Você deve estar se perguntando: “que pergunta estranha… eu hein!” “Claro que se nasce em hospitais, ficou doida?” Com tanta tecnologia, ainda tem dúvida onde vou ganhar o meu bebê?
Vamos conversar sobre o local do parto?
Você sabia que o melhor local e mais seguro para parir é a sua própria casa? E nascer em casa é um dos protocolos internacionais garantidos para as gestantes de risco habitual?
Pode acreditar!
Em alguns países desenvolvidos, já é uma prática legitimada como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e alguns países da Europa. Além de apoiarem essa prática, acompanham e oferecem toda assistência necessária para o parto domiciliar.
A gestante faz o seu pré-natal normalmente e se tudo correr bem, e for uma gravidez de risco habitual, ela é incentivada a realizar seu parto em sua própria residência, com o devido suporte de uma equipe preparada e qualificada. Isso é essencial!
Antes de prosseguirmos já adianto um ponto importante:
Nesse post você vai encontrar
“E se acontecer algo errado?” “E se eu não conseguir?” “Esse povo é maluco?”
Com certeza isso é o que mais escutamos quando falamos sobre nascer em casa ou parto domiciliar! Mas venho aqui discutir isso mesmo, essas idéias que pairam no pensamento popular sobre nascer em casa são totalmente equivocadas e, por favor, não reproduzem mais essas falsas convicções!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) é um dos órgãos que estimula o nascimento em casa, desde que, planejado! Com o objetivo de diminuir as taxas de violência obstétrica, aumentar a satisfação para o binômio mãe-bebê, e diminuir o risco de intervenções desnecessárias, como o uso indiscriminado da ocitocina, o rompimento da bolsa aminiotica, a episiostomia, dentre outros vários procedimentos desnecessários. Inclusive uma cesárea sem uma real indicação.
Importante esclarecer que o parto domiciliar não é para todas as mulheres. Ele exige um protocolo que deve ser seguido com muita cautela e cuidado com o objetivo de reduzir as chances de intercorrências.
Acontece que as maiorias das pessoas desconhecem sobre o processo do parto domiciliar e se apavoram imaginando grandes riscos a vida da mãe e o bebê. Contudo, o que não sabem, é que tudo é seguramente organizado e preparado.
Estudos em países como citados acima, a gestante é acompanhada por uma equipe capacitada, e a segurança do parto domiciliar inclui um plano de transferência elaborado.
Somente mulheres de risco habitual, isto é, sem histórico de complicações em sua vida, gestação fluindo de maneira saudável, sem qualquer variação além das fisiológicas é que podem escolher por parirem em casa.
Bebês prematuros ou pós termos, não podem nascer em casa, devido ao fato de precisarem de atendimento emergencial após o nascimento. Para nascer em casa o parto deve ocorrer entre 37 e 42 semanas de gestação.
Alterações que afetam diretamente a gestação, são:
Esses fatores são acompanhados durante todo pré natal e, se forem constatados o parto em casa será contra indicado.
Para receber o seu bebê com todo o amor do mundo é preciso que esteja acompanhada por uma equipe da sua confiança, que respeite seus desejos, que tenha empatia e que possa assegurar que você e o seu bebê sejam devidamente cuidados de forma adequada, respeitosa e embasada cientificamente.
Um obstetra e um pediatra não são necessários no parto domiciliar. Mas como disse, a equipe precisa estar habilitada a cuidar das intercorrências neonatais, principalmente se precisar realizar uma reanimação. Excepcionalmente acontece, mas um atendimento rápido e necessário é crucial se for necessário.
Se a sua gestação foi tranquila e saudável, sem nenhuma variação, como descritas acima, você sendo monitorada durante todo o seu trabalho de parto, seu bebê dificilmente irá precisar de algo a mais além do seu colo, seu cheiro e seu calor.
Irá nascer no aconchego da sua casa, rodeado de pessoas que já o amam! A presença de irmãos nesse momento é incrível, eles participam e se emocionam junto com a família! Respeitando, claro, o limite de cada criança.
O seu bebê ficará em seu aconchego, no contato pele a pele durante toda a primeira hora de vida, a hora dourada, para depois ser cuidado, com todo respeito e amor possível!
Todos os procedimentos que são realizados no hospital, também são realizados em casa, como pesar, medir, aplicação da vitamina K, o cordão pode ser cortado sem pressa. Pode se fazer uma boa vitamina com um pedaço mínimo da placenta, para quem acredita que isso fortalece a mãe e ajuda na descida do leite!
Tudo isso com o seu bebê coladinho em você!
Não vou dizer que nada pode acontecer, intercorrências podem ocorrer sim. Mas a maioria delas podem ser solucionadas na própria residência.
A equipe precisa estar ligada a quaisquer sinais de alterações durante a evolução do trabalho de parto e caso alguma anormalidade seja detectada eles conseguem solucionar antes mesmo de virar uma complicação maior.
Algumas das complicações que podem acontecer são:
Todas essas questões costumam ser resolvidas em casa mesmo, apenas se as tentativas falharem ou o problema persistir, ocorre a remoção para o hospital, que deve estar a 20-30 min da residência (isso está previsto no plano do parto domiciliar).
Então não há motivo para pânico, a sua equipe saberá como proceder se algo realmente sair fora do planejado.
Mantenha o foco em você e em seu bebê!
Aqui no Brasil ainda não temos essa opção pelo SUS. Mas já existe um inicio de um movimento para ofertar essa oportunidade às mulheres. Ainda a passos bem lentos, mas tenho esperança que juntas chegaremos lá!
Existem equipes transdisciplinar responsáveis, sérias e comprometidas de enfermeiras obstetras e neonatais, com doulas e alguns médicos que oferecem esse tipo de assistência para as gestantes, claro que você precisará desembolsar uma quantia considerável. Mas te falo que é um excelente investimento.
Abaixo um depoimento de uma enfermeira obstetra (carinhosamente chamamos de parteira), da Espanha:
“Muitos acham que é uma decisão egoísta e irresponsável, mas é para oferecer ao bebê o melhor nascimento possível e evitar pressas e intervenções”, diz Cristina Triviño de la Cal, que é parteira, pariu em casa e participa da associação Nascer em Casa, que reúne 100 dos 150 profissionais de saúde que atendem partos domiciliares na Espanha (a maioria são parteiras, mas há também alguns médicos obstetras). PATRICIA GOSÁLVEZ Jornal El PAís – Madri em dezembro 2014.
Vamos conversar mais?
Entre em contato! @bella_doula – (31) 9.9216-8008
Referências bibliográficas:
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Eu super recomendo! !!!!!
Parabéns. Ótimo artigo.
Que lindo trabalho!! Já sou mamãe de um casal mas me apaixonei no discorrer do texto colocado com tanto amor nesse momento único é inesquecível que é o parto. Com certeza gostaria de ter tido essa oportunidade exclusiva! Parabéns pela paixão e com certeza dedicação e muito conhecimento, pois o nascer de uma criança exige muito, e numa circunstância assim seria ainda mais mágico trazer ao mundo uma alma! Super apoio esse projeto!!
Que demais!! Adorei!!! Que o Brasil consiga implantar essa opção através do SuS!! Parabéns!!Arrasou!