O uso da água, quer seja por meio de banho de imersão (banheira) ou banho de chuveiro, é um método não farmacológico para alívio da dor do parto. Entenda o porquê e use e abuse da água quentinha para aliviar a dor decorrente das contrações.
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Nosso corpo é formado essencialmente por água. Durante a gestação o bebê se desenvolve em um meio repleto de água. Na infância e vida adulta, utilizamos a água como um meio de aliviar tensões e propiciar o relaxamento. Tem coisa melhor do que um banho quentinho após um dia estressante?
O uso da água para aliviar a dor pode ser usado tanto na fase latente quanto na fase ativa. Se usado quando a gestante estiver em pródromos – primeiras contrações uterinas – a água morna pode diminuir o desconforto, se houver, e diminuir as contrações. Um banho de chuveiro prolongado é excelente para diferenciar os pródromos e o trabalho de parto. Fica a dica!
Chuveiro, banheira, em pé, sentada, de cócoras, usando a bola suíça, na penumbra, com música de fundo ou silêncio, com cromoterapia, aromaterapia – as possibilidades são muitas!
A água aquecida (em torno de 37 a 38 ºC) atua na dilatação dos vasos sanguíneos (vasodilatação), reorganiza o fluxo sanguíneo e, assim, propicia o relaxamento muscular.
Com esse método não farmacológico, o alívio da dor é devido à redução na produção de hormônios de estresse (esses hormônios são chamados de catecolaminas), como por exemplo, a adrenalina, e ao aumento de hormônios naturais com ação relaxante e analgésica (chamados de endorfinas). O aumento das endorfinas diminui a ansiedade e aumenta a satisfação da parturiente.
Com esse relaxamento, geralmente o trabalho de parto progride com mais rapidez, a percepção da dor muda e fica menos desafiador lidar com a intensidade das contrações.
É um método acessível para alívio da dor do parto. Recomenda-se que a parturiente fique, no mínimo, por 20 minutos (o ideal é em torno de 1 hora), com o jato de água na região lombar ou abdominal – onde a dor for mais incômoda.
Durante esse banho, a parturiente pode agachar, rebolar, sentar numa cadeira ou banqueta, ficar de pé, ou seja, encontrar posições que sejam agradáveis para ela e que ajudem na atuação da força da gravidade.
Mais uma vez, água aquecida e liberdade de posições. Recomenda-se o banho de imersão durante a fase ativa do trabalho de parto – a partir dos 6 cm de dilatação, para que não haja influência na intensidade das contrações e aumento da duração da fase ativa.
Independentemente do banho de chuveiro ou de imersão, é importante criar um ambiente propício ao relaxamento: ambiente com pouca luz; silêncio ou uma música de fundo de sua preferência; se houver conhecimento utilizar cromoterapia e aromaterapia.
E claro, junto com o auxílio da água, respirações conscientes e entrega, ajudarão a parturiente a caminhar pelas fases do trabalho de parto.
“Debaixo d’água por encanto sem sorriso e sem pranto
sem lamento e sem saber o quanto
esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar”
Debaixo d’água – Maria Bethânia
Referências
Balaskas, Janet. Parto ativo: guia prático para o parto natural (a história e a filosofia de uma revolução). 3. ed. rev. atual e aumentada – São Paulo: Ground, 2015.
Recursos não-farmacológicos no trabalho de
parto: protocolo assistencial. http://files.bvs.br/upload/S/0100-7254/2011/v39n1/a2404.pdf
Efeito do banho de chuveiro no alívio da dor em parturientes na fase ativa do trabalho de parto. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-00132013000200007
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