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E quando com o bebê chega o baby blues e a depressão pós-parto?

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O bebê nasceu! Aquele cheirinho e chorinho de bebê preenche toda a casa. As pessoas parabenizam e dizem o tempo inteiro o quanto você é abençoada, o quanto filho é bom, o quanto você tem que estar feliz… mas, você não se sente assim.

Uma onda de tristeza te abraça, você não suporta o choro do bebê, você não se sente uma boa mãe, você chega a pensar que se você sumir ou morrer, será melhor para o seu bebê. Você acredita fielmente que não dará conta, e se odeia por todos esses sentimentos.

Imagem retirada do Google Imagens

Cadê toda aquela alegria e amor que dizem que a maternidade traz? Você novamente torna a pensar que o problema é com você.

Tem medo, vergonha e não consegue se abrir com ninguém. Você pensa – e com razão muitas vezes- que as pessoas irão te julgar se souberem tudo que está passando na sua cabeça. Os dias vão passando e a tristeza só aumenta.

Você não consegue se sentir vinculada com seu bebê, você está sempre muito cansada, exausta, com dores. Você quer ficar no quarto e deitada o dia inteiro, não quer contato com ninguém, não quer se aproximar do bebê, não quer amamentar, uma hora quer dormir o tempo todo e outra não consegue dormir nem por um minuto.

Não tem vontade de se arrumar, tomar banho ou comer. Tudo parece tão mais difícil para você, cuidar do bebê requer um sacrificio enorme, amamentar é doloroso e triste. Você esperava que com o tempo ficasse mais prazeroso, mas há cada dia que passa é como se os sentimentos só pioressem, inclusive a vontade de sumir e morrer.

Calma! Você não está sozinha nessa. E tem explicações para que isso aconteça. Quando o bebê nasce, traz muitas mudanças para a vida daquela mulher, que agora é mãe. No seu corpo, vai ter um turbilhão de emoções e hormônios que podem te deixar confusa, triste e desanimada.

Assim que o bebê nasce, a mulher pode passar pelo baby blues, depressão pós-parto e em alguns casos de psicose puerperal. Agora vou explicar o que é e como identificar cada fase. Vem comigo?!

O que é o baby blues:

Acontece assim que o bebê nasce, ainda nos primeiros dias. Uma sensação de tristeza inexplicavél, mesmo quando a mãe se sente contente por ter tido o bebê.

Essas alterações de humor, acontecem pelo fato que o corpo passa por alterações hormonais abruptas, mudança na rotina, no corpo, na alimentação e sono.

Segundo American Pregnancy Association, o baby blues atinge entre 70% e 80% das mães, que podem ter sintomas diferentes. Um número bem alto, para o pouco que se é falado né?!  Acontece que muitas mulheres, acabam sentindo vergonha de expor o que estão sentindo, porque sabem que não encontrarão apoio e seram duramente criticadas.

Sintomas: 

Os sintomas que as mães relatam sentir, são:

  1. Melanconia
  2. Choro constante (e sem motivo aparente)
  3. Impaciência
  4. Irritabilidade
  5. Ansiedade
  6. Insônia
  7. Tristeza
  8. Mudança brusca de humor

Esses sintomas aparecem mais entre o 3º e 5º dia e desaparecem com umas duas semanas. De uma forma geral, o baby blues causa um tristeza na mãe, mas que não a impossibilita de realizar suas atividades diárias. Por mais que seja um pouco difícil, ela consegue.

E então, acontece que ao invés dos sintomas diminuirem com o passar dos dias, eles têm aumentado e a mãe cada  vez consegue realizar menos as suas tarefas diárias e por isso, agora vamos falar sobre…

O que é Depressão pós-parto:

Bom, lembra que o baby blues começa imediato e atinge até 80% das mulheres? É quase fisiólogica essa sensação de tristeza. Porém, o baby blues tem uma duração pequena, de duas semanas no máximo.

