Muito se fala em parto, suas fases, o que a mulher sente, o que esperar, etc. Mas e o bebê? Como é nascer pra alguém tão imaturo, onde tudo estava tão maravilhosamente bem, quentinho, sempre seguro no ventre de sua mãe?
Qual a melhor forma de o recebermos do lado de cá?
E o que esperar dele ao nascer, nascem roxos mesmo? Eles precisam chorar assim que nascem?
Nesse post você vai encontrar
Estas imagens de recém-nascidos, sendo segurados pelos pés ou então expostos dessa forma como troféu, isolados de suas mães, já estão, ou deveriam estar totalmente banidas do universo!
Será uma maneira bacana de acolher alguém que acaba de nascer? NEVER!!!
Vamos pensar um pouco, fecha teus olhos, e te imagina, numa cama bem confortável, onde você se sente tão segura, tão acolhida…
Ali você se espreguiça a vontade, não precisa levantar pra nada, comida, água…tudo entregue em mãos!
Então, um dia, você começa a receber massagens mais fortes, mas são gostosas, e é sinal que foi dada a ordem de despejo, você terá que sair da cama!
De repente, alguém, bem maior que você, lhe puxa pra fora dessas cobertas quentinhas, e pá: te ergue pelos seus pés, e lhe bate no bumbum, ou te leva para qualquer lugar, sem conforto e acalento algum… longe da unica pessoa que você sentiu até então!
E aí? Não é legal, né?
Vamos então reescrever o final da história?
Após as frequentes massagens, você sai debaixo das cobertas quentinhas, alguém lhe ampara com cuidado e segundos depois está sentindo o calor do corpo da sua mãe, aquela que você ouviu o tempo todo, sente suas mãos por cima de você, ouve sua voz…Ah que conforto!
Respira pela primeira vez sozinho, apesar de dolorido, foi mais fácil estando no colo dela!
Deu para perceber a diferença?
Toda mudança na vida gera certo desconforto, sendo ela boa ou ruim. Uma das maiores transições da vida é o parto, é o nascer e experimentar uma vida completamente diferente da que tinha até então. E quais as sensações e percepções que o recém-nascido tem ao sair do útero?
Vamos citar alguns:
– temperatura: dentro do útero a temperatura varia entre 35° a 37°, portanto quando nasce percebe essa diferença, por isso a importância de manter o local do nascimento o mais quentinho possível.
– respiração pulmonar: pela primeira vez os pulmões do bebê irão se expandir e receber ar! Isso costuma ser dolorido e incômodo.
– sensação de desmanche e queda: no útero o bebê esteve contido pelas paredes desse órgão o tempo todo, portanto quando nasce e percebe um imenso vazio ao seu redor e tem a sensação de que vai cair ou que seu corpo está se desmanchando, imaginem se ainda assim, for pego pelos pés e separado de sua mãe.
Então, agora pensemos em como deve ser a recepção ao bebê assim que ele nasce, para tentarmos amenizar essa transição do meio líquido e protegido para o meio externo!
Se estiver tudo bem com mãe e bebê, assim que o parto acontece, ele deve ir diretamente para o colo da mãe, independentemente da via de nascimento, e ali, no contato pele a pele receber os primeiros cuidados, tudo ali, no calor da sua mãe.
É simples e os benefícios já estão descritos nas evidencias cientificas atuais!
Algo que causa medo nas mães é a aparência do recém-nascido após o parto.
O que podemos esperar nesse momento?
Os bebês sentem muito as contrações uterinas, uma massagem, empurrões, indicando que é chegada a hora de sair, nesse momento a placenta, ainda continua a suprir o bebê, portanto não há com que se preocupar.
Dentro do útero o nível de oxigenação é mais baixo do que no meio externo, portanto todos os bebês nascem roxos. E tudo certo!
E só depois de nascerem é que vão assumir uma coloração mais rosada ou avermelhada!
Para lembrar: o cordão enrolado não sufoca o bebê – impressão que se tem sobre a coloração arroxeada ao nascer.
E sobre o choro, todos choram? Tem problema se não chorar?
Como citado acima, a expansão dos pulmões do bebê, é dolorida e desconfortante, e o choro é em resposta a isso e vai auxiliar a expandir os mesmos.
A partir daí há uma alteração na circulação sanguínea, que irá se igualar a de um adulto.
Mas nem todos eles irão chorar de imediato, algumas vezes eles ainda estão adormecidos e nem perceberam que nasceram, e pode-se estimular o bebê, com massagens nas costas, nas pernas, para que respire sozinho pela primeira vez!
Mas calma!
Ele ainda continua a receber oxigênio pela placenta!
E pode-se aguardar alguns instantes antes de se intervir, tudo isso no colo da mãe, com o cordão ainda ligado ao bebê.
É importante conversar sobre isso com o pediatra que vai estar com você no parto, ou buscar informações sobre as condutas com o recém-nascido na maternidade de sua escolha.
Seu bebê nasceu, está no seu colo, pele a pele, sentindo seu pulsar e seu calor, é isso que precisam!
Logo após o parto, de um bebê de baixo risco, se prioriza esse contato com a mãe, e se preconiza a redução dos procedimentos rotineiros, esse período que compreende de 40 minutos a 1 hora – a hora dourada – trata-se de um período de alerta, que serve de reconhecimento do binômio mãe –bebê, incentivo a amamentação, um vínculo saudável entre outros diversos benefícios.
Então, agora é o momento de curtir seu bebê e cheirar muito esse pescocinho!
Até o próximo texto!
Aqui, algumas referências que utilizei!
Maternidade e Erotismo na Modernidade: Assepsia do impensável na cena de parto – http://institutogerar.com.br/wp-content/uploads/2017/02/maternidade-e-erotismo-na-contemporaneidade.pdf
Os cuidados imediatos prestados ao recém-nascido e a promoção do vínculo mãe-bebê – http://www.journals.usp.br/reeusp/article/view/41672
O trauma no nascimento – https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/o-trauma-do-nascimento-3617.html
Contato precoce pele a pele entre mãe e filho: significado para mães e contribuições para a enfermagem – http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672010000600020
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