É bastante comum vermos mulheres que desejavam parto normal serem levadas a uma cesariana porque, de acordo com o que foi dito para elas, não tiveram dilatação. Vamos pensar um pouquinho melhor sobre isso?
Nesse post você vai encontrar
Já sabemos que o afinamento/apagamento e a dilatação do colo do útero se dá por contrações uterinas regulares até seu máximo de 10 cm. Essas contrações têm início quando existem níveis de ocitocina o suficiente no organismo da mulher, um dos hormônios envolvidos no processo do parto.
A ocitocina costuma ser liberada na nossa corrente sanguínea quando estamos na presença de quem a gente ama, quando damos um abraço sincero, durante um orgasmo… e não por acaso, também quando estamos prestes a conhecer nossa cria, durante o processo do parto.
Durante o TP, a ocitocina é liberada em pulsos na corrente sanguínea da mulher, desencadeando as ondas de contrações uterinas, que vão fazer o colo do útero afinar e dilatar, permitindo a passagem do bebê.
O que ocorre muitas vezes é esperarem erroneamente um padrão comum a todas as mulheres, como por exemplo, que dilatem 1 cm a cada hora do trabalho de parto.
Hoje a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde já reconhecem que esse padrão não é mais válido para monitorar evolução do TP, pois cada organismo reage a seu tempo. Isso quer dizer que, enquanto a dupla mãe – bebê estiver bem, é só aguardar.
Outra recomendação da OMS para o parto é que os exames de toque não tem necessidade de terem uma frequência maior do que a cada 4 horas, justamente porque a mulher não precisa dilatar 1 cm por hora, ou 1 cm por toque.
No Brasil, a grande maioria dos obstetras tem o hábito de realizar o exame de toque ainda nas consultas, fora do trabalho de parto e sem nenhum sintoma indicado pela mulher que justificasse (sangramento, contrações…).
Não é incomum se você apresentar alguma dilatação fora do TP. Às vezes até, bastante dilatação fora do TP. O que muda com o exame de toque? Nada! Aliás, só aumenta a sua ansiedade.
Os obstetras mais atualizados nem realizam exame de toque sem necessidade, pois sabem que não faz diferença se tem alguma dilatação. Pode você chegar nas 40 semanas de gestação e nada de dilatação e entrar em trabalho de parto horas depois. Assim como também pode você estar com 7 cm de dilatação, não estar em trabalho de parto ativo e ainda demorar dias ou semanas para que o bebê esteja pronto para nascer. Sendo assim, qual a necessidade do toque?
As contrações chegaram e não perderam o ritmo? Você está em trabalho de parto! Você pode tentar relaxar, tomar um banho longo, quente e pode também tentar dormir, pois é bem importante estar descansada para o parto.
Vá observando a evolução das contrações. O mais comum é elas terem cada vez menos intervalo, enquanto ficam mais longas e intensas. Aqui pode ser interessante pedir para alguém anotar para você, ou ter em mãos uma maneira fácil de registro. Hoje em dia tem apps bem simples para esse fim.
Mas atenção! Esse registro é só para ter uma ideia da evolução do trabalho de parto. Você vai querer saber como estão as contrações quando entrar em contato com a sua equipe e sua doula.
Esse ponto é importante conversar com seu obstetra ainda durante a gestação para que não fique dúvidas no dia do parto.
O Ministério da Saúde recomenda que a mãe e bebê tenham acompanhamento da equipe na fase ativa do trabalho de parto. Ou seja, se tudo estiver dentro da normalidade, você pode optar por ficar tranquila em casa até que as contrações estejam a cada 3 minutos. A partir daí, é hora de ir pro hospital, ou de chamar sua equipe, caso tenha optado por um parto domiciliar.
Você deve ficar atenta e avisar seu médico caso sua bolsa rompa e você perceba que a cor não está clara. Coloração esverdeada indica presença de mecônio, e nesse caso o bebê deve ser monitorado durante a evolução do trabalho de parto.
Outro fator de atenção é se houver um sangramento intenso, o qual requer avaliação o quanto antes.
Cada parto é diferente, mesmo para a mesma mulher. Você pode chegar no hospital com 4, 5 cm de dilatação e seu bebê nascer em 2 horas. Assim como você pode chegar no hospital com 6, 7 cm e seu bebê nascer em 4 horas. Não existe padrão. Não existe limite, enquanto o bebê e você estiverem bem.
Atualmente já temos o conhecimento dos benefícios do parto ativo: são posições e movimentos que mantém a mulher na vertical, incentivando a descida do bebê e melhor encaixe na pelve materna.
Durante o trabalho de parto, ficar deitada dificulta esse processo, já que você não utilizaria a gravidade a seu favor, e ainda restringe a movimentação dos ossos da pelve.
Rebolar (de pé ou na bola), caminhar, agachar, dançar, receber massagens e calor na lombar, são algumas técnicas que são bastante úteis durante o trabalho de parto, as quais são orientadas e incentivadas por mim, sua doula 😉
Em alguns casos pode acontecer de a evolução do processo parar por um longo período (pelo menos 4 horas, lembra?). Mas ainda assim não é necessariamente uma indicação de cesariana. Existem maneiras de tentar engrenar de novo: Chuveiro, exercícios, rebozo, spinning babies.
Alguns casos podem exigir intervenções médicas. Porém, o mais importante é: PACIÊNCIA, empatia, acolhimento.
Via de regra é sempre a vitalidade da mãe e do bebê. Não existe limite enquanto tudo estiver se encaminhando, mesmo que “lentamente”. As coisas acontecem no tempo e na intensidade que é adequada para VOCÊ, SEU bebê e SEU parto.
Intrapartum care for a positive childbirth experience. Organização Mundial da Saúde.
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