Já a depressão pós-parto, demora um pouco mais para começar e tem os sintomais mais intensos que o baby blues. Então, se a mulher já tem um mês ou mais que teve o bebê, e a tristeza só aumenta, é bom procurar ajuda.

Na depressão pós-parto, não é só a questão hormonal que está envolvida, não existe uma causa única, existem vários fatores.

Alguns fatores:

  1. Mulher com histórico de depressão (relacionado com parto ou não)
  2. Gravidez não desejada ou não planejada
  3. Aumento de estresse durante a gestação
  4. Ter dificuldade em amamentar
  5. Bebê ter nascido com problema de saúde
  6. Ter problemas relacionados com o cônjuge ou familiares
  7. Falta de uma rede de apoio
  8. Vício em crack, álcool ou outras drogas

Enquanto no baby-blues a mulher mesmo triste, consegue seguir o curso da vida normalmente, mesmo com alguma dificuldade; na depressão pós-parto, a mulher perde o interesse completamente e já não consegue realizar as mínimas tarefas diárias, como por exemplo: Se vincular com o bebê, amamentar ou dar um simples banho.

e ela não conseguir vincular com o bebê é tão intenso, que ela acredita que seria bem melhor se ela sumisse ou morresse, isso, a mãe pode pensar com frequência em suicídio.

a mulher também não consegue fazer aquelas coisas que ela gosta, como assistir uma tv, ler um livro, ouvir uma música, se arrumar e o sono fica completamente desregulado.

A depressão pós-parto atinge no Brasil, 25% das mulheres. que ainda é um número alto para o pouco que se é falado.

Psicose puerperal:

É um caso muito mais raro, atinge mais ou menos 0,2% das mulheres. Existe uma perda de senso de realidade, delírios e alucinações. Normalmente é necessário que uma rede de apoio esteja acompanhando essa mãe, e não a deixe sozinha com o bebê, porque ela não consegue ter uma boa relação com o filho.

sendo assim, a mãe além de correr o risco de suicídio, pode também matar o bebê. por isso a necessidade de uma vigilância maior.

É difícil diagnosticar porque muitas vezes os sintomas são confundidos com o puerpério normal, com depressão pós-parto. Os primeiros sintomas são de: euforia, irritação, agitação e insônia. Logo após, vem alucinações, desorientação, delírios, despersonalização, ideias persecutórias e confusão mental. 

Observem sempre os sinais e não evitem buscar ajuda.

E agora?

Talvez você ainda não entenda o que está acontecendo ou você pode estar com medo de admitir. A gente sempre pensa que esse tipo de coisa nunca irá acontecer com a gente. Mas, tá tudo bem, viu? Você não é menos mulher ou mãe por isso.

Como mencionado no texto, esses casos podem acontecer com um número grande de mulheres. Estima-se que no periódo de tentativa de engravidar, gravidez e pós-parto, exista uma chance de 25% das mulheres passarem por um adoecimento psiquico nesse periódo.

E bom, existe tratamento para todas as situações citadas aqui. Em alguns casos, com remédio, outros com rede de apoio e até a terapia.

Quer saber mais sobre o tratamento e como ajudar uma mulher que esteja passando por uma dessas fases?

Esse assunto vai ficar para o proximo texto.

Um beijo e um queijo, até a próxima!

Se você quiser dar uma lida sobre o assunto: 

Depressão pós-parto em mulheres que sobreviveram à morbidade materna grave.

Depressão pós-parto, psicose pós-parto e tristeza materna.

Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados

Transtornos psiquiátricos no pós-parto

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Doula Thamyres Costa (Belo Horizonte-MG)

Doula, mãe e casada. Conheci a humanização quando engravidei da Valentina, eu queria um parto normal e descobri que não seria tão fácil como eu pensava. Estudei bastante e me apaixonei por esse universo! Tive meu parto natural, pelo SUS (no Sofia Feldman

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