Hoje vamos falar sobre o parto de cócoras e seus benefícios. Este parto acontece na posição agachada, curvada até o chão, sentada ou apoiada nos calcanhares. Você pode se colocar nesta posição diretamente no chão, dentro da banheira, em cima da cama ou usando a banqueta de parto.
No entanto, essa conversa deveria começar com uma pergunta: É possível saber como será o seu parto e a posição escolhida antes mesmo dele ocorrer? A resposta deveria ser não! O ideal e natural seria cada mulher escolher durante o parto a posição que para ela, naquele momento, fosse a mais fisiológica e favorável para o nascimento.
Essa posição não é pré-determinada conscientemente, mas sim escolhida nos instantes que antecedem o nascimento do bebê. Ou seja, quase no fim do trabalho de parto, na fase do expulsivo.
Uma mulher que está conectada com ela mesma, seu bebê e seu parto escolhe, quase que em um estado de inconsciência, qual a melhor posição para si própria. Seguindo totalmente os instintos do seu corpo!
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Havia uma época na qual a mulher não tinha direito de escolha. Chegava ao hospital e imediatamente era colocada deitada e na hora do parto suas pernas eram postas nas perneiras. E isso era imposto! Mesmo se quisessem, não podiam se mover e precisavam permanecer nessa posição nada confortável, anti-fisiológica e nada favorável para o nascimento. Ou a mulher se adaptava a parir nas condições padronizadas ou ia para a cesárea.
Esta posição só favorece quem assiste ao parto. Só favorece profissionais que tem uma prática de intervenção e manipulação genital. Manipulação essa que causa dor e que pressupõe que os toques vaginais frequentes e sucessivos é que provocam a dilatação do colo do útero. Mas não, o que provoca a dilatação são um conjunto de fatores, como: contrações uterinas, relaxamento materno, fatores fisiológicos e psicológicos…
Esta posição reduz em 40% o espaço para a passagem do bebê e diminui a circulação para mãe e feto, mas, mesmo assim ainda é comum na maioria dos hospitais. E é praticado especialmente em mulheres que não se informam e aceitam tudo o que é “sugerido” e/ou “imposto” pelas instituições.
Hoje em dia ouvimos falar de vários “tipos de parto”: parto normal, parto vaginal, parto natural, cesárea, parto a fórceps, parto na água, parto Leboyer, parto sem dor, parto humanizado, parto de cócoras e assim por diante.
Estas classificações são relativamente recentes e só aconteceu depois que a maioria dos partos passaram a ocorrer dentro do ambiente hospitalar, há aproximadamente 70 anos.
É importante conhecer as definições e variações, mas é mais importante ouvir o seu próprio corpo.
Dentre tantas opções, cócoras é uma boa posição por ser absolutamente fisiológica e favorável pela força da gravidade. Nesta posição a parturiente fica no mesmo nível da equipe que a está assistindo e participa ativamente do nascimento do seu bebê.
Na década de 80, Janet Balaskas liderou o movimento pelo “parto ativo”. Ela trabalhava com gestantes, preparando-as para uma postura mais ativa em seus partos. Incentivava a liberdade de movimento das mulheres e elas podiam seguir seus instintos e a lógica fisiológica do corpo durante o parto. E a grande maioria preferia adotar a posição vertical ou de cócoras durante a fase expulsiva, por ser cômodo, rápido e mais saudável para o bebê.
Inúmeros estudos nos últimos 70 anos mostram as vantagens da posição vertical ou de cócoras durante a fase expulsiva do parto. São elas:
Para ter um parto natural de cócoras não é preciso ser atleta, nem fazer grandes preparações. A mulher somente agacha ou senta na banqueta de parto, escutando o próprio corpo. Nesta posição o(a) parceiro(a) também pode participar do parto mais ativamente, oferecendo apoio com seu corpo atrás da mulher.
Sei que estamos acostumados a ver na TV a mulher parindo deitada e mudar de posição pode surpreender alguns, mas é bem mais comum do que se pensa. Ficar deitada não é a posição mais natural para um parto. Com a barriga para cima, o útero fica em cima das veias, o que pode fazer com que menos sangue chegue para o bebê, além de provocar alterações do batimento cardíaco dele.
Os obstetras com práticas atualizadas e conduta humanizada têm tentado estimular as mulheres a saírem da cama na hora de dar a á luz. Assim a mulher pode usar a gravidade a seu favor na hora das contrações. E, no momento do puxo, que é quando o útero contrai, a gestante fica mais à vontade para fazer a força e aproveitar o movimento.
De cócoras, a mulher tem mais autonomia, participa mais ativamente do parto e, assim que o bebê nasce, pode vir para os seus braços imediatamente. O parceiro também pode participar mais e de quebra ainda diminui as chances de procedimentos invasivos e exagerados.
E aí, fez sentido para você?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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