Todos que, assim como eu, ama “tudo” que envolve gestação, parto, nascimento e criação de filhos possivelmente já deve ter ouvido, conhece ou já esteve na Partolândia.
A você que recebeu o positivo, deseja parto normal e está chegando agora, quero contar sobre este que é um universo de novidades e recheado de peculiaridades. A Partolândia, apesar de ausente do dicionário da maternidade, pode ser definida como um estado de inconsciência momentâneo que muitas mulheres experimentam durante o trabalho de parto.
Com vocês, a Partolândia!
Parto o que?
É comum, e quase unânime, a maioria das mulheres, em grande parte por desconhecimento, espantarem- se quando em algum momento do acompanhamento gestacional a doula menciona a existência, apresenta o que é, e explica a possibilidade de encontro com a Partolândia. Essas costumam rir e questionar sobre o que se trata. Grande parte estranha e é comum esboçarem um “ai meu Deus!”
Acontece assim: ocorre o parto e após alguns dias (do 5º ao 10º dia, lembrando que não há uma regra), na visita pós-parto, no momento em que doula e doulanda conversam sobre todo o processo e revisam os fatos, a profissional confirma ou não a suspeita de a mulher ter visitado a Partolândia. É possível perceber tal ocorrência, a partir de relatos de mulheres, as quais apresentam alguns comportamentos típicos. Essas trazem pequenas lembranças nas quais destacam-se algumas sequências de fatos como posições, pedidos, choro, riso, solicitações de cesariana, analgesia, agressividade, “infantilidade”, além de olhar vazio e distante.
Não há estudos específicos quanto a esse “lugar comum”, no entanto, profissionais da área observaram que é durante a parte ativa e/ou de transição que ele se dispõe a mulher, “Eu não conseguia ouvir direito o que as pessoas falavam, elas tinham que tocar em mim para eu prestar atenção. Saí da ‘Partolândia’ no expulsivo, foi muita adrenalina. Nessa hora, já estava bem consciente e, depois que meu filho nasceu, eu estava total e completamente alerta.” – Mariane Leal, 32 anos, funcionária pública, mãe de um menino de 3 anos.
Andrea S. de Q. Campos faz a seguinte descrição “uma outra dimensão, suspensa no tempo e no espaço, na qual, inundada de hormônios – em especial as endorfinas e a ocitocina – e imersa em sensações próprias do trabalho de parto, a mulher se desliga do que está ao seu redor para se conectar com o que realmente importa: a emoção do nascimento.”
Então, fui lá!
Há mulheres que permanecem ativas fisica e racionalmente durante todo trabalho de parto, concentradas em cada contração, na respiração, comem, dançam e permanecem ligadas aos acontecimentos ao seu redor enfim, interagem. Por outro lado, existem parturientes em que o processo interior necessita de um desligamento momentâneo, pedindo um tempo à ação do néocortex, responsável por recepcionar os estímulos como visão, audição, raciocínio. É um modo stand by , quando o cérebro acessa o modo primitivo, “vazio” retirando a mulher do “real”, da intensidade da dor, do mundo e acontecimentos à sua volta, levando-a ao íntimo e profundo lugar em seu ser, é como se ela saísse dali. O corpo é sábio e providencia esse recurso a mais, o qual, na linguagem popular, podemos nominar como um apagão passageiro, com o objetivo de favorecer que o corpo feminino continue percorrendo a jornada do trabalho de parto até o nascimento do bebê. “Na Partolândia, as mulheres normalmente perdem a noção de tempo e espaço. Não se lembram de detalhes do que estavam acontecendo a sua volta, sentem um prazer e um relaxamento tão grandes que não conseguem descrever”, conta Gisele Côrrea de Abreu, Doula há dois anos pela – ANDO Associação Nacional de Doulas.”
Para você, leitora, que está gestando ou não, esse momento é mais real e comum do que temos noção e relatado. Se você pariu e esteve lá, compartilhe conosco como foi essa experiência, enviando seu relato. Para as que ainda chegarão à Partolândia, agora, lendo e conhecendo a respeito, já sabe aonde poderá ir. O corpo é sábio e providenciará o necessário. Tenha uma boa hora!
Referencias Bibliograficas:
Sabe o que é Partolândia? Mães que tiveram parto humanizado contam.
Partolândia
https://www.partolandia.com.br/partolndia
Fisiologia do Parto
http://www.gvinculo.com.br/2016/01/fisiologia-do-parto-como-tudo-acontece.html
Sou Emanuele enfermeira, porem com 15 dias da minha formatura descobri uma gravidez, então o que me restava era curtir tudo intensamente já que ninguém me contrataria…
Em relação ao meu parto providenciei tudo pra que fosse como sempre planejei, teria meu bebe em uma maternidade referência em parto humanizado, maternidade do bairro novo em curitiba… E então chegaram as 40 semanas de gestação, contrações de treinamento, sensação de cansaço ao extremo eu estava muuito cansada é então dia 28/05 minha cunhada interna estava de 37 semanas e ganhou a nossa linda Valentina, porem comecei a lidar com a ansiedade e pressão de mim mesma de pq eu ainda não, então dia 29/05 as 2 hrs da manhã as contrações de treinamento começaram a me incomodar acredito que devido a ansiedade, cheguei no hospital e tive uma contração de treinamento antes do toque e uma depois do toque com 4cm de dilatacao entao diante de um protocolo se tiver duas contrações em menos de 10 minutos interna. Então deixaram gente lá na sala esperando é as 10 da manhã a enfermeira veio conversar comigo e disse que eu não estava em trabalho ativo e que eu deveria ir pra casa, porem eu tinha a opção de induzir mais ela não aconselhava, nunca tinha lido nada referente a indução, só pensava que meu bebe tinha que nascer eu queria ve-lo conhecê-lo então optei pela opção de induzir… dilatei até 6cm sem dor e com ocitocina, as 4pm hrs estouraram a minha bolsa e aí sim eu comecei a sentir as dores, me arrependi no mesmo instante chorei e falei pq Deus, pq eu não fui embora ficar na minha casa? Kkk então já era noite e uma nova médica veio me avaliar régulo o soro e nessa altura eu já estava conformada que ia morrer e só queria uma Cesária, nenhuma posição confortável eu não aguentava mais, enfermeira deu a ideia de fazer agachamento então no terceiro agachamento eu fiquei pelo chão mesmo (esse foi um dos motivos que quis tanto essa maternidade pq eu sabia que poderia ter meu neném do jeito que eu quisesse) ali eu fiquei s contracoes estavam bastante intensa e eu gritava muito e entao veio a tal da partolandia realmente a sensação de estar em outra dimensão escutei a enfermeira falar ela está na partolandia e então relaxei, eu já não sentia mais dor, aquela vontade de fazer força inexplicável, barriga ficava dura e eu fazia forca eu sentia que aquela era a hora meu bebe estava vindo <3 E veio e instantaneamente voltei ao mundo real com zero dor.