Humanização no parto!

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Esse é um tema que está bastante difundido: a “humanização no parto”! Diria até que está na boca do povo! E de tão falado, está banalizado…triste isso, não?

Sempre que divulgo meu trabalho, falo que sou Doula, percebo uma certa indignação nos olhares das pessoas, muitas pessoas ainda não sabem sobre a humanização na gestação, parto e pós parto; outras relacionam diretamente ao parto na água ou banheira, chegam até a me dizer:   “é parir igual índio?”

Por isso resolvi a falar mais uma vez desse mesmo tema! Que julgo ser imprescindível para o nosso país!

Nesse post você vai encontrar

O QUE É HUMANIZAÇÃO?

De acordo com o dicionário Aurélio, humanização é: “Ação ou efeito de humanizar ou humanizar-se; tornar-se mais sociável, gentil ou amável.”

É isso! Poderia terminar meu texto aqui, acredito estar muito bem explicado!

Mas infelizmente, as maiorias das pessoas ignoram esse conceito, por isso, não paro por aqui.

Gente, o mundo precisa da “humanização”, o Brasil mais ainda! Em todos os aspectos da vida, não só no parto, mas em tudo que formos fazer, precisamos tornarmos mais humanos e menos máquinas!

Se fosse escolher uma palavra para definir a humanização, escolheria AMOR! Acredito que com amor, conseguimos resolver qualquer situação, problema, desafio. Com o amor, nos tornamos pessoas melhores, mais dóceis, mais fáceis de lidar, pessoas abertas a discussões mais saudáveis, mesmo com pontos de vistas diferentes. Com amor resolvemos questões ligadas à política, ao trabalho, ás ideologias e á SAÚDE!

Com amor nos somos quem realmente somos: HUMANOS!

A HUMANIZAÇÃO NO PARTO – UMA BREVE HISTÓRIA

Créditos: humanizandoideias.wordpress.com

Durante milênios, nenéns nasciam em suas próprias casas em um ritual restrito às mulheres. A partir do século XVIII, de evento domiciliar auxiliado por parteiras, o parto das mulheres da alta sociedade inglesa passou a ser atendido por médicos.  No fim do século XIX as gestantes foram atraídas para o hospital, em grande parte por causa da cesariana para os nascimentos “complicados”, com problemas na saúde da mãe e/ou recém-nascido.

O cenário que se vivenciava era: mulheres e filhos separados, a mulher passou a parir deitada em função da conveniência médica. Essa simples intervenção desencadeou outras várias para “corrigir o corpo da mulher”, tratado como incapaz de parir sozinha!

O parto hospitalar se consolidou apenas há 50 anos. No Brasil, as mulheres passaram a ter duas alternativas: um parto vaginal cheio de intervenções desnecessárias ou a cirurgia de extração do feto, popularmente chamada de “cesárea”, que desde 2009 predomina como a forma de nascer dos brasileiros.

Como resposta a essa mecanização do parto, começaram a surgir os movimentos pela humanização da assistência ao parto, que reivindicam a qualidade na assistência e o direito ao parto respeitoso, ou seja, ao parto humanizado.

Esse movimento foi impulsionado pelas políticas públicas e pelos princípios da transversalidade e da indissociabilidade entre atenção e gestão. A “humanização” se expressa a partir de 2003 como Política Nacional de Humanização (PNH) (Brasil/Ministério da Saúde, 2004). Comprometendo-se com a construção de uma nova relação seja entre as demais políticas e programas de saúde, seja entre a atuação no Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito particular ou qualquer agente de promoção á saúde.

Dessa forma, a humanização chega ao parto normal com a necessidade de melhoria na assistência baseada no protagonismo e autonomia da mulher, nos direitos humanos, nas evidências científicas, na segurança. Devido a grandes índices de violências obstétricas, o movimento da humanização busca reafirmar toda a sabedoria do corpo da mulher, evidenciando a mulher como potencia e capaz de parir e nascer.

O PARTO HUMANIZADO

Então agora ficou fácil! É só deixar a mulher parir!

Créditos: Gyphy

Bem assim mesmo gente!!!

A natureza é perfeita e o corpo da mulher está pronto para isso, se preparou durante nove meses para o grande dia! O que devemos fazer é sermos humanos com essa mulher, sermos respeitoso com o momento que ela está passando, acolher com amor seus medos, inseguranças, ansiedades, suas dores, seus traumas e até fobias. E com informações adequadas, baseadas nas evidências cientificas que estamos humanizando o parto.

Informação é pura humanização!

O primeiro procedimento que um obstetra deveria fazer com sua gestante é informar! Informar sobre a gravidez, sobre o parto e o pós. Propor a ela que estude, pesquise e se informe sobre o momento que está vivendo. Apresentar as evidências científicas, as boas práticas no parto, empoderar essa mulher de todas as formas, mostrar como seu corpo está pronto para viver a gestação e como tudo vai acontecer naturalmente, de forma gradual e espontânea era o mínimo para uma primeira consulta. Afinal parto é um processo fisiológico do corpo da mulher!

Claro, contratempos acontecem, nada é 100% perfeito! Para esses contratempos, existe o médico e suas intervenções necessárias, para qual ele estudou e se preparou! Médico é necessário para enfermidades! Então se existe alguma enfermidade na gestação, aí o médico entra em ação!

Quando ficamos grávidas, o que mais ouvimos: Gravidez não é doença! Aí te pergunto: para quê o médico, se gravidez não é doença?  Faz sentido, concorda?

Esse é o movimento da humanização, deve-se acompanhar a gestação com respeito e carinho. A gestante deve fazer o pré-natal, para garantir que está tudo bem com ela e o bebê. E se está tudo bem, o parto não será diferente!

Precisamos ser humanos nesse momento tão especial, precisamos saber aguardar o sinal do corpo da mulher, o sinal do bebê, propor um ambiente tranquilo, calmo, acolhedor, onde a mulher possa sentir-se a vontade ao lado de pessoas intimas e que a amam!

Propor condutas não intervencionistas, como posições mais adequadas, massagens, proporcionar a ela alimentos que nutrem e ao mesmo tempo tragam experiências de prazer. Orientar quanto à forma de respirar, quanto às fases do trabalho de parto. Propor o banho, a banheira (aíííííí a fama da banheira). Porque sim, a banheira traz relaxamento, a água morna acalma, ameniza as dores! E o bebê sai de um ambiente aquoso para outro semelhante!

Incentivar e sempre, sempre reafirmar o quanto ela é potente para parir seu filho!

E assim tudo acontece de uma forma mágica, esplêndida!!! Seja em casa, seja no hospital, na banheira, no chuveiro, na cama, na banqueta, na maca, de cócoras… Mas que seja da forma que a  mulher quiser!

HUMANIZE-SE!

Parto em casa! Pai presente e ativo!

Referências Bibliográficas:

Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa – https://www.dicio.com.br/aurelio-2/

Dicionário da Educação profissional em saúde http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/hum.html

Sentidos do Nascer – http://www.sentidosdonascer.org/

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