Normal é um adjetivo que qualifica algo como comum, regular e usual. Pode também representar a natureza sadia e natural de alguma coisa.
Seguindo este raciocínio, podemos concluir que parto normal, também chamado de parto vaginal é a via de nascimento de um bebê que respeita a natureza humana e o que é natural e fisiológico.
Uma pena que na prática não seja exatamente assim!
No Brasil, a assistência ao parto normal ainda é cheia de tabus, conceitos ultrapassados e muita interferência de procedimentos médicos desnecessários.
Não é à toa que temos duas definições parecidas para parto vaginal. São elas: parto normal e parto natural. E com isso, a confusão está feita! Como assim? Não existe apenas Cesárea e Parto Normal? A resposta é NÃO!
Muitas mulheres acham que o parto natural é o parto normal e escolhem de maneira errada, achando que não optar por cesárea é suficiente para se ter um parto mais fisiológico. No entanto, estes dois tipos de parto são um tanto diferentes!
Nesse post você vai encontrar
Os dois partos em questão, o normal e o natural, têm apenas uma semelhança: são feitos por meio vaginal, ao contrário da cesárea que é feita através de um procedimento cirúrgico.
No parto natural, tudo acontece naturalmente. É um parto em que a natureza trabalha a favor da parturiente que se entrega ao momento e dá vazão aos seus instintos mais primitivos e todo seu protagonismo.
A mulher decide tudo o que quer e o que não quer e é respeitada. Se quer parir em pé, deitada, de cócoras ou na água, está tudo bem. Pode também escolher parir em casa, num hospital ou em centro/casa de parto.
Nada é feito quimicamente e tudo flui no ritmo do bebê e dentro das escolhas da mãe. Aqui tem muita ocitocina natural!
Já o parto normal é praticado geralmente em hospitais e segue muitos protocolos. O tempo parece ser um fator muito importante neste cenário e tudo que se quer é abreviar o trabalho de parto para que o bebê nasça o quanto antes e o fluxo e demanda de gestantes aconteça.
Acontece que, com todos os artifícios utilizados para acelerar o processo, acaba por muitas vezes, vindo junto ao parto normal a violência obstétrica, que é a apropriação do corpo das mulheres por profissionais da saúde, por meio de tratamento desumanizado, abuso de “medicalização” e “patologização” dos processos naturais.
A violência obstétrica engloba algumas práticas recorrentes, como uso indiscriminado de ocitocina, privação de alimentos, rompimento artificial de bolsa, episiotomia sem indicação real, entre outros.
Muitas vezes a parturiente não pode se movimentar livremente e ainda é induzida a ficar em posição ginecológica durante o parto. Deitada as dores aumentam, o que normalmente leva a parturiente a solicitar analgesia.
Logo que o bebê nasce, corta-se imediatamente o cordão umbilical, com ele ainda pulsando, o que impede que o bebê receba sangue com oxigênio da placenta enquanto seu sistema respiratório comece a funcionar.
A parturiente anda é privada de ter o bebê em seus braços de imediato para que possam se conhecer e se reconhecer como mãe e filho. O recém-nascido é levado para avaliação e intervenções muitas vezes desnecessárias. Como se isso não pudesse ser feito junto a mãe num contato pele a pele.
Infelizmente, ainda vivemos uma cultura de assistência médica onde a obstetrícia atua como se o corpo feminino fosse desprovido de competência para parir e o parto passa à responsabilidade exclusiva do médico. Eles foram treinados na formação acadêmica para intervir. Eles, simplesmente, não sabem como estar ao lado de uma parturiente sem tomar as rédeas do evento.
Estamos passando por um processo de desconstrução na forma de acompanhar o parto e a atualização com base em evidência cientifica para os profissionais de saúde caminha lentamente.
Então, se você deseja ter um parto fisiológico e respeitoso, faça as escolhas corretas e possíveis, se informe com qualidade, assuma as rédeas do seu parto e do seu corpo. A informação é a chave para muitas conquistas!
Estar bem informada fará do seu parto uma experiência enriquecedora, que marcará o nascimento não só do seu filho, mas também o de uma nova mulher!
Acreditando que o fisiológico deva ser a norma no futuro para os nascimentos, vamos focar na natureza da mulher, devolver o seu protagonismo, tirar o olhar de procurar problema… para que em breve, não precisemos de duas definições para parto vaginal porque o normal será o natural e o respeito se estabelecerá.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O parto é da mulher! Cristina Balzano, 2019
Parto normal ou cesárea? Simone Grilo Diniz e Ana Cristina Duarte, 2004
Implementação das práticas baseadas em evidências na assistência ao parto normalhttp://www.scielo.br/pdf/rlae/v26/pt_0104-1169-rlae-26-e2988.pdf
Buscar um parto normal humanizado pode ser bem solitário. Parece que um evento natural é…
O parto normal é o processo mais natural e saudável para o nascimento de um…
O parto normal é um tema que desperta muitas dúvidas e questionamentos nas gestantes e…
Dia 28/01 sábado por volta as 18:30, comecei a ir ao banheiro fazer xixi e…
Minha dpp era 26/12, e eu já estava com consulta marcada pro dia 27 pronta…
Minhas contrações se intensificaram no dia 05/12 (sim no dia do jogo do Brasil contra…