O último estágio do trabalho de parto, o parto em si, o momento aguardado desde a concepção, o que você deve esperar desse instante? O que esperar do profissional que a está acompanhando?
Sabe-se que na grande maioria, tudo flui em perfeitas condições e o nascimento pode acontecer sem quaisquer intervenções, mas e quando precisa? O que esperar desses procedimentos? Quais são eles?
Então aqui abordarei algumas condutas que podem e devem ser discutidas com seu obstetra, parteira, obstetriz, seja quem for esse profissional, porque nessa hora, que é uma das mais vulneráveis pra parturiente, é de suma importância a confiança em quem está te acompanhando e estar ciente de tudo que pode acontecer!
Lembre-se: INFORMAÇÃO É PODER!
Nesse post você vai encontrar
Por definição esse período se inicia quando o colo já está completamente dilatado e a cabeça do bebê começa a descer pelo canal de parto. Essa fase, assim com as anteriores não tem tempo certo de duração, varia de mulher pra mulher, de parto para parto, mas em média pode durar de 30 minutos a 3 horas.
É o momento onde você, parturiente, estará mais vulnerável, e consequentemente onde o profissional que te atende deverá ser mais empático e respeitoso com vocês!
A postura da equipe que te cerca neste instante pode influenciar muito no desenrolar da história!
Vamos as possibilidades!
Hoje acompanhamos pelas redes sociais muitos obstetras que seguem de fato as novas diretrizes de acompanhamento do parto normal, e praticam essa arte de apenas assistir o nascimento do bebê, o que chamam de “Hands off”, ou seja, sem utilizar as mãos para massagear o períneo ou puxar o bebê, ou quaisquer outras intervenções, apenas sendo expectadores desse momento, claro, essa conduta é aconselhável caso esteja tudo bem com mãe e bebê!
Ao lado oposto existe a assistência intervencionista, onde algumas técnicas são postas em pratica, tais como a manobra modificada de Ritgen, para “auxiliar” o nascimento do bebê, e para evitar uma episiotomia (corte do períneo antes do bebê nascer, não existem indicações reais para esse procedimento), protegendo assim o períneo. Essa assistência “hands on” pode causar mais dor na fase expulsiva do trabalho de parto, de acordo com relatos.
Não existem estudos conclusivos sobre o método intervencionista aumentar a gravidade das lacerações, porém existe esse desconforto, e sabendo-se que, se o binômio permanece estável durante essa fase do parto, pode se optar por apenas observar e contemplar o nascer sozinho!
Sim, precisamos estar preparadas para uma possível intervenção, caso seja preciso!
Em alguns casos específicos, antes de partir para uma cesariana, pode-se partir para o uso de instrumentos que facilitam o nascimento do feto.
É importante que o profissional tenha conhecimento das estratégias e dos materiais que poderá utilizar, e mais uma vez é preciso confiar em quem está ao seu lado!
Poucas indicações para parto instrumental são absolutas, isso varia de região pra região no mundo, sendo imprescindível a sensibilidade e a intimidade do profissional que está acompanhando o parto, para com os instrumentos.
Antes de tudo, se avalia os motivos de um possível atraso na evolução do período expulsivo, que pode inclusive ser de fonte emocional (Distócia emocional), aconselha-se ter o companheiro de sua escolha e a doula ao lado, podendo isso ser o suficiente para a parturiente se sentir segura e relaxar para parir. A parada de progressão pode acontecer também por cansaço físico da parturiente ou por uso da analgesia, além da parada de progressão, pode haver desaceleramentos dos batimentos fetais, e assim é necessário intervir para acelerar o nascimento.
Se os batimentos fetais estão em perfeita sintonia, outras tentativas válidas são o uso de ocitocina, a mudança de posição da mulher, na tentativa de melhorar a posição do feto, inclusive podendo usar o método Spinning Babies (sequência de movimentos criados por Gail Tully, parteira americana, que melhoram a posição do feto, na gestação, trabalho de parto e durante o parto), reforçando aqui, a importância de uma equipe multidisciplinar.
Quando existe uma indicação real para acelerar o nascimento, pode-se optar pelo parto vaginal instrumental ao invés da cesariana, por diversos fatores. Incluindo a condição do binômio (mãe e bebê), o progresso do trabalho de parto, a dilatação do colo, a apresentação do feto, a escolha da mulher, entre outros. Se assim for, o parto vaginal instrumental pode acontecer de duas formas, por fórceps ou pelo vácuo-extrator, isso dependerá da situação, da disponibilidade do material e da experiência do profissional.
Estudos disponíveis indicam que o uso do Fórceps mostra maior incidência a resultados em lesão materna e depende mais analgesia ou anestesia do que o vácuo-extrator, portanto esse último seria uma opção menos agressiva a mãe e bebê.
E por fim, se por algum fator a melhor indicação for a via cirúrgica, assim será feita. (Em outro momento falaremos sobre as reais indicações de cesariana).
Nutrir-se de informação desde a gestação, ou preparação para gestar é o caminho pra uma fase mais tranquila! Claro, o que mais desejamos é um desfecho saudável, mas é muito importante termos conhecimento do que pode acontecer, pra evitarmos surpresas e frustrações!
Essa última fase do parto finda, seu bebê está ali, pronto para respirar aqui do lado de fora! O que esperar desse momento? Como é o nascer pra ele?
Vamos falar disso num próximo post!
Até logo!
Referências que utilizei para esse texto:
Parto Vaginal Instrumental – https://bionascimento.com/wp-content/uploads/2015/08/pcap041.pdf
A comparison of “hands off” versus “hands on” techniques for decreasing perineal lacerations during birth. – https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16504907
O segundo estádio do trabalho de parto – https://docplayer.com.br/6132459-O-segundo-estadio-do-trabalho-de-parto.html
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