginais unicamente com a finalidade de verificar a progressão do trabalho de parto (dilatação). Porém, apesar de um exame simples, ele não traz informações relevantes fora do trabalho de parto, além da maioria das gestantes relatarem sentir desconforto ao receber repetidos toques.
Baseados em prestar uma assistência onde prezam pelo bem estar materno-fetal, alguns profissionais preocupados com as rotinas que causam dor, traumas ou até mesmo reações indesejadas na parturiente, recomendam, baseados em evidencias científicas, maneiras menos invasivas de acompanhar essa evolução.
Neste texto vamos falar sobre a Linha Purpura e o Polígono de Michaelis. Você já ouviu falar em algum deles? Sabe como funciona?
Nesse post você vai encontrar
Linha Púrpura
A Linha púrpura é um sinal que aparece na pele da parturiente. Podemos observar uma linha avermelhada/arroxeada que vai subindo a partir do ânus, entre os glúteos, em direção ao cóccix.
Na imagem podemos ver uma linha correspondente a um trabalho de parto avançado.
Conforme a dilatação aumenta a linha cresce. Quando atinge o cóccix, é provável que a mulher esteja com dilatação total (10cm). O mais interessante é que, a partir do momento que a apresentação fetal avança, ou seja, o bebê está descendo, a linha se descolore.
A linha púrpura não aparece em todas as parturientes, mas por ser um método não invasivo e por ser eficaz deve ser usado sempre que possível, durante o trabalho de parto, evitando assim inúmeros exames de toque.
Polígono de Michaelis
Outro método não invasivo que pode ser utilizado para avaliar a progressão do parto e saber que o nascimento está próximo é chamado de Polígono de Michaelis. Dá-se esse nome devido a forma imaginaria de um losango que forma na parte inferior do dorso, incluindo as vertebras lombares inferiores e sacro.
Nos momentos mais avançados do trabalho de parto, sabe-se que essa estrutura óssea se move aumentando o diâmetro pélvico para a passagem do bebê. Sendo mais um método de observação, ele mostrará que está próximo do bebê nascer.
Assistência Humanizada
Sempre em busca de alternativas para tornar o momento do parto menos traumático e mais respeitoso, e baseado nos estudos mais recentes, pesquisadores sugerem que estes métodos podem ser guias efetivos para avaliar a progressão do trabalho de parto, a dilatação cervical e a apresentação fetal, além de serem positivos também pelo ganho na assistência humanizada em relação ao toque vaginal.
Por serem métodos sem contra indicações devem ser usados sempre, porém é preciso ficar atento a outros sinais e, caso for necessário, utilizar do exame de toque para avaliação.
Ficou com dúvidas? Deixo abaixo alguns artigos que você pode consultar e me coloco à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas que possam ocorrer.
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Referências Bibliográficas
Utilização da “linha púrpura” como método clínico auxiliar para avaliação da fase ativa do trabalho de parto – http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v11n3/a12v11n3
Utilização da linha púrpura como método diagnóstico da dilatação cervical e altura da apresentação fetal em gestantes em trabalho de parto – https://www.riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/2753/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20-%20Final%20-%20sem%20artigo.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Estresse no processo de parturição – https://repositorio.bc.ufg.br/xmlui/handle/ri/82?locale-attribute=pt_BR
Utilização da “linha púrpura” como método clínico auxiliar para avaliação da fase ativa do trabalho de parto – http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-38292011000300012&script=sci_abstract&tlng=pt