O EGB é uma das muitas bactérias comuns ao corpo humano, ficando normalmente no trato gastrointestinal, podendo colonizar a vagina ou o reto. Estima-se que 10 a 30 % das gestantes tenham possibilidade de ter EGB em algum momento da gestação e, dessas, cerca de 40% podem passar para o bebê sem que haja necessariamente infecção.
Nesse post você vai encontrar
Exame do cotonete como é feito?
Com um Swab – cotonete em inglês – que é usado para colher amostras e preservá-las para análises
Exame do cotonete como se preparar?
Dois dias antes a mulher não deve usar creme e/ou óvulo vaginal nem ducha e/ou lavagem interna. Pode tomar banho normalmente
O exame do cotonete dói?
Não
Exame do cotonete positivo, e agora?
Embora na maioria das vezes essa colonização possa ir e vir sem qualquer problema, em alguns casos pode causar na mãe infecção no trato urinário – pielonefrite ou cistite – ou no útero – corioamnionite – assim como meningite.
No bebê, quando há infecção, essa ataca mais comumente o sistema respiratório, podendo evoluir para pneumonia e, mais raramente, também meningite ou sepse.
O que dizem as Evidências?
Há dois tipos de infecção neonatal por EGB: a precoce, que acontece até 48 horas pós nascimento; e a tardia, que acontece de 1 a 3 semanas após o nascimento. A profilaxia de antibiótico durante o trabalho de parto se aplica somente à precoce. Levando em consideração que a possibilidade do bebê se infectar sem a profilaxia é de até 2%, e dentre estes a termo somente até 3%, há dois protocolos em vigor:
No Americano, se faz o exame do cotonete em todas as mulheres entre 35 e 37 semanas e se aplica profilaxia intraparto nas positivas.
No Europeu, não se faz o exame de cotonete de rotina no Pré Natal, e se aplica a profilaxia nos casos considerados de risco, que são principalmente trabalho de parto antes das 37 semanas, mais de 18 horas de bolsa rota e gestação anterior em que o bebê tenha desenvolvido a infecção.
Afinal, exame do cotonete, fazer ou não?
Não existe risco zero. E uma porcentagem de risco que seria irrelevante para uma, pode ser intolerável para outra, então, fazer ou não o exame do cotonete ou que protocolo seguir são decisões individuais de cada Mulher, e só se pode colocar alguns pontos para ponderação:
– Colonização não significa infecção, portanto não demanda tratamento;
– Colonização é intermitente, ou seja, pode positivar em um dia e negativar poucos dias depois, e vice-versa;
– Em bebês com idade gestacional maior que 37 semanas, há menos de 1% de chance de colonização da mãe para o bebê mesmo sem profilaxia;
– 0,03% é a taxa de óbito entre os bebês de mães EGB positivas que não receberam profilaxia;
– 0,01% é a taxa de reação alérgica grave à penicilina (anafilaxia) que se não tratada rápido leva a óbito;
– Não consta nessas porcentagens a quantidade de óbito neonatal por bactérias resistentes pela disseminação da profilaxia excessiva de antibióticos;
“É vedado ao médico: desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de eminente perigo de vida”
Empodere-se. Não acate simplesmente qualquer protocolo. Informe-se e faça escolhas que façam sentido para VOCÊ!
Bibliografia:
Prevention of Perinatal Group B Streptococcal Disease, Revised Guidelines from CDC: https://www.cdc.gov/mmwr/pdf/rr/rr5910.pdf
Rastreamento do EGB na Gestação: Alternativas: http://www.levatrice.com/estreptococos