Quem nunca ouviu uma doula falando “tem cheiro de lavanda!!!” para se remeter ao aroma predominantemente sentido durante um partejar?! Posso apostar que a lavanda faz parte de alguma memória olfativa sua, e se não fizer, posso garantir que ela ainda fará!
Nesse post você vai encontrar
São substâncias repletas de moléculas voláteis altamente complexas e concentradas – cada óleo essencial apresenta de 100 a 300 componentes químicos! Essa composição química atua em prol da sobrevivência das plantas, ou seja, são essenciais para o processo vital das plantas aromáticas. Cuidam de si antes de cuidarem de nós!
Essa composição química oriunda da Mãe Natureza tem inúmeras propriedades curativas e que nos beneficiam, e é disso que a Aromaterapia se serve – aplicação consciente de óleos essenciais visando a saúde e o bem-estar do indivíduo em todas as esferas – corpo, mente e espírito.
Aqui me refiro a essa entidade, a Lavandula angustifolia, uma espécie de lavanda que produz um óleo essencial cheio de propriedades terapêuticas. Seu nome científico – Lavandula – deriva do latim lavare, que significa lavar, e isso não é a toa: há relatos do uso da lavanda em banhos públicos e higienização de ferimentos. Desde a antiguidade cuidando e propiciando bem-estar!
Seja por meio de massagem na lombar (ou outra região pertinente) ou inalação, a lavanda é amplamente utilizada devido às suas propriedades terapêuticas. Durante o trabalho de parto, ela pode ser utilizada para:
A atuação da Lavanda na redução da ansiedade, medo e dor foi relatada em um estudo com mais de 8.000 parturientes conduzido por Burns e colaboradores (veja esse estudo nas referências)!
Sim! Ela não deve ser usada se a parturiente estiver em uso de medicação anti-hipertensiva, pois a Lavanda é um óleo essencial com propriedades hipotensivas (tem a capacidade de diminuir a pressão arterial). Deve ser evitada por parturientes que receberam anestesia peridural, por causa de seus efeitos similares à bupivacaína.
Além disso, deve ser levado em consideração:
Esse último item se refere ao fato de que os óleos essenciais, quando inalados, são reconhecidos por receptores e enviam rapidamente mensagens ao sistema límbico – o centro das emoções no nosso cérebro. Tudo o que uma parturiente não precisa é acessar memórias de dor, raiva, tristeza durante o trabalho de parto, não é mesmo?
Ouvi esse termo uma vez e ele fez total sentido para mim. Muitos óleos essenciais podem ser usados durante o trabalho de parto, mas a Lavanda é soberana em sua gentileza.
Alivia a dor física e emocional da parturiente, dissolve o estresse instalado no ambiente, promove o relaxamento do corpo e da mente propiciando a entrega necessária para o “parir”. Equilibra o humor e varre a tensão diante do desconhecido. A Lavanda pega na mão e lava a alma da mulher que se dispõe a adentrar e se entregar ao ritual de passagem do parto.
Referências
HOARE, Joanna. The Complete Aromatherapy Tutor. Great Britain: Octopus Publishing Group, 2010.
TIRAN, Denise. Aromatherapy in Midwifery Practice. UK: Singing Dragon, 2016.
PRICE, Shirley. Aromaterapia e as Emoções. 6ª ed – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2017.
Aromatherapy in childbirth: An effective approach to care. https://www.researchgate.net/publication/272450347_Aromatherapy_in_childbirth_An_effective_approach_to_care
Lavender aromatherapy massages in reducing labor pain and duration of labor: A randomized controlled trial. https://academicjournals.org/article/article1380805238_Abbaspoor%20and%20Mohammadkhani.pdf
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