Você já parou pra pensar que o seu estado emocional pode fazer toda a diferença no seu trabalho de parto (vou usar muito as palavras “trabalho de parto” então vamos abreviar para TP, ok?) e no parto em si?
Como doula, a minha maior prioridade é sempre ajudar a gestante a identificar os seus maiores medos e preocupações para podermos trabalhar neles e, se possível, os eliminar ou ao menos reduzí-los antes de seu TP.
Esta pode ser uma tarefa simples ou muito complexa, pois as vezes, a origem dessas angústias pode vir de muito tempo atrás ou mesmo de um problema recente, porém muito delicado. No segundo caso é muito importante que a gestante procure uma ajuda de um profissional especializado para um tratamento específico, como a psicoterapia, por exemplo.
O neo-córtex
O neo-córtex é a parte do nosso cérebro que nos diferencia dos demais animais, ele nos permite pensar, racionalizar. Os demais animais, quando entram em TP, procuram um lugar seguro, aquecido, escuro e confortável para que possam dar à luz às suas crias. Eles (na verdade, elas!) não estão se perguntando quanto tempo falta pra acabar aquilo, não estão preocupadas com o filhote mais velho que teve que ficar aos cuidados de um terceiro enquanto elas estão parindo, não estão pensando que não são capazes de dar conta do parto etc.
Todas essas e outras inúmeras preocupações, que apenas nós fêmeas humanas temos, são grandes inibidoras do parto fisiológico. Idealmente, a mulher precisaria se desligar totalmente de todos os fatores externos para que seu TP ocorresse da maneira mais eficiente. Com isso feito, ela diminuiria as atividades do neo-córtex e deixaria seu corpo e seu bebê fazerem o trabalho.
Porém isto é muito difícil. Se sentimos frio, ativamos o neo-córtex, se sentimos medo, ativamos o neo-córtex, se sentimos raiva, ativamos o neo-córtex, e por aí vai…
Como isso vai afetar o seu trabalho de parto
O TP nada mais é do que uma sinfonia de hormônios, cada estágio é regido por um coquetel diferente de hormônios. A ocitocina é o hormônio que faz com as contrações aconteçam. E a adrenalina é o hormônio que seu corpo produz quando você se sente ameaçada. Esses dois hormônios não gostam um do outro, quando um aumenta o outro diminui.
Ou seja, se você começar a racionalizar demais e desenvolver medos, seu corpo irá produzir adrenalina e isso fará com que a produção de ocitocina diminua. Resultado: as contrações diminuem e seu TP irá ser mais longo.
Outro efeito da alta produção de adrenalina é a diminuição de endorfina, que é o hormônio que inibe a dor. E se tem menos endorfina sendo produzida, a sensação de dor é maior.
O que fazer então para controlar meu estado emocional?
Lembrando que, para todos os itens, quanto mais prática, melhor. A intenção é que você pratique tanto que seu corpo e mente entrem no automático e você não tenha mais que pensar para praticar.
Acredite na sua capacidade de parir, ampare-se de uma equipe que te respeita e te apoia e de um(a) acompanhante de parto que vá lutar pelas suas escolhas. Assim você estará muito mais tranquila quando chegar a hora do seu trabalho de parto.
Lembre-se, o parto é seu, o corpo é seu, as escolhas são suas e quem vai ter que lidar com as consequências no puerpério é você. Portanto, não se deixe levar pelo que os outros acham que é melhor pra você, ninguém te conhece melhor do que você mesma.
Desejo uma linda hora pra você!
Doula Carla Rodrigues
Essas foram as minhas referências
http://www.psicologacarla.com/p/psicoterapia-para-gestante.html?m=0
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