A depressão pós parto afeta muito mais mulheres do que se pode imaginar, pois muitas nunca foram adequadamente diagnosticadas. Normalmente são mulheres com histórico de doenças psíquicas na família ou no seu próprio histórico, já que esse tipo de doença se agrava no período da gravidez e do pós parto. Considera-se que 8% das gestantes no mundo usam medicações psicotrópicas (para sanar questões mentais). Depressão pós parto é diferente de baby blues, pois o baby blues é um período em que a mulher sente-se mais desanimada e é um período breve; trata-se de algo biopsicossocial. A depressão é um processo fisiológico que depende de tratamento para ser solucionada, há alteração de humor, apetite e sono, além da redução do interesse em sentir prazer.
A principal causa de morte materna no 1º ano de vida do bebê é o suicídio, mas lamentavelmente poucos profissionais identificam os comportamentos de risco na gestação ou no pós parto.
A mulher que acabou de ganhar seu bebê não vai falar sobre seus sentimentos e angústias se ninguém perguntar.
AAAAAAAAHHHHHHHHH!
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A mãe estar com insegurança ou apego demasiados, desânimo que vai muito além do cansaço ou mesmo euforia podem indicar comportamentos a serem avaliados.
Às vezes a mãe aparenta fisicamente estar super bem: maquiagem no rosto, roupas bonitas; uma mulher sempre bem arrumada (em um período de caos). Isso pode demonstrar uma forma de esconder o que realmente está ocorrendo. Por isso na rede de apoio é fundamental ter pessoas atentas e observadoras.
Existe um grande preconceito na sociedade a respeito das mulheres sofrerem após o nascimento de seus filhos, pois é imposto à mulher que ela esteja feliz e plena, afinal seu filho acabou de nascer e o momento “não aceita” outra coisa a não ser felicidade alegando que toda mulher tem “instinto materno” que de fato nem existe, pois se trata de uma modulação do cérebro para adaptar os novos comportamentos.
Esse preconceito já começa na gravidez: mulheres que fazem uso de medicações reguladoras da saúde mental muitas vezes são orientadas a parar seu tratamento quando deveriam ser orientadas a reorganizar tipo de medicação ou dosagem.
Deve-se lembrar que a mulher passou por uma grande alteração hormonal e que após o nascimento do bebê esses hormônios despencam de uma hora para outra e isso influencia diretamente nas alterações de humor que associadas à privação de sono podem trazer um nível alto de irritabilidade. A mulher pode também demonstrar muita euforia e estar com depressão pós parto.
Muitas vezes, algumas mulheres não conseguem amamentar em razão de quadros depressivos: não querem estar com o bebê, não conseguem cuidar do bebê e dificilmente há o momento olho no olho. Como a amamentação também é vinculo, fica muito difícil para a mulher que não está saudável psiquicamente criar laços com seu filho, são vários momentos de mamadas ao longo do dia. Nos casos de depressão diagnosticados que são tratados com medicação é importante salientar que a maioria é compatível com o período de aleitamento, basta conferir no site e-lactancia e conversar com o médico responsável.
A mulher que suprime os processos fisiológicos tem dificuldade no processo de puerpério. Não devemos banalizar um quadro depressivo, principalmente em um momento de extrema entrega, além de cansaço físico e mental.
O mais importante de tudo é antes do bebê nascer a mulher “olhar para seu umbigo” e cuidar de si mesma, porque depois não haverá mais tempo para isso, pois o período que compreende a gestação e o pós parto deixam a mulher em estado extremo de vulnerabilidade psíquica.
Se há supeita de alguma alteração tipo depressão, previna-se: faça 150min de atividades físicas por semana e seja saudável!
Referências
O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v8n3/19962.pdf
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