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Parto e Coronavírus

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Atualização em 07.05.2020

Você está grávida na pandemia e quer saber como estão os cuidados com o parto e coronavírus? Esse texto é pra você!

Durante a pandemia, foram criados cuidados específicos para gestação, parto e pós-parto devido ao coronavírus (COVID-19).  Como essa é uma experiência nova, as recomendações sempre estão se atualizando, mas mudam a vida de quem tem e quem não tem Coronavírus.

Nesse texto você encontrará as recomendações específicas para o parto de grávidas sem coronavírus, com suspeita e confirmadas.

Parto e Coronavírus: gestante com suspeita ou confirmação

As gestantes com suspeita de corona vírus na hora do parto devem seguir as recomendações para as que estão confirmadas para COVID-19. Essa é uma forma de prevenir a propagação do vírus entre as pessoas presentes no momento do parto, inclusive o recém-nascido.

Abaixo, veja o que muda na relação parto e coronavírus para esse grupo de gestantes:

  • Ir à maternidade apenas em trabalho de parto ativo, quanto menos tempo em hospital, melhor.
  • Coronavírus não é indicação de cesárea ou indução de parto. Só o fato de ter uma suspeita ou teste positivo não é indicação para interromper a gravidez.
  • Parto normal é a via de parto mais indicada. Assim como em gestações de alto risco, o parto normal traz mais benefícios do que prejuízos à quem tem um bebê.
  • Período expulsivo abreviado. Os últimos momentos do parto podem levar minutos ou horas. A recomendação é que o expulsivo possa ser encurtado, com o uso do fórceps, por exemplo. Atenção: não é regra, é uma consideração.
  • Se a gestante estiver instável, é preciso avaliar individualmente qual a conduta.
  • O parto normal deve acontecer em espaço isolado, mas não na UTI. O trabalho de parto só deve ocorrer em UTI quando a grávida está em um quadro de corona vírus mais instável.
  • O parto normal na água é contraindicado por precaução¹.
  • Uso contínuo de máscara pela gestante durante o trabalho de parto, afim de evitar propagação do vírus.

O Brasil é um país em destaque pelo excesso de cesarianas e intervenções desnecessárias utilizadas de rotina. Em tempos de coronavírus, o cenário não é diferente e se torna uma ameaça maior. Agora, mais do que nunca, se informar é essencial para quem busca um nascimento saudável e respeitoso. Informação é a chave.

Cuidados com o recém-nascido de mãe com COVID-19

Bebê nascido de grávida com suspeita ou confirmada para coronavírus deve ter uma assistência diferenciada após o nascimento. Essas medidas se aplicam a bebês nascidos a termo, ou seja, a partir de 37 semanas de gestação. Veja abaixo:

 

  • Clampeamento oportuno do cordão, apesar de não se ter transmissão vertical para o bebê pelo cordão umbilical.
  • Banho logo após o nascimento, antes de ir para a mãe – independente de parto normal ou cesárea¹.
  • Contato pele a pele após o banho do bebê.
  • Amamentação deve ser mantida tomando cuidados especiais: sempre que for amamentar, a mãe deve lavar as mãos antes de pegar e depois de pegar o bebê e usar máscara durante toda a amamentação. Se não se sentir segura em amamentar o bebê no peito, a mãe pode extrair o próprio leite para outra pessoa dar ao recém-nascido.
  • Alojamento conjunto deve ser mantido com cuidados especiais: no quarto o bercinho do bebê deve ficar a 2m de distância da mãe. Sempre que o bebê estiver com a mãe, a mesma deve higienizar as mãos e usar máscara.
  • Teste de COVID-19 no recém-nascidos. Em bebê sintomático para COVID-19.

¹Observação: Até o momento, os estudos mostram que o coronavírus não foi encontrado em amostras da placenta, líquido amniótico ou no próprio recém-nascido logo após o nascimento. Porém, não se sabe sobre a influência do contato do bebê com os fluídos da mãe após o nascimento – nem no parto normal, nem na cesárea. Por esse motivo, o banho imediatamente após o nascimento.

Parto e Coronavírus: gestante sem suspeita

Em Abril, as gestantes de risco habitual e puérperas entraram no grupo de risco do COVID-19. Isso significa redobrar a prevenção.

Em relação a assistência ao parto, ela segue a recomendação de evitar o uso de piscina/banheira durante o trabalho de parto. O uso de máscara é recomendado durante o trabalho de parto, como medida protetiva.

A experiência de um parto normal humanizado, sem indução ou cesárea se mantém – inclusive para gestantes de alto risco. Para mais informações sobre as recomendações para uma experiência de parto positivas, preconizadas pela OMS e baseada em evidências científicas, veja os textos disponíveis aqui na casa.

