Parto normal: Deus me livre, mas quem me dera!

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foto do trabalho de parto e nascimento da Melissa
Por Aline Baldassim

Quem nunca ouviu uma história trágica sobre parto normal? Quem nunca pensou ou disse um Deus me livre?! Quem nunca viu ou ouviu um relato lindo e ficou comovida, mas por medo já logo pensou: Lindo, mas não é pra mim!

O medo quase sempre é o responsável por fazer mulheres desistirem de parir.

Então, pensando com todo carinho em vocês: tentantes, gestantes, casais grávidos, que se preparam para conceber, para gestar, para parir ou ainda, você que esteja vivenciando um momento de indecisão sobre ter filhos; para auxiliar vocês nessa busca, que decidi trazer aqui minhas experiências em meu parto normal. Porém irei relatar à vocês muito mais do que um parto lindo, emocionante e cheio de amor como geralmente a maioria dos relatos de parto são.

Trago verdades… trago os sentimentos de insegurança, de medo, de dor, de ansiedade, todas as aflições que passei e como as minimizei e as venci.

Tenho certeza de que temos muito mais em comum do que imaginamos, eu já tive medo, eu senti dor, eu  já pensei que não era possível e provavelmente Gisele Bunchen, Fernanda Lima também! Mas o que mais nós temos em comum, eu, você e elas? É nossa garra, nossa força, nossa capacidade tremenda de superação e empoderamento quando nos unimos uma à outra.

“Mulheres são como águas, crescem quando se juntam.”

Espero lhe oferecer a oportunidade de refletir sobre cada sentimento, cada obstáculo e buscar suporte adequado de como trabalhar cada um deles e vencê-los! Então chama a Doula e partiu parir!!!

O que precisamos para parir?

Equipe de Parto
Por Aline Baldassim

Eu diria que você precisa de um bebê e precisa estar em trabalho de parto e também querer ter um parto normal, basicamente seria somente isso! SIM! Simples assim! A gente que complica, ah se fosse só a gente não é mesmo??

Quais são os medos que nos afligem hoje? Um sistema com taxas altíssimas cirurgias cesarianas e falsas indicações que resultam em cesáreas desnecessárias?

Um sistema que reproduz que o parto normal é uma loucura, é arriscado, é sinônimo de medo, dor e sofrimento e que nos vende que a cesárea é uma via de parto mais segura, tranquila e poupará a mulher e o bebê de complicações e riscos, nos induzindo ao erro, quando é totalmente o contrário?

Essa foi minha primeira luta, das várias lutas que a mulher que deseja passar pela experiência do parto normal tem que travar. Quando descobri minha gestação, é claro que eu já tinha uma médica obstetra de extrema confiança e carinho, aquela relação que nós construímos ao longo dos anos sabe? Ainda mais com um médico tão íntimo.

Mas eu tinha um propósito maior, que era ir em busca de profissionais humanizados em minha cidade e pra minha sorte, a minha GO era a que tinha maior índice de partos normais, então por hora, um obstáculo a menos; por hora eu iria seguir meu Pré Natal com ela e ir abrindo o meio de campo pra conversar sobre o parto normal que eu desejava.

Parecia que eu ia à uma entrevista de emprego a cada consulta, me informava, estudava e lia de tudo para entender o processo pelo qual estava passando e iria passar, para poder conversar ciente com minha médica, questionar e discutir sobre meu parto, deixando claro o que eu queria e não queria.

Além disso, ainda tinha que lutar contra os palpiteiros de plantão, que em sua maioria são da cultura de cesáreas e não entendiam por que raios você quer parto normal. Graças à Deus minha família, mãe, sogra, irmã já tinham tido seus partos normais e apoiavam a minha decisão.

Por outro lado, a história de parto humanizado já era totalmente desconhecida pra eles, foi algo que tive que trabalhar ao longo da gestação e inclusive no dia do parto; te conto daqui a pouco, a gente já chega lá!

Resumindo, eu já tinha o apoio da minha família e também do maridão super parceiro com quem eu compartilhava tudo e era meu maior incentivador e tinha também o apoio da minha GO.

