Cortar o cordão umbilical tardiamente, trás muitos benefícios ao recém-nascido. Prevenir a anemia na primeira infância e ajudar na respiração, são alguns dos benefícios desta prática.
O cordão umbilical é o responsável por unir o bebê a sua mãe. Ele está conectado a placenta, e por meio dele o bebê recebe sangue, oxigênio e todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento intra-uterino.
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O que os especialistas dizem
Outros benefícios do corte tardio do cordão umbilical, sugeridos pelo Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia: Diminuem as chances de problemas no desenvolvimento. O bebê recebe em torno de 100 ml a mais de sangue, um sangue cheio de anticorpos e oxigênio, o que auxilia os órgãos a terem um desenvolvimento mais adequado logo nas primeiras horas de vida, fortalecendo o bebê e sua saúde. A técnica eleva o número de glóbulos vermelhos, os níveis de ferro, hemoglobina e outros importantes nutrientes, aumentando assim a imunidade do recém-nascido.
Segundo as pesquisas, o procedimento não aumentou os riscos de hemorragia pós-parto, perda de sangue, nem reduziu os níveis de hemoglobina das mães, ou seja, é uma prática totalmente segura e recomendada. Essa medida é inclusive uma das diretrizes oficiais do Ministério da Saúde do Brasil para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os benefícios são ainda maiores nos prematuros, há uma melhora na circulação de transição, no estabelecimento de volume dos glóbulos vermelhos e diminuição da necessidade de transfusão de sangue.
Como é a nossa realidade
Tradicionalmente nas maternidades do nosso país, a conduta é cortar o cordão assim que o bebê nasce. Esta é uma questão que varia de profissional para profissional. Alguns profissionais mais humanizados, esperam pelo menos 3 minutos após o nascimento, assim que o cordão pare de pulsar, garantindo ao bebê todo o aporte sanguíneo que vem da placenta, passa pelo cordão umbilical e chega até o bebê.
Além de todos estes benefícios, o bebê tem a chance de aprender a respirar sem o corte abrupto desta fonte. Ele para de pulsar naturalmente passando de um cordão grosso e cheio de vida para um cordão fino e branco. O tamanho do cordão também foi feito perfeitamente pela natureza, para que o bebê vá direto para o colo da mãe sem que seja cortado.
Novas condutas
Um estudo recente descobriu que as células-tronco continuam sendo transferidas para o bebê mesmo após o cordão parar de pulsar, ou seja, mesmo ele estando branco, fino e aos nossos olhos já sem pulsar, as células-tronco continuam passando por ele. Após esta descoberta, recomenda-se deixar pelo menos a primeira meia-hora de vida o cordão acoplado ao bebê. Isso já garante este benefício. Em partos domiciliares onde as condutas são feitas com mais calma, sem pressa, respeitando o momento familiar, a equipe costuma cortar o cordão em torno de 2 hs após o nascimento, o que é maravilhoso, garantindo todo o aporte de nutrientes e as células-tronco que ele tem direito.
Esta prática não altera em nada a rotina dos partos, e gera muitos benefícios para a mãe, o bebê e a família.
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Vamos praticar?
Referências:
O clampeamento tardio do cordão umbilical reduz a anemia infantil http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/120074/WHO_RHR_14.19_por.pdf;jsessionid=4C695653BFA47FC8AE63D2FD13A7A7C6?sequence=2
Efeitos do clampeamento tardio do cordão umbilical sobre os níveis de hemoglobina e ferritina em lactentes aos três meses de vida http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2008001400017
Góes, Juliana Fionda. Clampeamento Tardio do Cordão Umbilical: Estudo De Coorte. Rio de Janeiro (2017)
Oliveira FCC et al. Tempo de clampeamento e fatores associados à reserva de ferro de neonatos a termo. Rev Saúde Pública (2014)