Todo bebê ao nascer passará pelo teste de Apgar. Os que nasceram no hospital, casa de parto ou em casa. Os que chegaram ao mundo por um parto normal ou por uma cesárea. Todo bebê será avaliado no teste de apgar.
O melhor de tudo é que esse não é mais um procedimento invasivo. Na verdade, o Teste de Apgar ( também chamado de índice, escore ou escala de Apgar) é uma forma simples, objetiva e não-invasiva de analisar o bem estar do bebê. Em literalmente 5 minutos você – e o pediatra neonatal- saberão como o bebê lidou com a chegada ao mundo exterior.
E sabe o que é mais bacana? Esse teste pode ser feito enquanto o bebê está no colo da mãe ou do pai!
Como o Teste de Apgar é feito?
Como eu disse antes, o Teste de Apgar é uma avaliação do bem estar do bebê ao nascer. Ela é feita pela observação de cinco aspectos: a cor de pele, a frequência cardíaca (batimentos por minuto), os reflexos (mais ligados a questão de expressividade do bebê, careta, olhos abertos e atentos, choro…), a respiração e o tônus muscular (se ele estica e contrai as pernas, está agitado, ou se é um movimento mais discreto, por exemplo). Cada um dos pontos analisados recebe uma nota que vai de zero a dois, somando um total de 10 pontos.
Essa análise de vitalidade é feita em dois momentos: no primeiro e no quinto minuto de vida após o nascimento. Ao final do teste, você tem o Apgar do bebê.
De forma mais objetiva, as notas funcionam da seguinte forma:
A primeira nota expressa como foi a passagem do bebê para fora do útero. Isso envolve o nascimento como um todo, inclusive a assistência dada a ele.
Já a nota do quinto minuto, representa a adaptação do bebê ao meio externo. Por isso, uma nota muito baixa no quinto minuto pode requerer cuidados mais extensivos ao bebê e uma terceira observação no teste de Apgar no 10 minuto de vida.
Nesse post você vai encontrar
Você já deve ter percebido que em alguns muitos relatos de partos, após o nascimento o recém-nascido é afastado da família para passar 2 horas em observação no berçário. E se eu te contar que isso não tem fundamento?
Pois é. No Brasil, há mais de 30 anos existem leis que estimulam que mãe e filho permaneçam juntos desde o nascimento até a alta hospitalar. Isso mesmo: há mais de trinta anos. As leis caminham cada vez mais para um atendimento humanizado e baseado em evidências científicas.
Em 2016, por exemplo, o Ministério da Saúde publicou as diretrizes para organizar a atenção integral e humanizada à mulher e ao recém-nascido no Alojamento Conjunto.
O alojamento conjunto é quando mãe e filho permanecem na mesma acomodação durante a estadia na maternidade.
Essa orientação, que tem caráter legal e obrigatório, aponta as vantagens de manter mulher e bebê juntos desde o nascimento até a alta hospitalar. Dá uma olhada:
Percebeu o destaque? A portaria do Ministério da Saúde traz um ponto importantíssimo: no seio familiar o bebê recebe atenção individual e exclusiva, e se necessário os familiares chamarão a equipe de saúde.
Bebês saudáveis (e até os com alguma questãozinha) que não apresentam complicações sérias de saúde são estimulados a permanecerem com suas famílias.
Lembra aquele bebê com Apgar entre 5 e 7 e que talvez precise de uma mãozinha na adaptação da vida fora do útero?
“O contato pele-a-pele entre a mãe e o bebê imediatamente após o parto é uma prática que ajuda na adaptação do recém-nascido à vida fora do útero, facilita o aleitamento materno e traz benefícios como o controle da temperatura corporal da criança e o vínculo entre mãe-filho”. (MINISTÉRIO DA SAÚDE)
Não que o teste tenha sido inspirado num cuidado mais humanizado ao nascimento, mas ele é muito favorável a isso. Após avaliado no Teste de Apgar, o bebê só precisa ser pesado e medido – coisas que podem esperar tranquilamente por pelo menos uma hora para serem averiguadas.
E nesse tempo, o bebê tem acesso a estimadíssima Hora de Ouro! E ela traz enormes benefícios para a mulher e o recém-nascido a curto, médio e longo prazo. Entre essas vantagens estão o contato pele a pele (que estimula a produção hormonal necessária para recuperação do parto, descida do leite, favorece o controle térmico e respiratório), fortalecimento do vínculo afetivo entre bebê e família e o estabelecimento da amamentação.
Quando se fala em humanização, muitas pessoas imaginam um parto na água, num ambiente à baixa luz, uma doula, música tocando e a aromaterapia no ar.
Acontece que a humanização é um movimento baseado na evidência científica, atendimento de qualidade e respeito a autonomia da pessoa/paciente.
Quando existe uma avaliação não-invasiva eficiente que diz que o bebê está bem; quando temos estudos científicos que apontam o colo de mãe/pai (contato pele-a-pele) como melhor regulador para vida extra-uterina para o bebê; quando temos leis que incentivam e apoiam a presença contínua do recém-nascido junto a mãe desde o nascimento até a alta hospitalar, nós podemos reivindicar um atendimento humanizado para toda uma família, questionando condutas ineficazes e prejudiciais a vida de quem acabou de nascer.
Você é de Recife ou região e está em busca de uma doula? Fala comigo no whatsapp clicando aqui!
Referência Bibliográfica:
A proposal for a new method of evaluation of the newborn infant. Virgínia Apgar (Leia aqui)
Atenção à Saúde do Recém-Nascido. Volume 4. Ministério da Saúde. (Leia aqui)
Golden hour ou hora de ouro, a primeira hora de vida do bebê. Júlia Agnes (Leia aqui)
Método Canguru. Ministério da Saúde. (Leia aqui)
Normas Básicas do Alojamento Conjunto. (Leia aqui)
Portaria nº 2.068, de 2016. Ministério da Saúde. (Leia aqui)
Saúde da Criança. Parto e Nascimento. Ministério da Saúde. (Leia aqui)
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apgar de freq cardiaca está errado
Oi Luiz, eu busquei aqui outra referência para a frequência cardíaca no teste de apgar e não encontrei. Você pode me dizer onde tem essa atualização e qual o dado correto?
Os dados estão trocados, o escore 1 é usado para 100. Na tabela, no entanto, esses itens se encontram trocados.
Escore 1: menor que 100
Escore 2: maior que 100