Frente ao esse cenário atual que bem conhecemos, a realidade é que precisamos de muito mais do que imaginamos pra parir, mas a ótima notícia é que os movimentos de humanização não param de crescer pelo país e pelo mundo e já contamos com leis que respaldam os direitos da parturiente durante o parto e com profissionais de fato humanizados, que garantem os direitos, desejos e o protagonismo da mulher ao parir, como por exemplo as Doulas.

Eu logo já me inseri no grupo de gestantes da minha cidade que era realizado por uma Enfermeira Obstétrica que trabalhava e lutava pela humanização, então eu frequentava todas as rodas e palestras sobre o tema e em grupos virtuais na internet também.

Ter uma doula ou um acompanhante?

doula e acompanhante no trabalho de parto
Por Aline Baldassim

Eu tinha medo de tudo, como toda gestante; de algo de errado acontecer com o bebê ou comigo, de colocar a vida dele em risco, tinha medo da dor não ser suportável, das contrações, das lacerações, temia como tudo era desconhecido pra mim.

Costumo dizer que o medo é o desconhecido e o conhecimento é libertador! Quando eu aprendi sobre a fisiologia do meu corpo, sobre todos os benefícios de um parto normal, vi e li relatos sensacionais e conheci o trabalho e o papel de extrema importância de uma doula, eu entendi que minhas chances de ter um parto bem sucedido eram bem maiores, fazendo as escolhas certas!

Eu estava empoderada, me sentia capaz e queria vivenciar tudo isso, mas ainda existia uma lacuna. Meus medos e inseguranças agora eram outros… medo de não conseguir ter o sonhado parto normal, de sofrer intervenções desnecessárias, medo da episiotomia e da violência obstétrica, tinha muitas inseguranças com relação a equipe médica, se respeitariam meus desejos, se teriam paciência, se eu mesma seria capaz de compreender o que estava acontecendo comigo quando entrasse em trabalho de parto, se eu seria capaz de me manter sob controle e não desistir do meu parto normal.

Tinha muito medo do bebê demorar de mais pra nascer e me levarem pra cesárea, tinha medo dos riscos da cirurgia da cesárea para mim e minha bebê, enfim tudo que eu queria era me sentir segura, de minhas escolhas, de minhas decisões, segura pra deixar a natureza divina agir e saber que estava no caminho certo.

Vi que tinha a real necessidade de alguém pra interceder por mim e falar por mim quando eu não pudesse, alguém que entendesse o momento que eu estava vivenciando e me desse força e o suporte físico de emocional que eu precisava.

Então eu conheci uma profissional incrível Francine Rodrigues, a Enfermeira Obstétrica que citei ali em cima, que realizava um trabalho lindo com gestantes e à escolhi para acompanhar meu parto. Na época, na minha cidade não havia nenhuma doula e ter alguém que me orientasse, era a segurança que eu e meu marido precisávamos, era a lacuna que faltava ser preenchida.

E com a orientação da Fran, desde a 20ª semana de gestação eu fui desmistificando cada medo, sanando cada dúvida, me empoderando e preparando fisicamente e emocionalmente cada dia mais para o dia P.

Portanto a resposta para a pergunta inicial sobre ter uma doula ou um acompanhante é: Tenha os dois! Um não substitui o lugar do outro, pois têm papéis distintos.

O papel da Doula é fundamental também para que este acompanhante dê o apoio efetivo e adequado, participando de forma positiva durante o trabalho de parto com a parturiente. No meu caso meu acompanhante foi meu marido, que já participava ativamente comigo das rodas e palestras, assistiu ao meu lado o Renascimento do Parto 1 e esteve comigo o tempo todo participando, me encorajando, me acalentando.

O Renascimento do meu parto

parto-nascimento-Melissa
por Aline Baldassim

Eu passei a gestação toda muito tranquila e sem aquela angústia da ansiedade, eu deixava tudo rolar ao seu tempo e aguardava e aproveitava cada fase pacientemente. Eu tinha pra mim que minha bebê chegaria lá pra Janeiro com 40 semanas mais ou menos, conforme a DPP (a gente insiste em confiar nela, haha) e até me preparava psicologicamente para passar das 40 semanas e não entrar em pânico.

No dia 22 de dezembro, eu completei 38 semanas e 5 dias e estava indo pra uma cardiotocografia na maternidade, meu marido foi trabalhar e fui sozinha de carona com meu sogro com planos de voltar pra casa caminhando pra comprar materiais pra Fran minha doula, fazer uma barriga de gesso pra mim e também tinha planos de sair dali e tomar um delicioso açaí com minha irmã, pois estava louca de vontade; já tava tudo esquematizado, “sqn”.