Os cuidados com o recém-nascido de mães sem suspeita de coronavírus também se mantém iguais às condutas anteriores a pandemia:

  • Clampeamento tardio de cordão.
  • Hora de ouro, ou seja, amamentação imediatamente após o parto.
  • Banho nas 24h após o nascimento ou mais.
  • Alojamento conjunto com a mãe, sem afastamento para berçário.

A assistência ao parto no Brasil está se adaptando temporariamente aos cenários regionais: as instituições não seguem uma recomendação única, mas por precaução buscam alternativas para conter a pandemia. Tudo muda muito rapidamente, por isso, entre em contato com as maternidades e pergunte qual a conduta para assistência ao parto.

Entre as mudanças, além do cuidado direto com a gestante e recém nascido, algumas instituições estão limitando o acesso de doulas, permitindo apenas o a presença de acompanhante de escolha da mulher.

 

Acompanhante de parto e Coronavírus

A escolha do acompanhante sofreu uma modificação durante a pandemia: agora é preciso respeitar requisitos além da maioridade.

O acompanhante deve ser:

  • Alguém do convívio diário da gestante, ou seja, alguém que vive na mesma residência;
  • Alguém sem suspeita ou confirmação de covid-19;
  • Alguém fora do grupo de risco para coronavírus, isto é, a pessoa deve ter menos de 60 anos e saudável (sem pressão alta, diabetes ou outras condições clínicas)
  • O acompanhante deve saber que não haverá trocas, ou seja, a pessoa irá permanecer durante toda a estadia da gestante na maternidade. Em alguns locais é permitida a troca a cada 24h.

É importante avisar se houver caso suspeito ou confirmado de covid-19 na sua casa, ou se você e/ou acompanhante teve contato com alguém nessa situação.

Vale ressaltar que existem instituições com restrição de acesso de acompanhantes e doulas, fazendo com que a mulher esteja em trabalho de parto e sozinha. Nesse tempo, é mais importante ainda investir na educação perinatal (ou seja, preparação antes do parto). Informe-se, se aproprie das boas práticas e das não indicadas. Entenda: tem coisa que é feita de rotina e que não se justifica nem mesmo durante uma pandemia de coronavírus. Encontre a sua doula e invista na preparação pré-parto.

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Leia também: Coronavírus na gravidez, parto e amamentação.

Referências bibliográficas:

Conteúdo da reunião virtual promovida pela ANS para tratar de gravidez, parto e coronavírus, no dia 26 de Março de 2020. Conteúdo não disponível ainda (clique aqui)

Perguntas e respostas sobre COVID gravidez parto e amamentação, da Organização Mundial de Saúde (acessado em 27.03.2020). (clique aqui)

Clinical management of severe acute respiratory infection (SARI) when COVID-19 disease is suspected, da Organização Mundial de Saúde (13.03.2020). (clique aqui)

Recomendações para o trabalho de parto, parto e puerpério durante a pandemia da covid-19, do Ministério da Saúde. (acessado em 07.05.2020) (clique aqui)

Atenção à saúde do recém-nascido no contexto da infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), do Ministério da Saúde. (acessado em 07.05.2020) (clique aqui)

Revisão COVID-19 das diretrizes nacionais de prática clínica para questões-chave relacionadas ao atendimento de mulheres grávidas e seus bebês, do Cochrane, (acessado em 07.05.2020) (clique aqui)

 

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Doula Malu Moraes (Recife - PE)

Sempre fui encantada pelo parto normal e amamentação. Quando tive meu primeiro filho eu queria viver isso plenamente, mas tive um parto roubado sem esforço e daí começou a inquietação que trago comigo até hoje. Estudei, conheci, vi as possibilidades do nascer humanizado. Meu caçula chegou de uma forma diferente: um vbac domiciliar planejado. Com a chegada dele transformei a inquietação em energia para ser suporte para outras pessoas que desejam e acreditam, como eu, num gestar e parir com respeito, amor e acolhimento.

Em 2017, comecei minha jornada profissional e hoje sou doula, educadora perinatal, apoiadora em aleitamento. Meu objetivo é levar informação de qualidade numa linguagem simples e clara para as pessaos que desejam experiências positivas na chegada de seus filhos. Você pode conferir no instagram Malu Doula um pouco mais desse trabalho.

Também integro a Rede Koru, coletivo de doulas que trabalha com rodas de conversa abertas ao público e também com doulagem coletiva, uma modalidade especial do acompanhamento.

Gostasse? Clica aqui que te falo como trabalho presencial e virtualmente.

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  • Oi, Malu, parabéns pelo blog; esse artigo, nesse momento, com certeza vai ajudar muitas mamães no cuidado de si e dos bebês. Abçs

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