Dieta? Quarentena? Resguardo?
Quantos nomes diferentes! Você sabe o significado de cada um? Deixa eu te contar um segredo, é tudo a mesma coisa rs
Mas o nome correto para esse período é Puerpério.
Puerpério e agora?
O puerpério ocorre logo após a saída da placenta, podendo durar até 42º dia após o parto (em média); é dividido em três períodos: Puerpério imediato (se estende de 2- 4 horas pós-parto), Puerpério mediato (até o 2-3 dias pós parto) e Puerpério tardio (até cerca das 6 semanas pós-parto).
No puerpério ocorrem modificações internas e externas, configurando-se como um período carregado de transformações psíquicas e hormonais, onde a mulher continua a precisar de cuidado e proteção.
Acho que você já leu ou ouviu falar por aí #puerpério_na_real ou #maternidade_na_real, que acaba soando como se fosse um alerta de mulheres querendo avisar as outras que só vivendo na pele para saber de tal evento. É sim um alerta, muitas não sabem que passaram por isso ou até sabem, mas não imaginam o quão INTENSO será, só vivendo para saber.
Um dos fatos mais falados nesse período é a amamentação, porque na maioria das vezes não é tão fácil como falado: “é só colocar o bebê no peito e pronto”. Ah se tudo se resumisse a essa frase, muitos não sabem, mas é nessa hora que a mulher se depara com dificuldades de origens diversas. Por mais que já foi falado no pré-natal, redes sociais, cartazes etc..
As dificuldades mais comum na amamentação:
Pega incorreta do mamilo
A pega incorreta da região mamilo-areolar faz que a criança não consiga retirar leite suficiente, acarretando a agitação e o choro. A pega errada, só no mamilo, provoca dor e fissuras, o que faz a mãe ficar tensa, ansiosa e perder a autoconfiança, pois começa a acreditar que o seu leite seja insuficiente e/ou fraco.
Fissuras (rachaduras)
Habitualmente, as fissuras ocorrem quando a amamentação é praticada com o bebê posicionado errado ou quando a pega está incorreta. Os hábitos de manter as mamas secas, não usar sabonetes, cremes ou pomadas também ajudam na prevenção. Recomenda-se tratar as fissuras com o leite materno do fim das mamadas, com o banho de sol e a correção da posição e da pega.
Mamas ingurgitadas
Acontecem, habitualmente, na maioria das mulheres, do terceiro ao quinto dia após o parto. As mamas ingurgitadas são dolorosas, edemaciadas (com pele brilhante) e, às vezes, avermelhadas. Nestas situações, a mulher também pode apresentar febre. Para evitar ingurgitamento, a pega e a posição para a amamentação devem estar adequadas e, quando houver produção de leite superior à demanda, as mamas devem ser ordenhadas manualmente. Sempre que a mama estiver ingurgitada, a expressão manual do leite deve ser realizada para facilitar a pega e evitar fissuras. O ingurgitamento mamário é transitório e desaparece entre 24 e 48 horas.
Mastite
É um processo inflamatório ou infeccioso que pode ocorrer na mama lactante habitualmente a partir da segunda semana após o parto. Geralmente, é unilateral e pode ser consequente a um ingurgitamento indevidamente tratado. Tal situação exige avaliação médica para o estabelecimento do tratamento medicamentoso apropriado. A amamentação na mama afetada deve ser mantida sempre que possível. De igual forma, quando necessário, a pega e a posição devem ser corrigidas.
Qualquer dificuldade dessas citadas a cima, procure o auxilio de um profissional. Não sofra sozinha, você não será a primeira e nem a ultima passar por isso.
Uma dica do mesmo jeito que você estudou sobre gestação e trabalho de parto, LEIA e ESTUDE sobre puerpério e amamentação. Não que isso te poupará de algo, mas creio que te deixará mais segura na sua vivência.
Estudos relatam que o puerpério passou a ser incluído como período que merece atenção especial dos serviços de saúde e que a atenção puerperal de qualidade e humanizada é essencial para a saúde materna e neonatal.
Então quero dizer que o cuidado continua com você também mulher!!!
Referências Bibliográficas
- Estado Puerperal (https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/viewFile/359/pdf)
- Fatores relacionados à saúde da mulher no puerpério e repercussões na saúde da criança (www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452015000100181)
- Assistência ao Puerpério (www.me.ufrj.br/images/pdfs/protocolos/obstetricia/assistencia_ao_puerperio.pdf)
- Caderno de Atenção Básica 32 – Atenção ao pré-natal de baixo risco (bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_32_prenatal.pdf)