No post anterior falamos sobre o cenário obstétrico do Brasil e a dificuldade da mulher em obter informação baseada em evidências científicas sobre o parto normal e parto natural, que significa parto vaginal mas sem intervenções. O parto humanizado (que é o parto que respeita o protagonismo da mulher, seu poder de escolha e é baseado em evidências), não deveria ser direito de escolha apenas de quem tem recursos para pagar.
Acredito que o direito a informação é de todas, mas, a escolha é individual e fora do meu julgamento. A cesárea salva vidas e tem grande importância na medicina, me sinto mais segura sabendo que posso usa-la caso necessário, mas aqui vamos falar apenas dos benefícios do parto normal.
Atualmente, muito se houve falar em intervenções desnecessárias, que não têm evidências de uso, se você esta se perguntando o que é e qual a importância. Então, vem comigo que te explico.
O que é evidências científicas? Em geral, é o conjunto de elementos utilizados para apoiar uma hipótese, algo que foi ou é estudado e testado, indica uma probabilidade, a existência de algo.
Vamos falar então dos pontos positivos do parto natural baseado em estudos e evidências?
Nesse post você vai encontrar
O risco de morte para a gestante em um parto natural é menor que na cesárea. A definição do parto é: conjunto de fenômenos mecânicos e fisiológicos que levam à expulsão do feto e seus anexos do corpo da mãe, enquanto a cesárea é uma cirurgia, e como qualquer procedimento desse porte pode gerar hemorragia, infecções e danos a órgãos internos. É importante informar a gestante dos possíveis riscos e complicações, principalmente quando não estamos falando de uma emergência.
Segundo o estudo “Morte materna no século 21”, publicado em 2008 no periódico American Journal of Obstetrics and Ginecology, que analisou 1,46 milhão de partos e encontrou um risco de óbito dez vezes maior para a gestante em cesarianas. Enquanto a taxa de morte em partos normais foi de 0,2 para 100 mil, no caso das cesáreas chegou a 2,2 por 100 mil. Deve-se levar em conta que, em parte dessas cesáreas, a situação já era emergencial e mais arriscada.
Por ser um processo natural do corpo e não uma cirurgia, o risco de infecção também muda conforme a escolha entre parto normal e cesárea, estudos mostram maior risco de infecção puerperal e complicações da ferida cirúrgica entre as mulheres que realizaram a cesárea comparadas as que tiveram um parto vaginal.
Cada mulher da à luz de um jeito e todos os relatos quanto aos aspectos físicos e emocionais durante o trabalho de parto são diferentes, pode ser até parecido mas não igual, mas a recuperação de um pós-parto do parto natural é muito semelhante, no geral, uma ou duas horas é suficiente para a recém-parida conseguir levantar e caminhar.
Uma revisão publicada na *scielo, que buscou a percepção da mulher em relação ao parto normal e cesárea comprovou que, dentre os aspectos físicos positivos no parto normal, encontraram menores níveis de dor no pós-parto, uma recuperação mais rápida e o retorno breve, de suas atividades diárias. Já os aspectos físicos negativos da cesárea destacam-se os riscos da cirurgia, as dores no pós-parto, dificuldades com a recuperação e o retorno de suas atividades sexuais.
Ainda baseada na mesma revisão citada no tópico recuperação. O estudo revela a produção de um conhecimento científico que evidencia a vivência do protagonismo pela mulher, entre os aspectos positivos encontrados a respeito do parto normal. Este protagonismo esteve associado à aspectos emocionais e socioculturais descritos como uma experiência única e relevante, para além da experiência física, que leva ao crescimento pessoal, para a construção de uma nova identidade, o status de ser mãe. Estes fatores associados a emoção do primeiro encontro com o filho, repercutem numa maior satisfação com a cena do parto normal.
Essa é uma vivência pessoal, após o nascimento do Heitor percebi que cresci em todos os aspectos. O parto me trouxe o conhecimento do poder do meu corpo, uma maneira completamente diferente de ver a vida além de consciência corporal.
“Os bebês que passavam pelo canal do nascimento albergavam bactérias que combinavam com a microbiota vaginal de suas mães. Considerando que os bebês administrados por C-seção tinham micróbios tipicamente encontrados na pele. Os cientistas dizem que os resultados poderiam ajudar a explicar por que os bebês que chegam por C-seção são mais suscetíveis a certas infecções. Os micróbios vaginais podem ser mais rápidos do que os erros cutâneos ao enganar todos os melhores bens imobiliários corporais, uma terra que pode impedir que infecções nocivas levem um pé na porta”.
A idade gestacional não pode ser calculada com exatidão, a única prova existente que um bebê está pronto para o nascimento é o trabalho de parto, sendo assim, a cesárea agendada não garante que o bebê está maduro e preparado, mesmo acontecendo com 39 e 40 semanas. Para criança, além do risco da prematuridade, tem o chance da imaturidade pulmonar.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, as cesáreas agendadas também aumentam em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e se trata da principal causa do encaminhamento de bebês para UTIs neo-natais. Uma matéria publicada pela BBC diz que:
“Além de ser a causa de mais da metade das mortes de crianças no país, a prematuridade pode trazer uma série de riscos para o bebê, especialmente doenças respiratórias e dificuldade de mamar. Eles também deixam de se beneficiar do contato com hormônios que são liberados apenas em certos estágios do trabalho de parto.
“No Brasil, 11,7% dos bebês nasceram prematuros em 2010 (pesquisa da Unicef feita em conjunto com o governo federal) O índice, que coloca o Brasil na décima posição entre os países com maior prematuridade, é mais alto nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste – justamente as que têm mais cesarianas, o que pode indicar uma relação entre os dois fatores”.
Muitas doenças são associadas a obesidade, isso não é novidade, a descoberta é que existe relação da via de parto com a obesidade. sabia dessa? Vamos lá entender o motivo.
Um estudo feito na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP comprova que o parto cesariano é um fator de risco para a obesidade em adultos jovens, se comparado com os nascidos de parto normal. Segundo a pesquisadora Denise Nascimento Mesquita, uma das explicações para essa conclusão é que as mudanças na microbiota intestinal induzidas pela cesariana é que aumentam esse risco.
Espero que esse post tenha despertado curiosidade o suficiente para você seguir pesquisando, entendendo que apenas a informação é capaz de desmistificar o parto natural e mudar opiniões baseadas em achismos e julgamentos. Todos os estudos e evidências científicas encontra-se no final dessa página e esta com o número do tópico.
Até mais,
Alê Menezes
*Scielo: Scientific Electronic Library Online. A Scientific Electronic Library Online – é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros.
Você pode ler mais em estudos científicos sobre. Essas foram minhas referências.
http://www.brasil.gov.br/saude/2015/01/parto-normal-fortalece-a-saude-do-bebe
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