Sou Priscila Mautoni, radiologista de profissão, apaixonada pelas áreas da saúde e suas múltiplas formas, casada com meu maior incentivador, que me leva a sonhar e ir mais além. Amante do trabalho humanitário, como forma de crescer e evoluir.
Há cerca de 2 anos me torno mãe e vivencio na pratica todo o processo de gerar um bebê, que chegou quebrando paradigmas num parto a jato que precisou ser instrumentalizado no final por conta de batimentos cardíacos não tranqüilizadores, me ensinado que existe uma diferença grande de parto ideal x parto real.
Um novo horizonte se abriu
Como sempre trabalhei na área de saúde o ambiente hospitalar sempre foi muito familiar e confortável, porém ao me formar radiologista, não me enxerguei completa, faltava uma peça dentro de mim, queria fazer mais que exames, queria mais que uma abordagem fria, queria ter um contato mais quente com as pessoas e a sala de exame já não me traziam alegria e satisfação.
Foi então que em 2011, uma amiga me envia um vídeo de uma cesariana, que pelo lado clínico era um procedimento lindo, mas pelo lado humano, o cenário era tão frio como os da minha sala de exames.
Logo, fiquei curiosa para assistir um parto normal, UAU quase não consigo vê-lo na integra, também achei aquele ambiente estranho; uma sala cheia de gente, mulher deitada gritando, gente em cima, corte para o bebê “sair mais rápido” (episiotomia eletiva), de normal aquele cenário não tinha nada.
Com minha curiosidade agussada, busquei por mais vídeos de parto, e foi ai que assisti ao meu primeiro Parto humanizado – domiciliar lindo e seguro. Que cenário!! Mulher á vontade, livre, ambiente calmo e acolhedor. Era isso que eu queria.
Assistir vídeos de parto se tornou um hobbie comecei então a bombardear minhas amigas e conhecidas sobre parto humanizado, aonde eu ia esse era o assunto, me tornei uma referência. Mulheres grávidas buscavam por informações sobre parto comigo, eu já era Doula e não sabia rsr.
A tão sonhada oportunidade chegou
Continuei levando informação de qualidade para mulheres, compartilhando artigos científicos, indicando rodas de apoio ao parto natural, indicando doulas como preconiza OMS.
E em 2016, surgiu uma oportunidade de ter uma formação profissional como Doula, foi uma correria, muita vaquinha, pois na época morávamos no interior do Rio de Janeiro e além do curso precisava pagar os custos da minha estadia aqui, mas como peças de um quebra cabeça tudo se encaixou e em março de 2016 estava formada em Doula e esse seria apenas o começo de outras certificações que viriam. Consegui!
A pedra que se torna um degrau
Após o término do curso, uma bomba cai sobre o cenário obstétrico do Rio de Janeiro, doulas estavam proibidas de atuar. E AGORA? Em busca de soluções eu e mais um grupo de doulas incríveis buscamos através da formulação e implantação de leis que viabilizassem nossa entrada e atendimento nas maternidades do Rio.
Em pouco tempo a lei de n° 7.134 de junho de 2016, foi aprovada, agora as doulas estavam permitidas para atuar, e nesse novo cenário uma associação precisou ser formada, me tornei então sócia fundadora da primeira Associação de doulas do Rio de Janeiro ADOULASRJ.
Vamos partejar então?!
Passado o susto, com a lei estadual aprovada e com a entrada liberada em todas as maternidades comecei o trabalho com consultas coletivas gratuitas,
que levavam informação de preparo para o parto e muito acolhimento.
E logo a oportunidade de doular uma mulher chegou a mim. Ela veio com o enorme desejo de ter um parto normal, estava sozinha nessa jornada, como todas nós ao tomarmos essa decisão, que é preciso que se diga: ela cabe apenas a nós mulheres.
Começamos então seu empoderamento para o parto, com consultorias sobre todo o assunto: como aliviar a dor, como passar pelas contrações, como o equilíbrio e a concentração baseado na confiança dão fluidez ao processo, como ter suas vontades e desejos atendidos na formulação de um plano de parto. A cada uma delas, ela se fortalecia se enchia de conhecimento e coragem para aquele momento.
O grande dia enfim chegou, seu bebê deu start inicial, o sinal chegou um pouco depois do previsto de seu nascimento, ele esperava o pai chegar de viajem, família completa, vem bebê!
Ela entra na maternidade ainda com poucas contrações e com 2 cm de dilatação apenas, preferiu ir logo, pois na casa da mãe onde morava não tinha nenhum apoio para esperar o TP, avançar.
Corre Doula, corre Doula!
Quando nos encontramos ela ainda estava na admissão, fazendo cardiotocografia para internação. Ela confiava tanto nela, confiava tanto em mim, que em poucas horas de entrega ao processo foi de 2 a 9 em 4 horas, como era lindo ver aquela mulher chamando seu filho, em cada contração, em cada vocalização, dilatação total.
Chegou o grande encontro mãe e bebê se encontram, namoram o ambiente se enche de ocitocina, ela olha pra mim e diz: aqui seu presente de aniversário!Sim ele chegou, no dia do meu aniversário, que presente!
Minha primeira vez não poderia ter sido mais mágica. Apesar de estar em um hospital que não tem como modelo condutas humanizadas ela não sofreu nenhuma violência e teve seu parto natural, como deve ser. Como somos feitas para trazer um bebê ao mundo, sabemos parir.
Saio dali então ainda mais convicta que era ali mesmo que queria e deveria estar. Dou inicio a jornada longa e prazerosa de estar com mulheres em seu momento mais pleno e gerar uma onda de humanização pelo parto natural.
Levo como missão ainda maior que toda mulher merece uma Doula.
Venha comigo trilhar esse caminho! Por isso te convido para participar de uma de nossas consultorias gratuitas, se inscreva em nossos canais de contato. E faça parte da nossa rede incrível.
Nosso link:
Vem partejar, vem!
Referências:
Episiotomia, você nunca precisa dela: http://estudamelania.blogspot.com/2012/08/estudando-episiotomia.html
Doula na assistência ao parto:
http://www.scielo.br/pdf/ean/v13n3/v13n3a18
Parto Domiciliar seguro:
http://www.scielo.br/pdf/ean/v13n3/v13n3a18
Lei das Doulas: