Olá! Eu sou a Aline Teixeira. Sou tantas em uma só! Multifacetada, versátil, camaleoa. Cada pedacinho mostra um pouco, apesar de não contar tudo sobre mim. Sou maior que a soma de minhas partes.
Nesse post você vai encontrar
Família e origens
Quando nasci, apesar de ter sido recebida em ambiente preparado para ser um pouco mais acolhedor e ter ficado um tempo no colo de minha mãe, passei por todas as intervenções de rotina do hospital. Minha mãe ficou sozinha todo o tempo da internação e também teve várias intervenções de rotina. Sorte a nossa passar pela experiência do parto normal naquela época.
Minha mãe veio de família numerosa, moravam na roça e todos os filhos nasceram em casa com auxílio de parteira; minha avó morreu em decorrência de complicação no parto. Já meu pai é filho único, da capital e foi adotado logo que nasceu, ainda no hospital. Sou a primeira de seus três filhos. Essas e tantas outras histórias da família me encantam.
Mineira, de um Belo Horizonte. De família simples, batalhadora e muito amorosa. Guardo deliciosas lembranças da minha infância, ao ar livre, com brincadeiras, bastante convivência familiar, passeios pela cidade e no interior em casa de parentes. Gosto e preservo esses laços afetivos. Costumo ser mais reservada, sou alegre, atenciosa e adoro uma boa conversa. Trabalho desde muito nova, sempre fui mais responsável e aprecio minha independência.
Casada com Fabrício, um cara porreta, super companheiro e carinhoso. Estamos juntos há mais de 20 anos, enfrentando – às vezes não tão de boa assim – a aventura que é esta vida. Aventura que ganhou níveis ainda mais elevados com a chegada do nosso João.
Formação e escolhas
Venho de formação na área de humanas e saúde, a Psicologia. Especialista em Psicoterapia Humanista/Existencial: Abordagem Centrada na Pessoa, uma linha cujo pressuposto principal é sua visão dinâmica e fundamentalmente positiva e otimista sobre o ser humano. Desde que me formei, em 2005, atuo na área clínica e social.
Após anos trabalhando na Assistência Social de dois municípios, atuando diretamente com vítimas de violações de direitos e suas famílias, em situação de muita precarização do trabalho, desmotivada com o serviço público e adoecida com todo esse contexto, descobri uma nova paixão. A fotografia. E que nem era tão nova assim.
Fabrício é fotógrafo, super criativo e lúdico. Vivo imersa nesse mundo desde que nos conhecemos, compartilhando experiências, cursos, projetos e sonhos. Comecei brincando, mas ficou sério. A fotografia trouxe leveza, equilíbrio e um prazer imenso para mim. Foi o que me salvou no momento dessa crise. Em 2011, já fotógrafa, iniciei parceria em trabalhos com ele.
O movimento da humanização
Mas a reviravolta veio mesmo em 2013. Após abandonar o serviço público, buscando um direcionamento profissional mais condizente com meus ideais e projetos, já pensando também em ser mãe e melhorar minha qualidade de vida. Coincidente com a estreia de “O Renascimento do Parto”, marco da minha entrada no mundo da humanização do parto e nascimento.
“Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar a forma de nascer”, diz Michel Odent. Ele e tantos outros especialistas e pessoas contam sobre a grave realidade obstétrica brasileira neste documentário. Ao mesmo tempo em que fiquei horrorizada e indignada com nosso cenário de altos índices de cesárea, prematuridade e violência obstétrica, também fiquei esperançosa e emocionada ao descobrir uma outra possibilidade, mais amorosa, cuidadosa e principalmente mais respeitosa de vivenciar todo esse ciclo. Muita coisa começou a fazer sentido pra mim, inclusive sobre o parto orgásmico.
Não queria passar pela experiência fria e cruel que muitos hospitais nos oferecem, nem que as mulheres e famílias à minha volta continuassem passando por isso. Então fui em busca de mais informação, cursos, grupos de apoio, pessoas ligadas ao movimento. Virei ativista contra a violência obstétrica e pela humanização do parto e nascimento, reascendi meu feminismo, fiz curso de doula e voltei meu olhar da psicologia para o ciclo gravídico-puerperal; que envolve não só a mulher, mas o casal e toda a família.
Parir, uma experiência extraordinária!
Depois de tantas descobertas, foi minha vez de viver essa experiência. Minha gravidez foi desejada, planejada, tranquila e prazerosa. Claro, tive alguns desconfortos durante a gestação. Lembro de me sentir mal com o calor, alguns poucos enjoos e desmaios, um pouquinho de azia, certo desconforto para dormir e inchaço. Já frequentava o Ishtar, escolhi minha doula, busquei atendimento com equipe e hospital alinhados ao que eu acreditava e elaborei meu plano de parto.
O parto, assim como a vida, é uma caixinha de surpresas. Por mais que a gente se prepare e planeje, não temos o controle de tudo. Estar consciente de minhas escolhas, confiar na doula e equipe que escolhi, me entregar ao processo e estar aberta a possíveis mudanças nos planos fizeram toda a diferença.
Escolhi parir em casa com equipe do SUS, mesmo tendo plano de saúde, porque sabia que teria maiores e melhores chances de ter uma boa assistência. Nesse ambiente aconchegante, cercado de paz, amor, respeito, confiança, trazer meu filho direto para os meus braços e assim permanecer por um bom tempo, sentindo seu calor, seu cheiro, seu abraço, escutando seu chorinho e amamentando. Meu marido nos acompanhando, pegaria nosso filho no colo e ali ele também se demoraria, curtindo o momento juntos pela primeira vez. Dele não nos separaríamos tão cedo. Não passaríamos por nenhuma intervenção desnecessária. E assim foi!
João nasceu na madrugada de uma sexta-feira 13 de 2015, às 37 semanas. Foi um trabalho de parto rápido, tranquilo e prazeroso. Um parto quase orgásmico! E também quase desassistido. Com intercorrência na dequitação da placenta, sendo necessária minha transferência para o Hospital Sofia Feldman. Mais intenso e surpreendente do que imaginava, mas igualmente amoroso e respeitoso como desejava.
Colcha de retalhos
Minhas experiências são únicas e definidoras de quem sou. Escolhas alinhadas com minhas crenças e valores. Uma coleção de vivências surpreendentes que vão sendo costuradas com muito amor à minha história. Minha grande colcha de retalhos, misturinha boa.
Vivenciar o processo de gestar, parir e maternar transformou ainda mais a minha vida. E reafirmou meu desejo de atuar nesse universo, com foco na humanização do parto e nascimento.
Não abandonei a psicologia, mas agora minha principal atuação é como doula e fotógrafa de parto. Ainda me dedico ao ativismo, brinco de artesã e enveredo no empreendedorismo. Adoro estudar, pesquisar, planejar e por em prática meus projetos. Tudo isso não teria sentido sozinha. Família, amigos, trabalho, amor, luta, arte são meus grandes pilares.
Quer saber mais sobre mim? Siga minhas redes sociais!
* Quer conhecer mais sobre mim e fazer parte de um grupo VIP de discussão? Inscreva-se aqui!
Referências:
Sobre a doula e sua atuação:
- Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
- Humanização do parto e do nascimento / Ministério da Saúde. Universidade Estadual do Ceará. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 465 p. : il. – (Cadernos HumanizaSUS ; v. 4)
- Estudando sobre doulas
- Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura
- Evidências qualitativas sobre o acompanhamento por doulas no trabalho de parto e no parto
- Apoio contínuo para mulheres durante o parto
Sobre a realidade obstétrica brasileira:
- Gravidez, filhos e violência institucional no parto / Pesquisa da Fundação Perseu Abramo, 2010
- Nascer no Brasil / Cadernos de Saúde Pública, 2014
- Nascer no Brasil: Ministério da Saúde e Fiocruz divulgam resultados de pesquisa sobre atenção ao parto e nascimento no país
- Pesquisa Nascer no Brasil revela novos dados sobre prematuridade
- Pela primeira vez número de cesarianas não cresce no país
Sobre parto domiciliar:
- Parto Domiciliar: direito reprodutivo e evidências
- Parto domiciliar planejado: assistido por Enfermeiro Obstetra
- Comissão de Saúde da Mulher do Cofen debate humanização do nascimento; Hospital Sofia Feldman é referência
- Sofia Feldman comemora um ano de parto domiciliar
Uma resposta para “A experiência como definição”
Os comentários estão desativados.