Bom, fiz a “cardiotoco” e estava doida pra ir embora e torcendo pra que a Dra estivesse em parto e não quisesse me ver, pois saberia que lá vinha mais um exame de toque desagradável. Fiquei torcendo pra estar tudo normal e eu vazar comer meu açaí, mas ela quis me ver pois eu estava com contrações ritmadas e intensas.

Pedi pra ela não fazer o toque, mas segundo ela devido às contrações no “cardiotoco” ela teria que examinar, e foi então que ela com espanto me questionou: Dani, você não está sentindo dor? E eu disse que não, que estava sem dor alguma e estava tudo bem, por quê? Ela respondeu: – Por que você está com 5 cm de dilatação!

Dito isso ela se preparou para ver o líquido amniótico e antes mesmo dela me tocar novamente, eu senti um líquido quente se derramando sobre minhas pernas e perguntei o que isso? E ela riu dizendo: – Nem precisei olhar, olha aqui sua bolsa rompendo!

Na hora eu não conseguia processar tudo isso, pois eu estava sem dores, não estava sentindo as contrações e só pensava no meu açaí, não me sentia pronta e preparada para dar a luz já, naquele dia. Eu queria estar em casa, caminhando, tomando um banho e ir pro hospital quando estivesse quase nascendo, esse era o plano, era o que eu imaginava e visualizava. Não havia caído a ficha que havia chegado a hora da minha bebê nascer!

Devido eu estar coma bolsa rota, a Dra não me deixou ir pra casa, pediu que eu ligasse pra minha doula e fizesse minha internação. Fiz isso meio que desanimada, pq eu queria ir pra casa partejar como tinha combinado com a Fran, pois a internação precoce era um dos meus principais medos.

A Fran chegou em instantes e já me tranquilizou e até conversou com a Dra pra que me liberasse pra casa, mas a resposta foi negativa. Tive que ligar pra minha irmã pra que ela fosse buscar minha mala e da bebê que estavam em casa e foi aí que mesmo eu pedindo pra não dizer nada, ela avisou a família inteira, era uma coisa que eu também não queria… E em pouco tempo meu celular bombou e até visitas eu recebi estando ainda no pre parto! Meu marido chegou logo em seguida e percebi que daria tempo de eu pedir pra ele ir em casa pegar tudo depois e eu que fui precipitada.

Me irritei um pouco com isso, pois eu nem estava em trabalho de parto ativo e não tinha sinais de que a bebê nasceria tão cedo e por mais calma que eu estivesse isso me atrapalhou um pouco, pois a ansiedade começou a apertar.

Começamos a caminhar e começaram a surgir umas coliquinhas chatas que perdiam feio pras minhas cólicas menstruais e eu pensava: É só isso?! Não é nada daquelas dores horrorosas das cenas de novelas que a gente sai urrando? Sabe de nada inocente… rs… eu não sabia mas estava no início do início, ainda eram por volta das 11:30hs da manhã.

Ao longo do dia a dilatação progredia, mas as contrações eram fracas, algumas médias e irregulares. Eu imaginava algo totalmente diferente, eu achava que seria uma maratona de triatlo, onde eu iria pra bola, chuveiro, massagem, caminhada, dança, agachamento e tudo mais…

Não, eu não me matei numa sequência de exercícios, como numa academia e até estranhei a paciência eterna da Fran em apenas me observar e aguardar o momento e de forma suave sugerir e estimular com algumas atividades.

Ela me orientou a almoçar, dormir, descansar e tomar um bom e demorado banho de chuveiro e assim eu fiz… e eu até cochilei! E graças à Deus ela estava lá pra me orientar, pois eu sozinha jamais conseguiria descansar e poupar forças e energia pra o que viria a seguir.

Bem, eu acreditava que eu havia me preparado pra tudo sobre o PN, mas aprendi que nunca se está totalmente preparada. Eu havia me preparado pras dores, pra suportá-las, pra ser forte, pra tanta coisa; mas não tinha me preparado pro nada, pois a partir de um determinado momento, não acontecia mais nada, quanto mais eu estimulava, mais as contrações fracas e pouco doloridas sumiam.

Houve uma perda de progressão no meu trabalho de parto e a visita da minha GO por volta das 14 horas me deixou frustrada, pois ela fez novamente o toque eu estava com 8 cm mas não estava em TP ativo, então ela disse que voltaria às 18hs e esse bebê tinha que nascer!

Soou como um ultimato e a adrenalina me fez travar tudo ainda mais… Minha EO Fran, percebendo minha tensão, começou uma sessão de relaxamento comigo, me sugeriu ir pro chuveiro, ouvir minha plalyist e me reconectar com minha bebê.

Fiquei num ambiente com pouca luz, quentinho, com um cheirinho de lavanda apaixonante e com as minhas músicas preferidas fiquei lá dançando e cantando com meu barrigão. Quando eu abri os olhos, eu vi escrito no espelho embaçado pelo vapor a frase: Vem Melissa! Ali chorei, apesar de já estar nua, me despi completamente e profundamente, chamei pela Melissa, falei com ela, a chamei, e pedi Vem filha!

Falei em pensamento com minha mãe, com minha avó e me conectei com minha ancestralidade, falei com Deus e pedi à Nossa Senhora Aparecida que me enviasse as dores necessárias pra me levar ao encontro da minha filha. As dores que já foram tão temidas e que inconscientemente e automaticamente eram indesejadas e rejeitadas, agora eram mais que desejadas, eu ansiava por elas, eu as queria mais que tudo, pois precisava delas, as dores me levariam ao encontro tão esperado com o amor da minha vida.

Saí daquele banho renovada, energizada e tranquilizada, busquei deixar tudo que estava me bloqueando e me angustiando ser levado pela água ralo abaixo e poucos minutos depois voltei a sentir algumas contrações.

Já era por volta das 18hs e a GO havia solicitado que ministrassem algumas gotinhas de ocitocina sintética como forma de indução. Não era o que eu queria também, meu desejo inicial era sem ocitocina e sem analgesia, era o que estava no meu plano de parto.

Então novamente eu me senti frustrada e angustiada e com muito medo do que essa indução poderia causar em mim e na bebê e sentia muito medo de morrer na praia, pois essa hora eu já estava com dilatação total e sem dores, sem puxos, eu ainda poderia ir pra uma cesárea.

Mas a Fran me tranquilizou, me explicou que a indução seria bem indicada e a dose ministrada seria baixa… sem ela me explicando isso, certamente eu surtaria gritando Não! Mas ela me fez entender a situação e eu aceitei… e como uma indução mais psicológica que física, antes mesmo das primeiras gotinhas fizessem o caminho do soro para a minha veia, eu senti o primeiro puxo, seguido de uma contração daquelas pra valer! Muito forte e dolorida e bem duradoura, com pouco intervalo entre elas, passei a sentir uma contração atrás da outra e uma vontade incontrolável de fazer força.

A ocitocina foi logo retirada e minhas pernas travaram com a força involuntária, minha GO chegou nessa hora e eu a olhei com cara de poucos amigos, não entendi porque ela estava alegre em me ver daquele jeito, mas hoje sei que estava na fase de transição. E fui levada ao centro cirúrgico de cadeiras de rodas, pois mal podia andar e não era permitido ter o bebê ali na sala de pré-parto onde eu estava.

Chegando lá, eu não queria me deitar, mas minhas pernas tremiam; então escolhi a santa banqueta da Fran e foi ali que encontrei conforto, recostada em meu marido com a Fran e minha GO sustentando minhas pernas uma de cada lado. Eu recebia massagens, eu controlava minha respiração, eu trabalhava meu corpo deixando as contrações fluírem e fazendo toda força do mundo, quando sentia vontade.

Eu me sentia capaz de arrancar uma arvore do chão, com a força que eu fazia. Eu fazia muito esforço e me cansava muito e teve um momento que achei que não seria capaz, achei que teria que desistir e me senti fraca demais pra prosseguir, eu sentia muita dor e câimbras nas pernas e as mãos de anjo da Fran me massageando me salvavam ali; mas a última coisa que eu queria era desistir, então pensei bem no que poderia falar pra pedir ajuda, pedir socorro pra ela nascer logo de uma vez!

Foi então que olhei pra Fran e perguntei se havia algo de errado? Se a bebê estava entalada? Mas eu estava morrendo de medo de haver alguma distócia, mas não tive coragem de mencionar isso.

E então a Fran segurou minhas mãos e me disse: – “Não, ela está bem aqui, a cabecinha já está aqui e eu errei, ela é cabeluda! Ela está vindo, você consegue, só mais um pouco.” Me perguntou se eu queria tocar na cabecinha dela e vê-la pelo espelhinho, mas eu não quis, preferi fechar meus olhos e sentir ela nascendo sem tocar em nada, tive medo de sentir algo estranho e isso atrapalhasse minha concentração.

Ouvir isso me fez retomar um gás pra mais uns 10 expulsivos, mas o clima foi quebrado quando ouvi minha GO oferecer uma episiotomia pra ela nascer mais rápido; me lembro de abrir os olhos e acordar da partolândia e perguntar: – Se vc fizer terei que levar pontos? Ela disse que sim e eu disse: – Se lacerar terei que levar pontos? Ela disse que sim. Então eu respondi: – Se tiver que levar pontos que seja de forma natural, não quero episio!

Doula -suporte emocional-físico
por Aline Baldassim

E então eu olhei pra Fran, vi ela sorrir com os olhos e ela disse cadê aquela música que você escolheu pra ela nascer? E eu pedi meu celular, busquei minha música preferida da playlist “A Hora da Estrela” e botei pra tocar e com aquele Não, dito à episio, eu extraí de mim toda força que me restava e dei fim aquele expulsivo de aproximadamente 40 minutos, senti sua cabecinha passando pelo círculo de fogo e com outra super força empurrei seu corpinho todo pra fora, pra eu poder enfim pegá-la em meus braços.

E assim eu a recebi, aquele corpinho quente, molhado, encoberto de vernix e sangue e exalando um cheirinho indescritível dos céus! Eu consegui, eu venci, nós conseguimos filha! Nós conseguimos Papai! Nós conseguimos Fran! Nós todos conseguimos!!! Ao som da nossa música, às 20:10hs, após 11 horas de trabalho de parto.

Eu congelei ali naquele espaço de tempo, só admirando seus olhinhos fitos nos meus, com ela sob meu corpo, ali o papai cortou o cordão umbilical e minha placenta nasceu. Tive uma laceração leve, grau 1 e levei 3 pontinhos.

E assim que fomos pro quarto, com a ajuda da Fran, a Mel já mamou sem qualquer dificuldade, ela abocanhou e mamou com um instinto natural da perfeição de Deus na natureza humana. E ali com ela em meu seio eu tive minha recompensa por ter lutado por tudo a cada instante desde o início, com a sensação da vitória e com a gratidão eterna por ter tido uma profissional tão humana e que ama o que faz, ao meu lado pra me dar suporte, força, acolhimento e por acreditar em mim o tempo todo e também me fazer acreditar que eu conseguiria.

Com a presença dela ali eu pude me entregar e ela não me deu nada que eu já não tivesse, mas sim; ela me fez resgatar o protagonismo que já era meu.

“Existem mulheres fortes e existem mulheres que ainda não descobriram sua força. ”

Foi ela quem me mostrou essa frase pela 1ª vez, mais que isso; foi ela quem me proporcionou torná-la real.

E Você? O que está esperando para encontrar sua Doula e correr atrás do seu parto? Pode não ser exatamente como sonhado ou esperado, mas pode ser ainda melhor! Pode ser respeitoso, pode ser incrível e cheio de amor e você não tem que estar sozinha nisso.

 Referências Bibliográficas:

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6 respostas para “Parto normal: Deus me livre, mas quem me dera!”

  1. Dani, lendo seu relato me lembrei do meu parto.
    Graças a você que me apresentou esse mundo de parto humanizado, ele foi possível.
    Ouvi de parentes que era louca por querer parto normal, querer sentir dor, mas sabia que era o melhor para a Alice. E que quando a hora chegasse nós iamos conseguir fazer acontecer.
    É lá fomos nós rs. Foi lindo, natural, sem intervenções e muito respeitoso.
    Muito obrigada por tudo!
    Maravilhoso esse trabalho que está desempenhando orientando gestantes!
    Muito sucesso sempre!

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